Esboços Bíblicos de Salmos - Charles Spurgeon

Salmos 1 a 50 - Salmos 51 a 100 - Salmos 101 a 150




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Esboços Bíblicos de Salmos
C. H. Spurgeon



PREFÁCIO

Quanto mais se lê e estuda Spurgeon, tanto mais se enche de admiração por este “pregador dos tempos,” notavelmente dotado. Em sua admirável biografia, The Shadow of the Broad Brim (A Sombra do Chapéu de Aba Larga), o Dr. Richard Ellsworth Day nos dá uma fartura de relances íntimos sobre sua vida, que é a vida de um dos gigantes espirituais de Deus.
Antes de sua morte, Spurgeon havia lido “O Peregrino” uma centena de vezes. Todo o seu estilo literário foi poderosamente influenciado por João Bunyan. Ele tinha apenas um propósito na vida: pregar a Cristo em toda a sua glória e poder. Ele não poupou o tipo de ministro de “reuniões elegantes”, quando disse: “Acautele-se de andar correndo desta reunião para aquela, contribuindo com sua parte para enfatuar ainda mais os fanfarrões. Sua primeira preocupação deve ser o preparo para o púlpito”.
O Sr. Spurgeon era um mestre da palavra falada e escrita. Atente-se para esta sentença do púlpito Metropolitan: “Quando este grande universo jaz na mente de Deus como futuras florestas no cálice da bolota”. Foi Dwight L. Moody quem confessou abertamente que sua veemência vinha da Bíblia e de Spurgeon – “Tudo o que ele já disse, eu li. Meus olhos se deleitam nele. Se Deus pode usar o Sr. Spurgeon, por que não deveria Ele usar a nós outros?”
Este volume de Esboços de salmos de Spurgeon foi extraído de seis volumes de originais com cerca de 2500 páginas, abrangendo os salmos. Ele está cheio, a ponto de transbordar. Recapitula dezenas de idéias para mensagens e estudos sobre os salmos. Cada salmo é introduzido brevemente, depois Spurgeon apresenta o que ele chama de “dicas para o pregador”, detalhando cada versículo com dicas para mensagens e estudos, tornando-se assim um material extremamente rico e cheio de possibilidades para o seu uso. Não se destinam ao pregador preguiçoso que despreza ou negligencia a preparação completa; destinam-se, antes, aos ministros, missionários, professores da Bíblia que precisam de uma centelha, para fazer o fogo arder e brilhar com novo calor e poder.
A ardente esperança e oração do editor deste volume é que todo aquele que o puser em uso, pense no Senhor Jesus Cristo.
O editor




PREFÁCIO DO AUTOR
Em diversas ocasiões formularam-me a pergunta: “Não poderia o senhor ajudar-nos com alguns esboços de discursos?” Ao que tenho respondido que há muitas obras desse tipo no mercado. Replicam, porém, que gostariam de algo mais simples e menos retórico. Sinto-me encorajado pela solicitação deles de tentar o que se poderia fazer nesse sentido.
Preparei estas estruturas, não para estimular a indolência, mas para ajudar o esforço sem metas; e só espero que não tenha escrito tanto, a ponto de capacitar qualquer homem a pregar, sem dar tratos à imaginação, nem tampouco a ponto de deixar sem auxílio a uma mente cansada.
Devem ser poucos os pregadores que podem prescindir inteiramente de esboços; se, porém, com sua pregação, eles atingem o objetivo, são homens felizes. Alguns andam de muletas e lêem quase todo o sermão; isto, como norma, deve ser um mau negócio. A maior parte dos pregadores precisa carregar um elemento de apoio, mesmo que muitas vezes não dependa dele. O homem perfeitamente capaz não precisa nada disso. Não sou um desses irmãos de primeira classe; “com meu cajado tenho atravessado este Jordão”, e assim o empresto a todos quantos sintam que podem prosseguir sua jornada, com a sua ajuda.
Da mesma maneira como despejamos um pouco de água numa bomba, para ajudá-la a trazer lá de baixo uma corrente de água, assim possam esses esboços refrescar muitas mentes exaustas e, então, pô-las a funcionar, de modo que desenvolvam os seus próprios recursos. Que o Espírito Santo possa usar estes esboços para ajuda de seus servos atarefados. A Ele seja todo o louvor e à sua Igreja, o benefício. Que somos nós, sem Ele? O que é impossível a nós, quando Ele está conosco? Possam aqueles irmãos que usarem esta pequena seleção de tópicos, desfrutar a presença do Senhor, ao assim fazerem.
Espero contribuir com um punhado de lascas e cavacos, ou, se preferir, um feixe de lenha, a um irmão, com o qual ele possa acender um fogo em seu próprio coração, e preparar o alimento para o seu povo. Possivelmente, algum irmão preguiçoso fará ferver sua panela com as minhas achas de lenha, mas também isso não devo deplorar, contanto que o alimento fique bem cozido.
Caso eu seja tão infeliz, a ponto de ajudar o homem totalmente ocioso, tentando-o a não ajuntar seu próprio combustível, ainda assim não devo ver o assunto com desespero, pois talvez o ocioso possa queimar os dedos na operação; e devo considerar que ele teria apanhado lenha de alguma outra pilha, se não tivesse encontrado a minha. Homem algum causará grande dano com os meus feixes de lenha, lidando com o fogo sagrado; as veredas contidas nesses esboços não farão mal a homem nenhum, se, honestamente, lhes for permitido que falem por si mesmos.
Espero e creio que esses esboços não serão de muita utilidade a pessoas que deixam de pensar por si mesmas. De tais “faladores” não tenho a mínima compaixão. Meus esboços pretendem ser auxílio à pregação, e nada mais […] Em todos esses esboços, a verdade evangélica está exposta tão claramente quanto sou capaz de expô-la. Isto prejudicará a minha obra na estima daqueles cuja admiração não cobiço; porém, não me causará alarme, pois o peso de sua censura não é grande.
Sejam quais forem os tempos, não haverá dúvida alguma quanto à posição que o escritor destes esboços assumirá, na hora da controvérsia. Nada sei, senão as doutrinas da graça, o ensino da Cruz, o Evangelho da Salvação; e escrevo somente para que essas coisas sejam publicadas mais amplamente. Se aqueles que crêem nessas verdades me honrarem, usando meus esboços, regozijar-me-ei e confiarei que a bênção de Deus acompanha seus discursos. Não é pequeno o prazer de ajudar os irmãos na fé a semearem a semente viva da Palavra de Deus, ao lado de todas as águas.
Nunca foi o meu propósito ajudar homens a entregarem uma mensagem que não seja própria deles. É mau sinal, quando os profetas furtam suas profecias uns dos outros, pois então é provável que eles – todos eles – se tornem falsos profetas. Mas assim como o jovem profeta tomou emprestado um machado de um amigo, e não foi censurado por isso, porquanto os golpes que ele dava com o machado eram seus próprios golpes, do mesmo modo possamos refrear-nos de condenar aqueles que encontram um tema que lhes seja sugerido, uma linha de pensamento lançada diante deles e, de todo coração os utilizem para falar ao povo.
Isso não se deveria constituir em um costume deles; cada homem deve possuir seu próprio machado, e que não tenha ele necessidade de clamar: “Ai! Meu senhor! Porque era emprestado”. Mas há momentos de pressão especial, de enfermidade física ou cansaço mental, ocasião em que o homem fica contente com a ajuda fraternal, e pode usá-la, sem nenhuma dúvida. Para tais ocasiões é que tentei prover.
Que eu possa ajudar alguns de meus irmãos a pregarem de tal maneira que conquistem almas para Jesus! O calor humano, o testemunho pessoal são muito úteis nesse sentido, e, portanto, espero que, acrescentando seu próprio testemunho sincero às verdades que aqui esbocei, muitos crentes possam falar, com êxito, a favor do Senhor. Confio meus humildes esforços a Ele, a quem desejo servir por meio daqueles. Sem o Espírito Santo, nada há senão um vale de ossos secos; mas se o Espírito vier dos quatro ventos, cada linha se tornará vívida de energia
Vosso irmão em Cristo Jesus,
Westwood, março de 1886
C.H. Spurgeon




Salmo 1 
TÍTULO
Este salmo é considerado o prefácio dos salmos, pois apresenta o conteúdo de todo o livro. É desejo do salmista ensinar-nos o caminho para a bem-aventurança e avisar-nos sobre a destruição certa dos pecadores. Este, portanto, é o assunto do primeiro salmo, que em certos respeitos pode ser visto como o texto sobre o qual o todo dos salmos compõe um sermão divino.

DIVISÃO
Este salmo consiste de duas partes: na primeira (do versículo 1 ao versículo 3), Davi expõe em que consiste a felicidade e a bem-aventurança de um homem piedoso, quais são os seus procedimentos e quais as bênçãos que receberá do Senhor. Na segunda parte (do versículo 4 ao final), ele contrasta o estado e o caráter daqueles que não têm Deus, revela o futuro, e descreve, em linguagem impressionante, seu destino final.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Pode fornecer um texto ótimo sobre "O progresso no pecado", ou "A pureza do cristão", ou "A bem-aventurança dos justos". Sobre este último, fale do crente como abençoado:
1. Por Deus,
2. Em Cristo;
3. Com todas as bênçãos;
4. Em todas as circunstâncias;
5. Através do tempo e da eternidade;
6. Até o mais alto grau.
VERS. 1. Ensina uma pessoa piedosa a precaver-se (1) das opiniões, (2) da vida prática e (3) da companhia de pecadores. Mostre como a meditação sobre a Palavra nos ajudará a manter distância desses três males.
A natureza insinuante e progressiva do pecado (J. Morrison).
VERS. 1. Relaciona-se com o salmo inteiro. A grande diferença entre os justos e os ímpios.

VERS. 2. A palavra de Deus.
1. A satisfação que proporciona ao crente.
2. O conhecimento da Palavra que o crente ganha.
Aspiramos estar na companhia daqueles que amamos.
VERS. 2.
1. O que se entende por "a lei do Senhor".
2. O que há nessa lei que pode ser um deleite para o crente.
3. Como ele mostra esse deleite, como pensa nela, passa a lê-la mais, a falar dela, a obedecê-la e a não se deleitar no mal?
VERS. 2. (última cláusula). Os benefícios, as ajudas e os empecilhos da meditação.

VERS. 3. "A árvore frutífera":
1. Onde cresce?
2. Como chegou lá?
3. Quanto produz?
4. Como ser igual a ela?
VERS. 3. "Plantada à beira de águas correntes".
1. A origem da vida cristã, "plantada".
2. Os riachos que a sustentam.
3. O fruto que se espera dela.
VERS. 3. A influência da religião sobre a prosperidade (Blair).
A natureza, as causas, os sinais e os resultados da verdadeira prosperidade.
"Frutos no tempo certo"; virtudes a serem mostradas em certos tempos: paciência na aflição; gratidão na prosperidade; zelo na oportunidade.
"Suas folhas não murcham": a bênção de manter um testemunho que não murcha.

VERS. 3, 4: (título sugestivo) "A palha espalhada pelo vento" (Sermão de Spurgeon). O pecado provoca contradição em cima de cada bênção.

VERS. 5. A condenação dupla do pecador.
1. Condenado no tribunal de justiça.
2. Separado dos santos.
A racionalidade dessas penas, portanto, e como escapar delas.
"A comunidade dos justos" vista como sendo a igreja do unigênito acima. Isso pode fornecer um assunto nobre.

VERS. 6: (primeira frase). Um doce incentivo para o povo experimentado de Deus. O conhecimento aqui significava:
1. seu caráter: um conhecimento de observação e aprovação.
2. sua fonte: vem pela onisciência e pelo amor infinito.
3. seus resultados: sustento, livramento, aceitação e, por fim, glória.
VERS. 6. (última cláusula). O caminho do prazer, do orgulho, da descrença, da blasfêmia, da perseguição, da procrastinação, da auto-ilusão. chegará ao fim.

Salmo 2 

TÍTULO
Podemos chamá-lo de SALMO DO MESSIAS, O PRÍNCIPE, pois apresenta, como se fosse uma visão maravilhosa, o povo tumultuado contra o ungido do Senhor, o propósito resoluto de Deus de exaltar seu próprio Filho, e o reinado final desse Filho sobre todos os seus inimigos. Recordemos com o olho da fé, vendo, como num espelho, o triunfo de nosso Senhor Jesus Cristo sobre todos os seus inimigos. Louth fez os seguintes comentários sobre este salmo: "O estabelecimento de Davi sobre o seu trono, não obstante a oposição feita pelos seus inimigos, é o assunto do salmo. Davi o mantém em dois planos, literal e alegórico. Se lemos o salmo inteiro, primeiro com o olho literal de Davi, o sentido é óbvio, e se situa acima de qualquer disputa com a história sagrada. Há mesmo um brilho descomunal na expressão das figuras de linguagem, e a maneira de dizer é até exagerada de vez em quando, como se fosse de propósito para sugerir, e levar-nos a contemplar, os assuntos mais elevados e importantes que nisso se ocultam. Depois deste aviso, se virmos o salmo, desta vez, relacionando-o com a pessoa e os interesses do Davi espiritual, uma nobre série de eventos surge à vista imediatamente, e o sentido se torna mais evidente, além de mais exaltado. O colorido que talvez pareça muito ousado e gritante para o rei de Israel, não mais parecerá quando colocado sobre seu grande antítipo.

Depois de considerarmos com atenção os assuntos separadamente, se os considerarmos juntos, contemplaremos a beleza e majestade plena deste charmosíssimo poema. Perceberemos os dois sentidos muito distintos um do outro, mas que agem em perfeita harmonia, e mantêm uma semelhança admirável em cada aspecto e feição, enquanto a analogia entre eles é preservada com tanta exatidão, que qualquer dos dois pode ser aceito como o original do qual o outro foi copiado. Nova luz é lançada continuamente sobre a fraseologia, nova importância e dignidade são acrescentadas aos sentimentos, até que, ascendendo aos poucos das coisas inferiores para as superiores, dos afazeres humanos aos divinos, eles elevam o grande tema e, finalmente, o colocam na altura e resplandecência do céu."

DIVISÃO
Este salmo será melhor entendido se for visto como um retrato quádruplo. Nos versículos 1, 2, 3, as nações rugem; de 4 a 6, o Senhor nos céus caçoa deles; de 7 a 9, o Filho proclama o decreto; e de 10 ao final, aconselha-se os reis a concederem obediência ao ungido do Senhor. Esta divisão não é só sugerida pelo sentido, mas é garantida pela forma poética do salmo, que cai de forma natural em quatro estrofes de três versículos cada.

DICAS PARA O PREGADOR
Salmo inteiro. Mostra-nos a natureza do pecado e seus terríveis resultados se pudesse reinar.

VERS. 1. Nada há que seja mais irracional do que a irreligião, a descrença. Um tema de peso.
As razões pelas quais os pecadores se rebelam contra Deus, declaradas, refutadas, lamentadas e arrependidas.
A demonstração culminante do pecado humano no ódio do homem para com o Mediador.

VERS. 1 e 2. Oposição ao evangelho, irracional e inútil.
VERS. 1 e 2. Estes versículos mostram que é vã toda a confiança no homem, no trabalho de Deus. Como os homens fazem oposição a Cristo, não é bom depositar nossa confiança na multidão por ser numerosa, nem nos sinceros pelo seu zelo, nem nos poderosos por sua aprovação, ou nos sábios por seus conselhos, visto que todos esses na maioria das vezes são contra Cristo em vez de a favor dele.
VERS. 2. "O maior julgamento que já foi registrado" (Sermão de Spurgeon).

VERS. 3. O motivo real de haver oposição dos pecadores à verdade de Cristo, ou seja, seu ódio contra as restrições da piedade.
VERS. 4. Deus zomba dos rebeldes, tanto agora como no além.
VERS. 5. A voz da ira. Um de uma série de sermões sobre as vozes dos atributos divinos.
VERS. 6. A soberania de Cristo.
1. A oposição a ela: "Porém (ARA)."
2. A certeza de sua existência: "Eu mesmo estabeleci."
3. O poder que o mantém: "Eu estabeleci."
4. O lugar de sua manifestação: "Em Sião, no meu santo monte."
5. As bênçãos fluem dela.
VERS. 7. O decreto divino a respeito de Cristo, ligado aos decretos de eleição e providência. Jesus reconhecido como filho de Deus.
Este versículo nos ensina a declarar fielmente, e a reivindicar humildemente, os dons e chamado que Deus nos conferiu (Thomas Wilcocks).
VERS. 8. A herança de Cristo (William Jay).
A oração indispensável: Jesus precisa pedir.
VERS. 9. A ruína dos maus. É certa, irresistível, terrível, completa, irreparável, "como uma vasilha de oleiro".
A destruição de sistemas de erro e opressão que é esperada. O evangelho é um bastão de ferro capaz de quebrar vasilhas feitas pelo homem.
VERS. 10. A verdadeira sabedoria, digna para reis e juízes, se acha em obedecer a Cristo.
O evangelho é uma escola para aqueles que querem aprender a governar e julgar bem. Eles poderão considerar seus princípios, seu modelo, seu espírito.
VERS. 11. Experiência mista. Veja o caso das mulheres voltando do sepulcro (Mateus 28.8). Isso pode ser apresentado como assunto muito consolador, se o Espírito Santo dirigir a mente do pregador.
A verdadeira religião, um composto de muitas virtudes e emoções.
VERS. 12. Um convite sincero.
1. A ordem
2. O argumento.
3. A bênção sobre os obedientes (Sermão de Spurgeon).
Última cláusula - Natureza, objetivo e bênção da fé salvadora.


Salmo 3

TÍTULO

Um salmo de Davi, quando fugiu de seu filho Absalão. Vocês se lembram da história da fuga de Davi de seu próprio palácio, quando no escuro da noite, ele passou a vau o ribeirão Cedrom, e foi com uns poucos seguidores fiéis esconder-se por um tempo da fúria de seu filho rebelde. Lembre-se que Davi foi uma espécie de Senhor Jesus Cristo. Ele também fugiu; também transpôs o ribeirão Cedrom quando seu próprio povo estava em rebelião contra ele e, com um bando fraco de seguidores, entrou no jardim do Getsêmani. Ele também bebeu da água do ribeirão no caminho e ergueu o ânimo. Para muitos comentadores, este salmo é chamado O HINO DA MANHÃ. Possamos nós sempre acordar com confiança santa em nosso coração e com uma canção em nossos lábios!

DIVISÃO
Este salmo pode ser dividido em quatro partes de dois versículos cada. De fato, muitos dos salmos não podem ser entendidos bem sem considerarmos atentamente suas divisões. Não são descrições contínuas de uma cena, e sim um conjunto de retratos de muitos assuntos aparentados. Como em nossos sermões modernos dividimos nosso discurso sob cabeçalhos diferentes, assim acontece com os salmos. Sempre há uma unidade, mas é a unidade de um feixe de flechas, e não de uma seta solitária. Olhemos agora o salmo que está diante de nós. Nos primeiros dois versículos tem-se Davi fazendo uma queixa a Deus com respeito a seus inimigos; então ele declara a sua confiança no Senhor (3, 4), canta de como está seguro quando dorme (5, 6), e se fortalece para o conflito futuro (7, 8).

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O santo conta a seu Deus as suas aflições.
1. Seu direito de fazê-lo.
2. A maneira apropriada de contá-las.
3. Os resultados justos de tal comunicação santa com o Senhor.
Quando podemos esperar aumento de aflições? Por que são enviadas? Qual é nossa sabedoria com referência a elas?

VERS. 2. A mentira contra o santo e a difamação sobre seu Deus.

VERS. 3. A bênção tripla que Deus coloca sobre os seus que sofram - defesa, honra, alegria. Mostre como todos estes itens podem ser desfrutados pela fé, mesmo em nossa pior condição.

VERS. 4.
1. Em perigos devemos orar.
2. Deus nos ouvirá graciosamente.
3. Devemos registrar as respostas de graça recebida.
4. Podemos nos fortalecer para o futuro lembrando os livramentos do passado.

VERS. 5.
1. Descreve o doce dormir.
2. Descreve o feliz acordar.
3. Mostra como as duas coisas devem ser apreciadas, "É o Senhor que me sustém".

VERS. 6. A fé rodeada por inimigos e, contudo, triunfante.

VERS. 7.
1. Descreve o tratamento passado do Senhor com os seus inimigos; "Quebra o queixo... arrebenta...".
2. Mostra que o Senhor deve ser nosso recurso constante: "Ó Senhor", "Ó meu Deus".
3. Discorre sobre o fato de que o Senhor deve ser chamado, invocado: "Levanta-te, Senhor".
4. Insiste com os crentes para usarem as vitórias do Senhor no passado como um argumento com o qual prevalecer com ele no presente.
VERS. 7 (última cláusula). Nossos inimigos são inimigos vencidos, leões desdentados.

VERS. 8 (primeira cláusula). Salvação de Deus, do começo ao fim.
VERS. 8 (última cláusula). Foram abençoados em Cristo, através de Cristo, e serão abençoados com Cristo. A bênção repousa sobre suas pessoas, consolos, tribulações, trabalhos, famílias. Flui da graça, é apreciada pela fé, e é assegurada por juramento (James Smith, 1802-1862).

Salmo 4

TÍTULO

Parece que a intenção era que este salmo acompanhasse o terceiro e formasse um parcom ele. Se o último pode ser chamado O SALMO DA MANHÃ, este, pelo seu conteúdo, igualmente merece o título de O SALMO DO ENTARDECER. Possam as palavras especiais do oitavo versículo ser a doce canção do repouso ao nos recolhermos!

"Assim, com as idéias compostas, tranqüilas,
Entrego-me ao sono que dás.
Tua mão bem seguros conserva meus dias
E ao sono me entrego em paz."

O título inspirado é o seguinte: "Ao mestre da música. Com instrumentos de cordas. Salmo davídico". O mestre da música era o diretor da música sagrada do santuário. Com respeito a essa pessoa leia cuidadosamente 1Crônicas 6.31, 32; 15.16-22; 25.1,7. Nessas passagens, o amante da música sacra encontrará muita coisa interessante e que explicará qual era a maneira de louvar Deus no templo. Alguns dos títulos dos salmos, sem dúvida vêm dos nomes de certos cantores célebres, que compuseram a música com a qual eram cantados.

Com instrumentos de cordas, ou instrumentos de mão, que eram tocados somente com as mãos, como harpas e címbalos. A alegria da igreja judaica era tão grande que precisava de música para expressar os sentimentos de deleite de suas almas. Nossa alegria santa não é menos transbordante por preferirmos expressá-la de maneira mais espiritual, como convém a uma dispensação espiritual. Aludindo a esses instrumentos tocados com a mão, Nazianzo diz: "Senhor, eu sou um instrumento para tu tocares". Abramo-nos ao toque do Espírito, e assim faremos melodia. Possamos ser cheios de fé e amor, e seremos instrumentos de música vivos.

Hawker diz: "A Septuaginta lê a palavra que temos em nossa tradução como mestre da música Lamenetz, em vez de Lamenetzoth, do qual o sentido é até o fim. Foi de onde os pais gregos e latinos imaginaram que todos os salmos que levam essa inscrição se referem ao Messias, o grande fim. Nesse caso, este salmo é dirigido a Cristo; e bem pode ser esse o caso, porque é todo sobre Cristo, e falado por Cristo, e diz respeito somente ao seu povo como sendo um com Cristo. O Senhor, o Espírito, permita que o leitor entenda isso e, assim, ele o descobrirá ser muito abençoado.

DIVISÃO
No primeiro versículo, Davi roga a Deus por auxílio. No segundo, discute com seus inimigos e continua a lhes dirigir a palavra até o final do versículo 5. Então, do versículo 6 ao final, ele contrasta belamente sua própria satisfação e segurança com a inquietação dos ímpios nas melhores condições em que estejam. O salmo muito provavelmente foi escrito na mesma ocasião do anterior, e é outra flor rara do jardim da aflição. Para nossa felicidade é que Davi foi testado, ou então, provavelmente, nunca teríamos ouvido esses doces sonetos da fé.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Fornece farto material para um sermão sobre misericórdias passadas como súplica para ajuda presente. A primeira sentença mostra que crentes desejam, esperam e crêem num Deus que ouve a oração. O título - Deus da minha justiça - é uma idéia para um texto, e a última sentença poderá sugerir um sermão sobre "Até o melhor dos santos ainda precisa apelar à misericórdia e graça soberana de Deus".

VERS. 2. A depravação do homem como demonstrada:
1. por continuar a desprezar Cristo;
2. por amar a vaidade no seu coração; e
3. buscar mentiras em sua vida cotidiana.
VERS. 2. Até onde vai o pecado do pecador. "Quanto tempo?" Pode ser limitado por arrependimento, será por morte, contudo continuará na eternidade.

VERS. 3. A eleição. Seus aspectos para com Deus, os nossos inimigos e nós mesmos.
VERS. 3. "O Senhor ouvirá quando eu o invocar". Respostas à oração são certas para pessoas especiais. Note bem aqueles que podem receber o favor.
VERS. 3. O gracioso separador. Quem é ele? Quem o separou? Com que finalidade? Como fazer com que as pessoas saibam?

VERS. 4. O pecador é instruído a se reexaminar, para que possa se convencer de pecado ( Andrew Fuller, 1754-1815).
VERS. 4. "Aquietem-se". Um conselho - bom e prático, mas difícil de seguir. Há momentos em que são oportunos. Graças são necessárias para que a pessoa consiga aquietar-se. Os resultados da tranqüilidade. As pessoas que mais precisam deste conselho. Exemplos de sua prática; aqui há muito material para um sermão.

VERS. 6. A natureza desses sacrifícios que se espera que o povo do Senhor ofereça (William Ford Vance, 1827).
VERS. 6. O grito do mundo e da igreja contrastados. Vox populi nem sempre é Vox Dei.
VERS. 6. Os apetites da alma são todos satisfeitos em Deus.

VERS. 6, 7. Uma certeza do amor do Salvador; a fonte de alegria sem comparação.
VERS. 7. As alegrias do crente.
1. A fonte delas, "Tu";
2. Seu tempo - mesmo agora - "Encheste";
3. Sua posição, "no meu coração";
4. Sua excelência, "alegria maior do que... (dos) que têm fartura de trigo e de vinho".
Outro tema excelente é sugerido: "A superioridade das alegrias da graça comparadas às alegrias da terra"; ou "Dois tipos de prosperidade - qual a mais desejável?"

VERS. 8. A paz e segurança de um homem bom (Joseph Lathrop, D.D., 1805).
VERS. 8. Um quarto para crentes, um cântico vespertino para cantar ali e um guarda para vigiar a porta.
VERS. 8. A boa noite do crente.

VERS. 2-8. Os meios que um crente deve utilizar para ganhar os incrédulos para Cristo.
1. Admoestação, versículo 2.
2. Instrução, versículo 3.
3. Exortação, versículos 4, 5.
4. Testemunho às bênçãos da verdadeira religião como nos VERS. 6, 7.
5. Exemplificação daquele testemunho pela paz da fé, versículo 8.

Salmo 5

TÍTULO

Ao mestre da música. Para flautas. Salmo davídico. A palavra hebraica para o instrumento é Nehiloth; que se origina de outra palavra que significa "perfurar", "abrir um furo", de onde se veio a entender uma flauta, portanto, é provável que se pretendesse que essa música fosse cantada com o acompanhamento de instrumentos de sopro, como o cornetim, trompa, flauta ou trompete. No entanto, é apropriado observar que não estamos certos da interpretação desses títulos antigos, porque a Septuaginta o traduz: "Para aquele que obterá uma herança", e Aben Ezra acha que denota alguma melodia antiga e bem conhecida com a qual este salmo deveria ser cantado. Mesmo os maiores estudiosos confessam a dificuldade que existe para se interpretar precisamente o título; mas isso não deve nos preocupar, pois é uma prova de como o Livro é antigo. Através do primeiro, segundo, terceiro e quarto salmos, pode-se notar que o tema é um contraste entre a posição, a personalidade e o futuro dos justos e ímpios. Neste salmo, você nota a mesma coisa. O salmista expõe um contraste entre ele próprio, tornado justo pela graça de Deus, e o ímpio que se opõe a ele. Para a mente piedosa, aqui temos uma visão prévia do Senhor Jesus, de quem se diz que nos dias de sua carne ele fez subir orações e súplicas com forte clamor e lágrimas.

DIVISÃO
O salmo deve ser dividido em duas partes: do primeiro ao sétimo versículo, e depois do oitavo ao décimo segundo. Na primeira parte, Davi implora veementemente ao Senhor para que ouça sua oração; na segunda parte, ele passa de novo pelo mesmo caminho.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1, 2. Oração em sua forma tripla. "Palavras, meditação, clamor". Mostra como falar não adianta sem coração, mas que anseios fervorosos e desejos silenciosos são aceitos, mesmo quando não expressos.

VERS. 3. A excelência da hora devocional matutina.
VERS. 3. (duas últimas cláusulas).
1. Oração dirigida.
2. Respostas esperadas.

VERS. 4. O ódio de Deus pelo pecado é um exemplo para seu povo.

VERS. 5. "Os arrogantes." Mostre porque os pecadores são com justiça chamados de tolos ou arrogantes.

VERS. 7. "Pelo teu grande amor." Reflita bastante a respeito dos variados aspectos da graça e bondade de Deus.
VERS. 7. A decisão piedosa.
VERS. 7.
1. Observe a singularidade da decisão.
2. Note bem o objetivo da decisão. Diz respeito ao serviço de Deus no santuário. "Entrarei em tua casa ... com temor me inclinarei para o teu santo templo."
3. A maneira em que ele cumpriria a sua decisão.
(a) Impressionado com um sentimento da bondade divina: "Entrarei em tua casa pelo teu grande amor",
(b) Cheio de veneração santa: "com temor me inclinarei" (William Jay, 1842).

VERS. 8. A direção de Deus é sempre necessária, especialmente, quando os inimigos estão nos vigiando.

VERS. 10. Visto como ameaça. A frase "Expulsa-os por causa de seus muitos crimes" serve de base para um discurso muito solene.

VERS. 11.
1. O caráter dos justos: fé e amor.
2. Os privilégios dos justos.
(a) Alegria - grande, pura, satisfatória, triunfante, cantem sempre de alegria (exultem).
(b) Proteção - por poder, providência, anjos, graça.
VERS. 11. Alegria no Senhor tanto um dever como um privilégio.

VERS. 12. (primeira cláusula). A bênção divina sobre os justos. É antiga, eficaz, constante, irreversível, supera a tudo, eterna, infinita.
VERS. 12. (segunda cláusula). A consciência do favor divino é uma defesa para a alma.

Salmo 6

TÍTULO

Este salmo é comumente conhecido como o primeiro dos SALMOS DE PENITÊNCIA. Os outros seis são os salmos 32, 38, 51, 102, 130, 143, e certamente sua linguagem se presta bem aos lábios de um penitente, porque expressa ao mesmo tempo a tristeza (versículos 3, 6, 7), a humilhação (versículos 2 e 4), e o ódio ao pecado (versículo 8), que são as marcas infalíveis do espírito contrito quando se volta a Deus. Ó Espírito Santo, cria em nós o verdadeiro arrependimento do qual não se precisa arrepender. O título deste salmo é "Ao mestre da música no Neginoth sobre Sheminith (1Cr 15.21). Um salmo davídico", isto é, ao mestre da música com instrumentos de cordas, na oitava, provavelmente na oitava musical. Alguns acham que a referência seja ao tom do baixo ou tenor, que certamente se adequaria bem a essa ode lamentosa. Mas não somos capazes de entender esses antigos termos musicais, e até mesmo o termo Selah ainda permanece sem tradução. No entanto, isso não deve ser entrave no nosso caminho. Perdemos muito pouco pela nossa ignorância, e pode servir para confirmar a nossa fé. É prova do quanto esses salmos são antigos que contenham palavras, cujo sentido tenha se perdido até mesmo para os melhores estudiosos da língua hebraica. Certamente são incidentais (acidentais, posso quase dizer, se eu não cresse que foram designadas por Deus), provas do que são, do que professam ser, os escritos antigos do rei Davi e tempos remotos.

DIVISÃO
Você observará que o salmo logo se divide em duas partes. Primeiro, há o apelo do salmista em sua forte aflição, o que vai do primeiro ao final do sétimo versículo. Então a seguir, do oitavo versículo até o fim, tem-se um tema bem diferente. O salmista mudou o tom. Deixou a tonalidade menor, e vai para acordes mais sublimes. Ele afina a tonalidade para o alto tom da confiança, e declara que Deus ouviu sua oração, e já o livrou de todas as suas dificuldades.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Um sermão para almas aflitas.
1. Os tratamentos de Deus em dois lados.
(a) Repreensão, por meio de um sermão contundente, um juízo sobre uma outra pessoa, uma pequena provação em nossa própria pessoa, ou uma admoestação solene em nossa consciência por parte do Espírito.
(b) Castigo. Isso vem a seguir quando a primeira chamada não é ouvida. Dor, perdas, talvez por morte, melancolia e outras provações.
2. Os males neles a serem mais temidos, a ira e o desprazer férvido.
3. Os meios de se evitar esses males. Humilhação, confissão, mudança de comportamento, fé no Senhor.
VERS. 1. O maior temor do crente, a ira de Deus. O que este fato revela no coração? Por que isso acontece? O que tira o temor?

VERS. 2. A argumentação "ad misericordiam".
VERS. 2. Primeira sentença - Cura divina.
1. O que precede, meus ossos tremem.
2. Como é realizado
3. O que a segue.

VERS. 3. A impaciência da tristeza, seus pecados, seu mal, e cura.
VERS. 3. Um tópico produtivo pode ser encontrado na consideração da pergunta: Por quanto tempo Deus prolongará as aflições para os justos?

VERS. 4. "Volta-te, Senhor" Uma oração sugerida por se sentir o Senhor ausente, isso excitado pela graça, atendido com exame do coração e arrependimento, pressionado por perigo iminente, garantido quanto à resposta e contendo um pedido de múltiplas misericórdias.
VERS. 4. A oração do santo abandonado.
1. Seu estado: sua alma evidentemente está escravizada e em perigo;
2. Sua esperança: está na volta de Cristo, o Senhor.
3. Seu rogo: só por misericórdia.

VERS. 5. A suspensão final da prestação de serviço na Terra, considerada em vários aspectos práticos.
VERS. 5. O dever de louvar a Deus enquanto vivermos.

VERS. 6. As lágrimas do santo na qualidade, abundância, influência, abrandamento e fim.

VERS. 7. A voz do choro. O que é.

VERS. 8. O pecador perdoado abandonando seus maus companheiros.

VERS. 9. Respostas passadas são a base da confiança presente. Ele ouviu, ele aceitou.

VERS. 10. A vergonha reservada para os humildes.

Salmo 7

TÍTULO

"Shiggaion de Davi, que ele cantou ao Senhor, com respeito à palavra de Cuse, o benjamita." "Confissão de Davi" - Até onde podemos constatar pelas observações de homens doutos, e de uma comparação desse salmo com o único outro Shiggaion na Palavra de Deus (Habacuque 3.1), esse título parece significar "Cânticos variados", com o qual está associada também a idéia de consolação e prazer. Realmente, nosso salmo da vida é composto de versículos variáveis; uma estrofe acompanha a métrica sublime de triunfo, mas outra segue com dificuldade o ritmo desigual da queixa. Há muita nota grave na música do santo. Nossa experiência é tão variável quanto o tempo.

A partir do título, ficamos sabendo quando esse cântico foi composto. É provável que Cuse, o benjamita, tenha acusado Davi perante o rei Saul de conspiração traiçoeira contra sua autoridade real. E nisso Saul parecia disposto a crer prontamente, tanto pelo ciúme que tinha de Davi, como pelo possível relacionamento que possa ter existido entre ele, filho de Quis, e este Cuse, ou Quis, o benjamita. Aquele que está perto do trono pode fazer mais mal a um súdito do que um difamador comum.

Este salmo pode receber o nome de CÂNTICO DO SANTO CALUNIADO. Mesmo o mais aflitivo dos males - a calúnia - pode ser motivo para um salmo. Que bênção se pudéssemos transformar até o evento mais desastroso evento em motivo de um canto e, assim, vencermos nosso maior inimigo. Aprendamos uma lição com Lutero, que disse, certa vez: "Davi criou os salmos; nós também faremos salmos, e os cantaremos tão bem quanto possível para a honra de nosso Senhor, e para revidar e zombar do diabo".

DIVISÃO
No primeiro e segundo versículos, o perigo é declarado, e a oração oferecida. Então, o salmista declara solenemente sua inocência (3, 4, 5). Implora-se ao Senhor que se levante para julgar (6, 7). O Senhor, sentado em seu trono, ouve o apelo renovado do suplicante caluniado (8, 9). O Senhor inocenta seu servo e ameaça os maus (10, 11, 12, 13). Numa visão, o caluniador é visto com uma maldição sobre sua própria cabeça (14, 15, 16), enquanto Davi se afasta do julgamento cantando um hino de louvor ao seu Deus justo. Temos aqui um sermão nobre sobre esse texto: "Nenhuma arma forjada contra você prevalecerá, e você refutará toda língua que a acusar" (Is 54.17).

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A necessidade de fé quando nos dirigimos a Deus. Mostre a inutilidade da oração sem confiança no Senhor.

VERS. 1, 2. Vistos como uma oração para libertar de todos os inimigos, especialmente de Satanás, o leão.

VERS. 3. Autovindicação diante dos homens. Quando possível, sensato ou útil. Com observações sobre com que espírito isso deve ser tentado.

VERS. 4. "A melhor vingança." Mal por bem é estilo do diabo, mal por mal é estilo de fera, bem pelo bem é estilo do homem, bem pelo mal é estilo de Deus.

VERS. 6. Como e em que sentido a ira divina pode se tornar a esperança dos justos.
Fogo que se vence com fogo, ou a ira do homem vencida pela ira de Deus.

VERS. 7. "A congregação do povo."
1. Quem são.
2. Porque se congregam um com o outro.
3. Onde congregam.
4. Por que escolhem tal pessoa para ser o foco central de sua congregação.
VERS. 7. A reunião dos santos em torno do Senhor Jesus.
VERS. 7. (última cláusula). A vinda de Cristo para julgar pelo bem de seus santos.

VERS. 8. O caráter do Juiz diante de quem todos precisamos nos colocar.

VERS. 9. (primeira cláusula).
1. Mudando seus corações; ou
2. Refreando suas vontades,
3. Ou privando-as de poder,
4. Ou removendo-as.
Mostre quando e por que tal oração deve ser oferecida, e como podemos trabalhar para sua realização.
VERS. 9. Este versículo contém duas grandes orações, e uma prova nobre de que o Senhor pode concedê-las.
VERS. 9. O período de pecado e a perpetuidade dos justos (Matthew Henry).
VERS. 9. "Ao justo dá segurança" Estabeleça os justos. Por quais meios e em que sentido os justos nomeados, ou, a verdadeira igreja estabelecida.
VERS. 9. (última cláusula). Deus experimenta/julga os corações dos homens.

VERS. 10. "Reto de coração." Explique o caráter.
VERS. 10. A confiança do crente em Deus, e o cuidado de Deus sobre ele. Mostre a ação da fé em obter defesa e proteção, e daquela defesa sobre nossa fé fortalecendo-a.

VERS. 11. O Juiz e as duas pessoas no seu julgamento.
VERS. 11. (segunda cláusula). A ira presente, diária, constante e veemente de Deus contra os maus.

VERS. 12. Veja o sermão de Spurgeon. Se voltar ou se queimar.

VERS. 14, 15, 16. Ilustre com três figuras os artifícios e a derrota dos perseguidores.

VERS. 17. O excelente dever do louvor.
VERS. 17. Veja o versículo em relação ao sujeito do salmo, e mostre como a libertação dos justos e a destruição dos maus são temas para cânticos.

Salmo 8

TÍTULO

Para o mestre da música de Gittith, um salmo de Davi. Não temos certeza sobre o sentido da palavra Gittith. Alguns pensam referir-se a Gate, mas pode se referir a uma melodia comumente cantada ali ou a um instrumento de música inventado ali, ou uma canção sobre Golias de Gate. Outros, remontando às raízes hebraicas, acreditam que significa um cântico para o lagar, um hino alegre para os pisadores de uvas. O termo Gittith é aplicado a dois outros salmos (81 e 84), ambos de natureza alegre, o que nos permite concluir que, onde encontrarmos essa palavra no título, podemos procurar um hino de prazer.

Podemos pelo estilo intitular esse salmo a "Canção do astrônomo": vamos sair e cantá-lo sob os céus estrelados ao cair da noite, pois é provável que, em tal posição, tenha primeiro ocorrido à mente do poeta. O dr. Chalmers diz: "Há muito no cenário de um céu noturno para elevar a alma a uma contemplação piedosa. Aquela lua e estas estrelas, o que são? Destacam-se do mundo, e nos elevam acima dele. Sentimo-nos afastados da terra, e subimos em abstração grandiosa acima deste pequeno teatro de paixões e ansiedades humanas. A mente se abandona ao devaneio, e é transferida num êxtase de pensamento para regiões distantes e inexploradas. Vê a natureza na simplicidade de seus grandes elementos, e vê o Deus da natureza investido com os altos atributos de sabedoria e majestade."

DIVISÃO
O primeiro e último versículos são um doce canto de admiração, no qual a excelência do nome de Deus é exaltada. Os versículos intermediários são constituídos de admiração santa diante da grandeza do Senhor na criação, e sua condescendência para com o homem. Poole, em suas anotações, o disse bem: "É uma grande interrogação, entre os intérpretes, saber se este salmo fala do homem em geral, e da honra que Deus coloca sobre ele em sua criação; ou somente do homem Jesus Cristo. Possivelmente, ambos podem ser reconciliados e colocados juntos, e a controvérsia tem fim, porque o objetivo e o assunto deste salmo claramente parecem ser este: mostrar e celebrar o grande amor e bondade de Deus para com a humanidade, não só em sua criação, mas especialmente na redenção por Jesus Cristo, que, como foi homem, promoveu a honra e o domínio aqui mencionados, para que pudesse continuar sua grande e gloriosa obra. Assim, Cristo é o principal tema deste salmo, e é interpretado assim tanto pelo nosso Senhor mesmo (Mateus 21.16), como por seu santo apóstolo (1Coríntios 15.27; Hebreus 2.6, 7).

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. "Senhor, Senhor nosso". Apropriação pessoal do Senhor como nosso. O privilégio de manter tal porção.
"Como é majestoso". A excelência do nome e da natureza de Deus em todos os lugares e sob todas as circunstâncias.
Sermão ou preleção sobre a glória de Deus na criação e providência.
"Em toda a terra." A revelação universal de Deus na sua natureza e sua excelência.
"Tua glória é cantada nos céus." A glória incompreensível e infinita de Deus.
"Acima dos céus." A glória de Deus atingindo alturas muito acima do intelecto dos anjos e do esplendor do céu.

VERS. 2. Piedade infantil, sua possibilidade, potência, "força" e influência, "para que possas silenciar".
A força do evangelho não é resultado de eloqüência ou sabedoria daquele que fala.
Grandes resultados a partir de pequeninas causas quando o Senhor ordena o trabalho.
Grandes coisas que podem ser ditas e afirmadas pelos recém-convertidos, bebês na graça.
O silenciar das forças do mal pelo testemunho de crentes fracos.
O silenciar do Grande Inimigo pelas vitórias da graça.

VERS. 4. A insignificância do homem. A consciência de Deus do homem. Visitas divinas. A pergunta: "O que é o homem?" Cada um desses temas pode ser suficiente para um sermão, ou todos podem ser tratados em um sermão.

VERS. 5. A relação entre o homem e os anjos.
A posição que Jesus assumiu por nossa causa.
A coroa da humanidade - a glória de nossa natureza na pessoa do Senhor Jesus.
VERS. 5, 6, 7, 8. O domínio universal providencial de nosso Senhor Jesus.

VERS. 6. Os direitos e as responsabilidades do homem para com os animais inferiores.
VERS. 6. O domínio do homem sobre os animais inferiores, e como deve exercê-lo.
VERS. 6 (segunda cláusula). O lugar apropriado para todas as coisas mundanas, "sob os seus pés".

VERS. 9. O peregrino em muitas regiões se delicia com a doçura do nome de seu Senhor sob todas as condições.

Salmo 9

TÍTULO

Para o mestre da música de Muth-labben, um salmo de Davi. O sentido deste título é muito duvidoso. Pode se referir à música com a qual o salmo deveria ser cantado, como pensam Wilcocks e outros; ou pode ser referência a um instrumento musical hoje desconhecido, mas comum naqueles dias; ou pode ainda fazer referência a Ben [Benaia], mencionado em 1Crônicas 15.18, como sendo um dos cantores levitas. Se uma dessas conjecturas estiver correta, o título de Muth-labben não nos traz ensinamentos, a não ser que queira nos mostrar como Davi se preocupava de que, no culto de Deus, tudo fosse feito com a devida ordem. De um grande número de testemunhas eruditas, concluímos que o título pode assumir um sentido muito mais instrutivo, sem ser forçado demais: significa um salmo com respeito à morte do Filho. O caldeu, "com respeito à morte do Campeão que saiu para os acampamentos", está se referindo a Golias de Gate, ou a algum outro filisteu, sobre cuja morte muitos supõem que este salmo tenha sido escrito anos mais tarde, por Davi. Acreditando que, dentre muitas suposições, esta pelo menos seja coerente com o sentido do salmo, nós a preferimos; e, principalmente, porque ela nos possibilita fazer referência de forma mística à vitória do Filho de Deus sobre o campeão do mal, e até sobre o inimigo de almas (versículo 6). Estamos diante de um hino triunfal; que ele possa fortalecer a fé do crente militante e estimular a coragem do santo tímido, ao ver ele aqui O VENCEDOR, em cuja vestidura e coxa está escrito o nome Rei dos reis e Senhor dos senhores.

ORDEM
Bonar comenta: "A posição dos salmos em sua ordem é muitas vezes admirável. Questiona-se se o arranjo atual deles foi a ordem em que foram dados a Israel, ou se algum compilador posterior, talvez Esdras, tenha sido inspirado a dedicar-se a esse assunto, bem como a outros pontos ligados ao cânon. Sem tentar decidir esse ponto, basta observarmos que temos prova de que a ordem dos salmos é tão antiga quanto a conclusão do cânon, e, se assim for, parece óbvio que o Espírito Santo desejou que este livro chegasse até nós nessa ordem. Fazemos estas observações a fim de despertar a atenção para o fato de que, assim como o oitavo salmo deu continuidade à última frase do sétimo, este nono salmo começa com uma referência aparente ao oitavo:

"Senhor, quero dar-te graças de todo o coração
e falar de todas as tuas maravilhas.
Em ti quero alegrar-me e exultar,
e cantar louvores ao TEU NOME, ó Altíssimo" (versículos 1, 2).

Como se "o nome", tão louvado no salmo anterior, ainda estivesse soando no ouvido do doce cantor de Israel. E, no versículo 10, volta-se a ele, celebrando a confiança de quem "conhece" esse "nome" como se sua fragrância ainda perfumasse a atmosfera.

DIVISÃO
A melodia muda com tanta freqüência que é difícil fazer um esboço metódico dela: fizemos o melhor que pudemos. Do versículo 1 ao 6, trata-se de um canto jubiloso de ação de graças; do 7 ao 12, há uma declaração de fé contínua quanto ao futuro. A oração encerra a primeira grande divisão do salmo nos versículos 13 e 14. A segunda parte dessa ode triunfal, embora mais curta, é paralela à primeira em suas partes, e é uma espécie de repetição dela. Observe o cântico pelos juízos do passado, versículos 15, 16; a declaração de confiança na justiça futura, 17, 18; e a oração de desfecho, 19, 20. Celebremos as vitórias do Redentor ao lermos este salmo, e só pode ser uma tarefa deleitosa se o Espírito Santo estiver conosco.

DICAS PARA O PREGADOR
I. O único objeto de nosso louvor - "Senhor, quero dar-te graças".
II. Os temas abundantes de louvor - "todas as tuas maravilhas".
III. A natureza apropriada do louvor - "de todo o coração" (B. Davies).

VERS. 1. "Eu quero falar." Infinda ocupação e apreciação.
VERS. 1. "Todas as tuas maravilhas". Criação, providência, redenção, todas são maravilhosas por exibirem os atributos de Deus de forma a despertar a admiração de todo o universo de Deus. Um tópico bastante sugestivo.

VERS. 2. O canto sagrado: sua ligação com a alegria santa.

VERS. 4.
1. Os direitos dos justos por certo serão atacados.
2. Mas é igualmente certo que serão defendidos.

VERS. 6.
1. O grande inimigo.
2. A destruição que ele já causou.
3. Os meios de sua derrota.
4. O resto que se seguirá.

VERS. 7 (primeira cláusula). A eternidade de Deus - o consolo dos santos, o terror dos pecadores.

VERS. 8. A justiça do governo moral de Deus, especialmente em relação ao grande dia final.

VERS. 9. Pessoas necessitadas, tempos necessitados, provisões oni-suficientes.

VERS. 10.
1. Conhecimento imprescindível - "conhecer o teu nome".
2. Resultado bendito - "confiarão em ti".
3. Suficiente razão - "pois tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam" (T.W. Medhurst).
Conhecimento, fé, experiência, os três ligados entre si.
VERS. 10. Os nomes de Deus inspiram confiança. JEOVÁ Jireh, Tsidekenu, Rophi, Shammah, Nissi, ELOHIM, SHADDAI, ADONAI.

VERS. 11.
1. Sião, o que é?
2. Seu glorioso habitante, o que faz?
3. A ocupação dupla de seus filhos - "cantar louvores", "proclamar entre as nações seus feitos".
4. Argumentos da primeira parte do assunto para nos encorajar no dever duplo.

VERS. 12.
1. Deus numa situação terrível.
2. Lembra-se de seu povo; para poupar, honrar, abençoar e vingá-lo.
3. Atende ao seu clamor, na sua própria salvação e na derrota de seus inimigos. Um sermão consolador para tempos de guerra ou de peste.

VERS. 13. "Misericórdia, Senhor". A oração do publicano explicada, recomendada, apresentada e cumprida.
VERS. 13. "Salva-me das portas da morte." Aflições profundas. Grandes livramentos. Gloriosas exaltações.

VERS. 14. "Eu exultarei em tua salvação". Especialmente porque é tua, ó Deus, e, portanto, honra a ti. Na tua liberalidade, plenitude, adequação, certeza, eternidade. Quem pode se alegrar nisso? Motivos porque devem sempre fazer isso.

VERS. 15. Lex talionis. (Lei de Talião) ["retaliação" quando se comenta "bem-feito!"]). Exemplos memoráveis.

VERS. 16. Conhecimento terrível; uma alternativa tremenda quando comparada ao versículo 10.

VERS. 17. Um aviso para os que se esquecem de Deus.

VERS. 18. Demoras no livramento.
1. A estimativa da descrença - "esquecidos", "perecer".
2. A promessa de Deus - "nem sempre".
3. A obrigação da fé - esperar.

VERS. 19. "Não permitas que o mortal triunfe!" Uma petição poderosa. Casos onde foi usado na Bíblia. O motivo de seu poder. Horas para seu uso.

VERS. 20. Uma lição necessária, e como é ensinada.

Salmo 10

TÍTULO

Visto que este salmo não tem título próprio, alguns supõem que seja um fragmento do salmo 9. Nós preferimos, no entanto, visto que é completo em si, considerá-lo uma composição separada. Já tivemos exemplos de salmos que parecem feitos para formar um par (salmos 1 e 2, salmos 3 e 4) e este, com o nono, é outro exemplar do salmo duplo.

O tema predominante parece ser a opressão e perseguição dos maus, portanto, para nosso próprio governo, nós o intitularemos, O GRITO DOS OPRIMIDOS.

DIVISÃO
O primeiro versículo, numa exclamação de surpresa, explica o objetivo do salmo, ou seja, invocar a interposição de Deus para o livramento de seu pobre povo perseguido. Do versículo 2 ao 11, o caráter do opressor é descrito em linguagem forte. No versículo 12, o clamor do primeiro versículo explode novamente, mas com expressão mais clara. Em seguida (versículos 13-15), o olho de Deus é visto claramente como observador de todos os atos cruéis dos maus; e, em conseqüência da onisciência divina, o julgamento final dos oprimidos é aguardado com regozijo (versículos 16-18). Para a Igreja de Deus durante tempos de perseguição, e para santos individuais que estão sofrendo sob a mão do pecador soberbo, este salmo oferece linguagem adequada tanto para a oração de súplica como para a de louvor.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A resposta a essas perguntas fornece um tema nobre para um sermão experimental. A pergunta não deve ser respondida da mesma maneira em todos os casos. Pecado no passado, provações de graças, fortalecimento da fé, descoberta de depravação, instrução são razões várias para o ocultar da face do Pai.

VERS. 2. Perseguição religiosa em todas as suas fases baseada em orgulho.

VERS. 3. A aversão de Deus à cobiça; mostre a justiça disso.

VERS. 4. O orgulho é a barreira no caminho da conversão.
VERS. 4 (última cláusula). Pensamentos em que Deus não está, oprimidos e condenados.

VERS. 5. "Os seus caminhos estão tão acima da compreensão dele [do ímpio]". A falta de capacidade moral dos homens para apreciarem o caráter e as ações de Deus.

VERS. 6. A vã confiança dos pecadores.

VERS. 9. A ferocidade, astúcia, força e atividade de Satanás.
VERS. 9 (última cláusula). O pescador satânico, sua arte, sua diligência, seu sucesso.

VERS. 10. A humildade astuta desmascarada.

VERS. 11. A divina onisciência e a presunção espantosa de pecadores.

VERS. 12. "Levanta-te, Senhor." Uma oração necessária, admissível, propícia.

VERS. 13 (primeira cláusula). Um fato surpreendente e uma pergunta razoável.
VERS. 13. Futura retribuição: dúvidas a respeito.
1. Por quem é a idéia nutrida: "os ímpios".
2. Onde é nutrida: "em seu coração".
3. Com que objetivo: sossegar a consciência.
4. Com que tendência prática: "menosprezar a Deus". Quem não crê no inferno, não confia no céu.

VERS. 13, 14. Governo divino no mundo.
1. Quem duvida dele? E por quê?
2. Quem crê nele? E o que esta fé lhes provoca?
VERS. 14 (última cláusula). Um pedido pelos órfãos.

VERS. 16. A realeza eterna de Jeová.

VERS. 17. (primeira cláusula).
1. O caráter do cristão - "humilde".
2. Um atributo da vida toda do cristão - "desejo": ele deseja mais santidade, comunhão, sabedoria, graça e saber ser útil; e, depois, deseja glória.
3. A grande bem-aventurança do cristão - "Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados".
VERS. 17 (o versículo inteiro).
1. Considere a natureza dos desejos graciosos.
2. Sua origem.
3. Seu resultado.
As três sentenças sugerem prontamente essas divisões, e o assunto pode ser muito proveitoso.

Salmo 11

ASSUNTO

Charles Simeon faz um ótimo resumo deste salmo: "Os salmos são um rico reservatório de conhecimento experimental. Davi, nos diferentes períodos da vida, enfrentou quase todas as situações que um crente, rico ou pobre, pode enfrentar; nessas composições divinas, ele delineia todas as operações do coração. Introduz, também, os sentimentos e a conduta das várias pessoas que foram cúmplices quer em suas dificuldades ou em suas alegrias; e assim nos proporciona um compêndio de tudo o que se passa no coração das pessoas em todo o mundo. Quando ele escreveu este salmo, estava sob a perseguição de Saul, que buscava sua vida, e o caçou 'como se caça uma perdiz nas montanhas'. Seus amigos tímidos ficaram alarmados com sua segurança e recomendaram que fugisse para algum esconderijo, e assim se escondesse da ira de Saul. Mas Davi, sendo forte na fé, desprezou a idéia de apelar para quaisquer expedientes que denotassem fraqueza e, com confiança, determinou repousar sua confiança em Deus."

Para ajudar-nos a gravar este salmo breve, porém, doce, nós lhe daremos o nome de CÂNTICO DOS IMPERTURBÁVEIS.

DIVISÃO
De 1 a 3, Davi descreve a tentação com que foi atacado, e de 4 a 7, os argumentos pelos quais sua coragem foi sustentada.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A confissão ousada da fé e a recusa corajosa.
VERS. 1. Ensina-nos a confiar em Deus, por maiores que sejam os perigos para nós; também nos ensina que seremos instigados muitas vezes a nos distanciarmos dessa confiança, mas que ainda assim precisamos nos ater a ela, como âncora de nossa alma, infalível e firme (Thomas Wilcocks).
VERS. 1. O conselho da covardia, e a zombaria da insolência, ambas respondidas por fé. Lição: Não procure outra resposta.

VERS. 2. A astúcia de nossos inimigos espirituais.

VERS. 3. Isso poderá nos fornecer um discurso duplo.
1. Se o juramento e a promessa de Deus pudessem remover, o que poderíamos nós fazer? Aqui a resposta é fácil.
2. Se todas as coisas terrestres falharem, e o próprio Estado cair em pedaços, que podemos fazer? Podemos sofrer alegremente, esperar com disposição, esperar com paciência, orar com sinceridade, crer confiantemente e triunfar finalmente.
VERS. 3. A necessidade de manter e pregar verdades fundamentais.

VERS. 4. A elevação, o mistério, a supremacia, a pureza, a eternidade, a invisibilidade do trono de Deus.

VERS. 4, 5. Nestes versículos, observe o fato de que os filhos dos homens, bem como os retos, são provados; estude o contraste entre as duas provações em seus projetos e resultados.
VERS. 5. "O Senhor prova o justo."
1. Quem são provados?
2. O que neles é provado? - Fé, amor.
3. De que maneira? - Provações de toda sorte.
4. Por quanto tempo?
5. Com que propósito?
VERS. 5. "A sua alma odeia." A profundidade do ódio que Deus tem pelo pecado. Ilustre por meio de juízos da providência, ameaças, sofrimentos certos e os terrores do inferno.
VERS. 5. A provação do ouro e o varrer do refugo.

VERS. 6. "Ele fará chover." Chuva benéfica e chuva destrutiva.
VERS. 6. A porção dos impenitentes.

VERS. 7. O Senhor possui a justiça como atributo pessoal, ama-o no abstrato, e abençoa aqueles que a praticam.

Salmo 12

TÍTULO

Este salmo tem no cabeçalho: "Ao mestre da música em Sheminith, um salmo de Davi", título idêntico ao do sexto salmo, exceto que Niginoth foi omitido aqui. Não temos a acrescentar nada de novo, e, por isso, remetemos o leitor as nossas observações na dedicatória do salmo VI. Como Sheminith significa o oitavo, a versão arábica diz que é sobre o fim do mundo, que será o oitavo dia, e remete-o à vinda do Messias: sem aceitar tão extravagante interpretação, podemos ler esse canto de fé lamentosa à luz da vinda daquele que despedaçará o opressor. O assunto melhorará ao olho da mente se chamarmos este salmo de BONS PENSAMENTOS EM MAUS TEMPOS. Supõe-se ter sido escrito enquanto Saul perseguia Davi e aqueles que favoreciam a causa dele.

DIVISÃO
No primeiro e segundo versículos, Davi põe-se a lamentar diante do Senhor com respeito à deslealdade de sua época; os versículos 3 e 4 denunciam traidores soberbos; no versículo 5, o próprio Jeová vocifera sua ira contra opressores; ouvindo isso, o Mestre da Música canta docemente a fidelidade de Deus e seu cuidado do seu povo, nos versículos 6 e 7; mas termina na velha modalidade de lamento no versículo 8, ao observar a maldade abundante de seus tempos. Aquelas almas santas que habitam Meseque e acampam nas tendas de Quedar podem ler e cantar essas estrofes sacras com corações em pleno acordo com sua melodia mista de humilde lamentação e elevada confiança.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. "Salve-nos, Senhor."
1. A oração em si, curta, sugestiva, oportuna, bem direcionada, veemente.
2. Ocasiões para seu uso.
3. Modalidades de sua resposta.
4. Razões para esperar uma resposta graciosa.
VERS. 1. (primeiras duas cláusulas). Texto para funeral de um crente eminente.
VERS. 1. (versículo inteiro).
1. O fato lamentado - descreva os piedosos e fiéis, e mostre como eles falham.
2. O sentimento excitado. Choro pela perda, temores pela igreja, juízos pendentes.
3. A fé que fica: "Salve-nos, Senhor."
VERS. 1. Ligação íntima entre ceder honra a Deus e honestidade ao homem, visto que diminuem juntas.

VERS. 2 (primeira cláusula). Um discurso sobre a prevalência e os males de conversa vã.
VERS. 2. O versículo inteiro. Relação entre bajulação e traição.
VERS. 2. "Um coração dúplice." Tipos certos e errados de coração, e a doença da duplicidade.

VERS. 3. O ódio que Deus tem daqueles pecados gêmeos dos lábios - bajulação e soberba (que é bajulação de si). Por que ele as odeia. Como mostra seu ódio. Em quem ele as detesta mais. Como ficar limpos delas.

VERS. 3, 4.
1. A revolta da língua. Sua pretensão de poder, autonomia e liberdade. Contraste isso e a confissão do crente: "nós não somos de nós mesmos".
2. O método de sua rebelião - "bajulação e falar coisas arrogantes."
3. O fim de sua traição - "cortado".

VERS. 5. O Senhor provocado - Como? Por quê? O que fazer? Quando?
VERS. 5 (última cláusula). O estranho perigo de crentes, da parte daqueles que os desprezam, e a sua segurança especial. Bom tópico prático.

VERS. 6. A pureza, o teste e a permanência das palavras do Senhor.
Sete provações em que os crentes testam a palavra. Pensar um pouco sugerirá quais são.

VERS. 7. Preservação da geração da pessoa nesta vida e para sempre. Um tema muito sugestivo.

VERS. 8. O pecado em lugares altos é especialmente contagiante. Chamada aos ricos e importantes para que se lembrem de sua responsabilidade. Ser agradecido por dirigentes honráveis.
Que seja usada a discriminação na escolha de nossos representantes ou magistrados civis.

Salmo 13

OCASIÃO

Não se pode relacionar este salmo a nenhum evento ou período especial da história de Davi. Todas as tentativas de encontrar para ele um nascedouro são apenas conjecturas. Sem dúvida tratava-se, mais de uma vez, da linguagem daquele homem de Deus tantas vezes provado, e tenciona expressar os sentimentos do povo de Deus nas tribulações recorrentes que os perturbavam. Se até hoje, o leitor não teve oportunidade de usar o vocabulário dessa breve ode, o fará brevemente se for homem segundo o coração de Deus. Estamos acostumados a chamar este salmo de "Salmo Até Quando". Quase o chamamos de "Salmo Uivante", pela incessante repetição do clamor "até quando?".

DIVISÃO
Este salmo se divide em três partes: a pergunta da ansiedade, 1, 2; o rogo da oração, 3, 4; o canto da fé, 5, 6.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A aparentemente longa duração da tristeza, apenas aparente. Contrasta com dias de alegria, com tristeza eterna e alegria eterna. A impaciência e outras paixões vis causam a sensação de que é muito tempo. Há meios de encurtar, recusando-se a antecipação ou ao lamentar posterior.
VERS. 1 (segunda cláusula). A face divina escondida. Por quê, afinal? Por que de mim? Por que por tanto tempo?

VERS. 2. Conselho aos desanimados, ou a alma dirigida a olhar para fora de si por consolação (A. Fuller).
VERS. 2 (primeira cláusula). Autotortura, sua causa, sua imprecação, seu crime e sua cura.
VERS. 2 "Tristeza no coração dia após dia."
1. A causa de tristeza diária. Grande inimigo, descrença, pecado, tribulação, perda da presença de Jesus, de empatia com os outros, lamentação pela ruína humana.
2. A necessidade de tristeza diária. Expurgar corrupções, incentivar graças, elevar desejos aos céus.
3. A cura de tristeza diária. Bom alimento da mesa de Deus, velho vinho de promessas, caminhadas com Jesus, exercitar-se em boas obras, evitar tudo que é insalubre (B. Davies).
VERS. 2 (segunda cláusula). Antecipa-se o tempo quando a derrota se transformará em vitória.

VERS. 3. Acomodando-se o texto ao crente.
1. O verdadeiro caráter de Satanás, "inimigo".
2. Fato notável é que esse inimigo é exaltado sobre nós.
3. Pergunta premente: "Até quando?" (B. Davies).
VERS. 3. "Ilumina os meus olhos." Uma oração adequada para (1) Todo pecador ignorante. (2) Todo aquele que busca salvação. (3) Todo aprendiz na escola de Cristo. (4) Todo crente experimentado. (5) Todo santo que está morrendo (B. Davies).

VERS. 4. Note a natureza dos maus de dois modos, a saber, quanto mais prevalecem mais são insolentes; exultam assombrosamente sobre aqueles que são afligidos (T. Wilcocks).

VERS. 5. Experiência e perseverança. "Eu confio", "Meu coração exulta".

VERS. 6. O doador generoso e o cantor vigoroso.
O salmo todo é um bom tema, mostrando os estágios desde o pesar do luto até o alegrar-se, atendo-se especialmente à oração da mudança ao regozijo, demorando-se especialmente no ponto crucial, a oração. Há dois versículos para cada: lamentação do luto, oração, regozijo (A. G. Brown).

Salmo 14

TÍTULO

Este poema admirável tem um título simples: "Para o mestre da música. Por Davi". A dedicatória ao mestre da música encabeça cinqüenta e três salmos e indica claramente que tais salmos visavam, não apenas o uso particular de crentes, e sim serem cantados nas grandes assembléias pelo coro, cujo mestre era o supervisor ou o superintendente, chamado em nossa versão "o músico mestre", e por Ainsworth, "o mestre da música". Vários destes salmos têm pouco ou nenhum louvor, e não se dirigiam diretamente ao Altíssimo, contudo, deviam ser cantados em culto público, o que indica que a teoria de Agostinho, reavivada recentemente por certos criadores de hinários, de nada ser cantado a não ser louvor, é muito mais ilusório do que bíblico. Não só a Igreja antiga entoava como cantochão a doutrina santa e oferecia oração entre seus cânticos espirituais, mas mesmo as notas lamentosas de queixas eram colocadas em sua boca pelo doce cantor de Israel, inspirado por Deus. Algumas pessoas se agarram a qualquer minúcia com uma falsa aparência de correto, e se deleitam de serem mais precisos do que outras; não obstante, será para sempre o modo de homens simples, não só o de magnificar o Senhor em cânticos sagrados, como, segundo o preceito de Paulo, o de ensinar e admoestar uns aos outros em salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus corações ao Senhor.

Como nenhum título que o distinga é dado a este salmo, sugerimos como ajuda à memória, o título COM RESPEITO AO ATEÍSMO PRÁTICO. As muitas conjecturas quanto à ocasião na qual foi escrito são tão completamente sem fundamento, que seria perda de tempo mencioná-las. O apóstolo Paulo, em Romanos 3, mostrou que o desígnio geral do escritor inspirado é mostrar que tanto judeus como gentios estão todos sob o pecado; não havia razão nenhuma, portanto, de se fixar qualquer ocasião histórica em particular, quando toda a história cheira mal com provas terríveis de corrupção humana. Com alterações edificantes, Davi nos deu, no salmo 53, uma segunda edição deste salmo humilhante, sendo movido pelo Espírito Santo a declarar assim duplamente uma verdade que é sempre desagradável a mentes carnais.

DIVISÃO
O credo tolo do mundo (versículo 1); sua influência prática em corromper a moral, 1, 2, 3. As tendências perseguidoras de pecadores, 4; seus alarmes, 5; sua zombaria dos piedosos, 6; e uma prece pela manifestação do Senhor para alegria de seu povo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A loucura do ateísmo.
VERS. 1. Ateísmo do coração. Um dos sermões sobre o coração, de Jamieson.
VERS. 1 (versículo todo). Descreva:
1. Sua fonte:
2. O tolo que tem o credo: ou portanto, o ateísmo.
3. Sua fonte: "o coração".
4. Seu credo: "nenhum Deus".
5. Seus frutos: "corruptos".
VERS. 1.
1. A grande fonte de pecado - a alienação de Deus.
2. O local do domínio - o coração.
3. Seu efeito sobre o intelecto - torna o homem um tolo.
4. Suas manifestações na vida - atos de comissão e omissão.
VERS. 1. (última cláusula). A lanterna de Diógenes. Levante-a sobre todas as classes e denuncie seus pecados.

VERS. 2.
1. Procura condescendente.
2. Súditos favorecidos.
3. Intenções generosas.
VERS. 2. O que Deus procura, e o que nós devemos procurar. Os homens, em geral, enxergam rapidamente as coisas que têm a ver com seu próprio caráter.

VERS. 2, 3. A procura de Deus por um homem naturalmente bom; o resultado; lições a serem aprendidas com isso.
VERS. 3. Total depravação da raça.

VERS. 4. "Será que nenhum dos malfeitores aprende?" Nenhum tem conhecimento? Se os homens conhecessem ao certo Deus, sua lei, o mal do pecado, o tormento do inferno, e outras grandes verdades, pecariam como pecam? Ou se sabem essas coisas e continuam em suas iniqüidades, como são culpados, e como são tolos! Responda a pergunta tanto positiva como negativamente, e ela dará matéria para uma fala penetrante.
VERS. 4 (primeira cláusula). O pecado gritante de transgredir a luz e o conhecimento.
VERS. 4 (última cláusula). Ausência de oração, um sinal certo de um estado sem a graça.

VERS. 5. Os temores tolos daqueles que não têm temor de Deus.
VERS. 5. Como o Senhor está perto dos justos; as conseqüências para o perseguidor, e o encorajamento para os santos.

VERS. 6. A sabedoria de fazer do Senhor o nosso refúgio (John Owen).
VERS. 6. Descreva:
1. O homem pobre pretendido aqui.
2. Seu conselho.
3. Sua repreensão.
4. Seu refúgio.
VERS. 6. Confie em Deus, um tema do qual apenas os tolos zombariam. Mostre a sabedoria do tema.

VERS. 7. Anseios pela vinda do advento.
VERS. 7. "De Sião." A igreja, o canal de bênçãos para os homens.
VERS. 7. Discurso para promover o reavivamento.
1. Condição freqüente da igreja: "cativeiro".
2. Meio de avivamento - a vinda do Senhor em graça.
3. Conseqüências, "exultação", "regozijo".
VERS. 7. Cativeiro da alma. O que é. Como é estabelecido. Como se efetua. Com que resultados.

Salmo 15

ASSUNTO

Este salmo de Davi não tem dedicatória que indique a ocasião em que foi escrito, mas é muitíssimo provável que, junto com o salmo 24, com o qual possui marcante semelhança, sua composição tenha sido de alguma forma ligada à remoção da arca para o monte santo de Sião. Quem assistia, quem cuidava da arca não era assunto insignificante, porque, como pessoas não autorizadas, tinham penetrado na missão, Davi não pôde na primeira ocasião completar seu propósito de levar a arca para Sião. Na segunda tentativa, ele foi mais cuidadoso, não só passando o encargo de carregar a arca para os levitas conforme divinamente nomeados (1Cr 15.2), mas também deixando-o a cargo do homem cuja casa o Senhor havia abençoado, que era Obede-Edom, que com os muitos filhos ministrou na casa do Senhor (1Cr 26.8-12). Espiritualmente, temos aqui uma descrição do homem que é uma criança em casa na Igreja de Deus na terra, e que habitará a casa do Senhor para sempre lá em cima. Ele é essencialmente Jesus, o homem perfeito, e nele todos aqueles que pela graça são conformados à sua imagem.

DIVISÃO
O primeiro versículo faz a pergunta; os restantes a respondem. Chamaremos o salmo A PERGUNTA E RESPOSTA.

 DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Requisitos para ser membro da igreja na terra e no céu. Um assunto para autocrítica.
VERS. 1.
1. Comparação entre a igreja e o tabernáculo. A presença de Deus manifesta, sacrifício oferecido e vasos de graça preservados nele; inferiores e desprezíveis no exterior, gloriosos no interior.
2. Comparação de sua dupla posição à do tabernáculo. Móvel no deserto, e fixa sobre o monte.
3. Investigue qualificações para ser admitido na igreja e no tabernáculo. Faça um paralelo com os sacerdotes.
VERS. 1. A grande pergunta. Pergunta feita por mera curiosidade, desespero, temor piedoso, pergunta sincera, alma preocupada com quedas de outros, fé santa. Dê resposta a cada uma.
VERS. 1. O cidadão de Sião é descrito. Sermão, como o de Thomas Boston.
VERS. 1. Ansiedade por conhecer os verdadeiros santos, até onde é permitido e proveitoso.
VERS. 1. Deus é o único observador infalível dos verdadeiros santos.
 VERS. 2. "Aquele que é íntegro em sua conduta."
1. O que ele precisa ser. Precisa ser direito, aprumado, em seu coração. Um homem torto não pode andar no prumo.
2. Como ele deve agir. Nem por impulso, ambição, ganho, temor ou bajulação. Não pode ficar encurvado para qualquer direção, deve manter-se reto.
3. O que ele deve esperar. Ciladas, armadilhas que o façam tropeçar.
4. Onde ele deve andar. No caminho do dever, o único em que pode andar em boa postura.
5. Onde ele deve olhar. Para cima, diretamente para cima, e então ele será reto.
VERS. 2. "De coração fala a verdade." Assunto: falsidade de coração e verdade de coração.
VERS. 2 (primeira cláusula). O cidadão de Sião, um caminhante reto.
VERS. 2 (cláusula do meio). O cidadão de Sião, um operador de retidão.
VERS. 2 (última cláusula). O cidadão de Sião, um falador da verdade. Tema usado em quatro sermões por Thomas Boston.

VERS. 3. Os males da crítica. Afeta três pessoas mencionadas aqui: o difamador, o vizinho sofredor e o que passa adiante a calúnia.
VERS. 3. "E não lança calúnia contra o seu próximo." O pecado de estar muito disposto a acreditar em rumores. É comum, cruel, tolo, injurioso, ímpio.

VERS. 4. O dever de honrar de modo prático os que temem o Senhor. Com elogio, respeito, assistência, imitação.
VERS. 4. O pecado de medir as pessoas por outros critérios e não pelo seu caráter prático.
VERS. 4 (última cláusula). O Senhor Jesus como nossa segurança imutável, sua promessa infalível e sua mágoa quando fica triste conosco.

VERS. 5. As evidências e os privilégios de homens piedosos.
VERS. 5 (última cláusula). Os piedosos são inabaláveis e seguros.

Salmo 16

TÍTULO

O Michtam de Davi. Seu sentido é geralmente entendido como o SALMO DOURADO, e tal título é muito apropriado por ser a matéria como o mais fino ouro. Ainsworth o denomina "A jóia de Davi, ou o cântico notável". O dr. Hawker, que está sempre atento para passagens interessantes, clama piedosamente: "Alguns têm-no chamado de precioso, outros, de dourado, e outros ainda, de jóia preciosa; e como o Espírito Santo, pelos apóstolos Pedro e Paulo, nos mostrou que é todo sobre o Senhor Jesus Cristo, o que aqui é dito sobre ele é precioso, é dourado, é realmente uma jóia!" Não nos deparamos antes com o termo Michtam, mas ao chegarmos aos salmos 56, 57, 58, 59 e 60, nós o veremos de novo, e observaremos que, como o presente, esses salmos, embora comecem com oração, e dêem a entender dificuldades, estão cheios de santa confiança e terminam com cantos de certeza quanto à segurança e alegria final. O dr. Alexander, cujos comentários são de valor inestimável, acredita que a palavra seja, provavelmente, mais um simples derivado de uma palavra que significa esconder, significando um segredo ou mistério, e que indica a profundidade de importância doutrinária e espiritual contida nestas composições sacras. Se esta for a verdadeira interpretação, está bem de acordo com a outra, e quando as duas se unem, compõem um nome do qual todo leitor se lembrará, e que trará imediatamente à lembrança o assunto precioso: O SALMO DO PRECIOSO SEGREDO.

ASSUNTO
Não nos restam apenas os intérpretes humanos para termos a chave para esse mistério dourado, pois, falando pelo Espírito Santo, Pedro nos diz: "Davi falou com respeito a ELE" (At 2.25). Mais adiante neste seu sermão memorável, ele disse: "Irmãos, posso dizer-lhes com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta e sabia o que Deus lhe prometera sob juramento, que colocaria um dos seus descendentes em seu trono. Prevendo isso, falou da ressurreição do Cristo, que não foi abandonado no sepulcro e cujo corpo não sofreu decomposição" (Atos 2.29-31). Nem é este nosso único guia, pois o apóstolo Paulo, dirigido pela mesma inspiração infalível, cita este salmo e testifica que Davi escreveu sobre o homem através de quem se prega a nós o perdão de pecados (At 13.35-38). Em geral, os comentadores têm aplicado o salmo tanto a Davi, aos santos, e ao Senhor Jesus, mas nós arriscaremos crer que nele "Cristo é tudo", visto que nos versículos 9 e 10, como os apóstolos no monte, nós podemos ver "nenhum homem senão somente a Cristo".

DIVISÃO
O todo é tão compacto que é difícil desenhar linhas definidas de divisão. Talvez baste notar a oração de fé do Senhor, versículo 1; a confissão de fé em Jeová somente, 2, 3, 4, 5; o contentamento de sua fé no presente, 6, 7; e a alegre confiança de sua fé para o futuro (8, 11).

DICAS PARA O PREGADOR
Michtam de Davi. Sob o título de "O salmo dourado", Canon Dale publicou um pequeno volume, valioso por ser uma série de boas dissertações simples, mas talvez não devesse ter sido chamado de "uma exposição". Achamos por bem dar os cabeçalhos dos capítulos nos quais seu volume está dividido, porque há muito brilho, e pode haver alguma solidez nas sugestões.
VERS. 1. A procura do ouro. O crente cônscio do perigo, confiando somente em Deus por livramento.

VERS. 2, 3. A posse do ouro. O crente procura justificação apenas na justiça de Deus, enquanto mantém a santidade pessoal por meio do companheirismo com os santos.

VERS. 4, 5. A prova do ouro. O crente encontra sua porção presente e espera sua herança eterna no Senhor.

VERS. 6. A apreciação ou valorização do ouro. O crente se congratula pelo quanto é agradável sua habitação e quão boa a sua herança.

VERS. 7, 8. A utilização do ouro. O crente busca instrução dos conselhos do Senhor à noite, e realiza sua promessa de dia.

VERS. 9, 10. A somatória ou o cálculo do ouro. O crente se alegra e louva a Deus pela promessa de um descanso em esperança e da ressurreição na glória.

VERS. 11. O aperfeiçoamento do ouro. O crente realiza à mão direita de Deus a plenitude de alegria e os prazeres para todo o sempre.

Sobre este salmo, oferecemos algumas sugestões, selecionadas dentre muitas:
VERS. 1. A oração e a petição. Aquele que preserva, e aquele que confia. Os perigos dos santos e o local de sua confiança.

VERS. 2. "Tu és o meu Senhor." A alma com sua apropriação, lealdade, segurança e voto de dedicação.

VERS. 2, 3. A influência e a esfera da bondade. Nenhum lucro para Deus, ou para santos ou pecadores que já partiram, mas sim para homens vivos. Necessidade de presteza.
VERS. 2, 3. Evidências de fé verdadeira.
1. Lealdade à autoridade divina.
2. Rejeição de justiça própria.
3. Prática do bem aos santos.
4. Apreciação de excelência santa.
5. Deleite na sociedade deles.
VERS. 3. Os notáveis na terra. A tradução pode ser nobres, maravilhosos, magníficos. São assim em seu novo nascimento, natureza, roupas, atendimento, herança.
VERS. 3. "Em quem está todo o meu prazer." A razão pela qual os cristãos devem ser objetos de nosso prazer. Por que não nos deleitamos mais neles. Por que eles não se deleitam em nós. Como tornar mais prazerosa nossa comunhão, nosso tempo juntos.
VERS. 3. Sermão de coleta para crentes pobres.
1. Santos.
2. Santos sobre a terra.
3. Estes são excelentes.
4. Nós precisamos ter prazer neles.
5. Nós precisamos estender a eles a nossa bondade (Matthew Henry).

VERS. 4. As tristezas da idolatria ilustradas em pagãos e em nós mesmos.
VERS. 4 (segunda cláusula). O dever de separar-se completamente dos pecadores na vida e na conversa.

VERS. 5. A herança futura e o copo presente encontram-se em Deus.

VERS. 6.
1. "Lugares agradáveis." Belém, Calvário, Monte das Oliveiras, Tabor, Sião, o Paraíso.
2. Propósitos agradáveis, que fizeram essas divisas caberem a mim.
3. Louvores agradáveis. Por serviço, sacrifício e cântico.
VERS. 6. (segunda cláusula).
1. Uma herança.
2. Uma boa herança.
3. Eu a tenho.
4. Sim, ou o testemunho do Espírito.
VERS. 6. "Uma boa herança." O que faz bela a nossa porção é:
1. A estima de Deus com ela.
2. O fato de vir da mão do Pai.
3. Que vem através do pacto da graça.
4. Que é a aquisição do sangue de Cristo.
5. Que é uma resposta de oração, e uma bênção do alto sobre empenhos honestos.
VERS. 6. Podemos colocar esse reconhecimento na boca de:
1. uma criança favorecida pela providência.
2. um habitante deste país favorecido com o Evangelho.
3. um cristão com respeito à sua condição espiritual (William Jay).

VERS. 7. Aceitar a opinião de um conselheiro. De quem? Sobre o quê? Por quê? Quando? Como? E depois?
VERS. 7. Para cima e para dentro, ou duas correntes de instrução.

VERS. 8. Coloque o Senhor sempre diante de si como:
1. seu protetor.
2. seu líder.
3. seu exemplo.
4. seu observador (William Jay).

VERS. 8, 9. Uma percepção da presença divina é o nosso melhor apoio. Isso nos dá:
1. Uma boa confiança a respeito das coisas externas. "Não serei abalado."
2. Alegria boa no íntimo. "Meu coração se alegra."
3. Música boa para a língua viva. "No íntimo exulto."
4. Esperança boa para o corpo que morre. "Mesmo o meu corpo".
VERS. 9. (última cláusula).
1. O sábado dos santos (descanso).
2. O seu sarcófago (tranqüilo - em esperança).
3. A sua salvação (pela qual ele espera).

VERS. 9, 10. Jesus foi alegrado aguardando a morte pela segurança de sua alma e corpo, e nosso consolo nele é no mesmo sentido.
VERS. 10. Jesus morto, o lugar de sua alma e de seu corpo. Tópico difícil, porém, interessante.

VERS. 10, 11. Porque ele vive nós também viveremos. Os crentes, portanto, também podem dizer: "Tu me farás conhecer a vereda da vida." Essa vida significa a bem-aventurança reservada no céu para o povo de Deus após a ressurreição. Tem três características. A primeira diz respeito à sua fonte - flui da "tua presença". A segunda é a respeito de sua plenitude - é "plenitude de alegria". A terceira é sobre sua permanência - "eterno prazer" (William Jay).
VERS. 11. Um doce quadro do céu.

Salmo 17

TÍTULO E ASSUNTO

Uma oração de Davi. Davi não teria sido um homem segundo o coração de Deus se não tivesse sido um homem de oração. Ele era um mestre da arte sagrada da súplica. Ele corre para a oração em todos os tempos de necessidade, como o comandante de navio que acelera a velocidade para chegar ao porto na premência de uma tempestade. Tão freqüentes eram as orações de Davi que não podiam todas ser datadas e intituladas; e por isso este salmo simplesmente leva o nome do autor. O cheiro da fornalha está sobre este salmo, mas há evidência, no último versículo, de que quem o escreveu saiu incólume da chama. Nós temos neste cântico lamentoso UM APELO AO CÉU por causa das perseguições da terra. Um olho espiritual pode ver Jesus aqui.

DIVISÃO
Não há linhas de demarcação muito claras entre as partes: mas nós preferimos a divisão adotada por David Dickson, precioso comentarista. Nos versículos de 1 a 4, Davi clama por justiça na controvérsia entre ele e seus opressores. Nos versículos 5 e 6, solicita do Senhor a graça para agir corretamente sob a tribulação. Nos versículos de 7 a 12, ele busca proteção de seus inimigos, a quem descreve nitidamente; e nos versículos 13 e 14, roga para que eles possam ficar desapontados; encerrando com uma confiança tranqüila de que tudo, com certeza, ficará bem com ele no final.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A voz de Jesus - nossa justiça e nossa própria voz. Trabalhe ambos os pensamentos subindo ao ouvido do céu, notando as qualidades de nossa oração como indica a linguagem do salmista, tais como sinceridade, perseverança.

VERS. 2. "Venha de ti a sentença em meu favor."
1. Quando virá.
2. Quem tem coragem de conhecê-la agora.
3. Como estar entre eles.

VERS. 3. "Provas o meu coração." O metal, a fornalha, o refinador.
VERS. 3. "E de noite me examinas."
1. Glorioso visitante.
2. Indivíduo favorecido.
3. Estação estranha.
4. Lembrança refrescante.
5. Resultado prático
VERS. 3 (última sentença). Transgressões do lábio, e como evitá-las.

VERS. 4. A estrada e as trilhas. O mundo e o pecado. "Evitei os caminhos do violento" - um nome significativo para a transgressão.

VERS. 5. "Meus passos seguem firmes."
1. Quem? Deus segura.
2. O quê? "Meus passos." Minhas idas.
3. Quando? Tempo presente do verbo.
4. Onde? "Nas tuas veredas."
5. Para quê? Para que meus pés não escorreguem.
VERS. 5. Que eu observe Davi e aprenda a orar como ele orou [agradecido]:
"Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; meus pés não escorregaram."
1. Veja seu percurso. Ele fala de andar. A religião não permite que um homem se sente e fique parado. Ele fala de seguir, de ir "nas veredas", nos caminhos de Deus. Estes são triplos.
(a) O caminho de seus mandamentos.
(b) O caminho de suas ordenanças.
(c) O caminho de suas dispensações.
1. Sua preocupação com respeito a seu percurso. É a linguagem de:
(a) Convicção;
(b) Apreensão;
(c) Fraqueza,
(d) Confiança (William Jay).

VERS. 6. Duas palavras, as duas grandes, embora pequenas, "clamar" e "ouvir". Duas pessoas, uma pequena e a outra grande. "Eu", "a ti, ó Deus". Dois tempos verbais: passado, "clamo" = tenho clamado, já clamei; futuro, "tu me respondes" = responderás. Duas maravilhas, que não clamamos mais, e que Deus ouve orações tão pouco dignas.

VERS. 7. (primeira sentença). A visão da amorosa bondade (longanimidade) desejada.
VERS. 7. "Tu, ó Deus" Deus, o Salvador de crentes.

VERS. 8. Dois emblemas muito sugestivos de ternura e cuidado. Envolvendo num caso unidade viva, como o olho com o corpo, e no outro, relacionamento amoroso, como da ave e seus filhotes.

VERS. 14. "Homens deste mundo, cuja recompensa está nesta vida." Quem são? O que têm? Onde o têm? O que vem em seguida?
VERS. 14. "Com a tua mão, Senhor, dos homens mundanos" (ARA). Controle providencial e uso de homens maus.

VERS. 15. Esta é a linguagem:
1. De um homem cuja cabeça já tomou sua decisão, que decidiu por si, cujas decisões não dependem das decisões de outras pessoas.
2. De um homem que está subindo na vida e tem grandes perspectivas à sua frente.
3. É a linguagem de um judeu.
VERS. 15. Ver a face de Deus significa duas coisas:
1. Gozar o seu favor.
2. Ter tempos de comunhão íntima com ele (William Jay).
VERS. 15. A esperança de felicidade (Sermão de Spurgeon). Divisões:
1. O espírito dessa frase.
2. O seu conteúdo.
3. O contraste nela subentendido.
VERS. 15. Ver Deus e ser como ele, o desejo do crente (J. Fawcett).

Salmo 18

TÍTULO

"Ao mestre da música um salmo de Davi, servo do Senhor, que falou ao Senhor as palavras deste cântico no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos, e das mãos de Saul." Temos outra forma para este salmo, com variações significativas (2Sm 22), e que sugere a idéia de que foi cantado por Davi em ocasiões diversas quando ele reviu sua própria história extraordinária, e observou a mão graciosa de Deus em toda ela. Como o hino de Addison que começa "Quando todas as suas misericórdias, Ó meu Deus", este salmo é o cantar de um coração agradecido comovido com o retrospecto das múltiplas e maravilhosas misericórdias de Deus. Nós o chamaremos O RETROSPECTO AGRADECIDO. O titulo merece atenção. Davi, embora nessa época já fosse rei, se chama, "o servo de Jeová", mas não faz nenhuma menção de sua realeza; portanto, deduzimos que ele contava como honra maior ser servo do Senhor do que ser rei de Judá. Sábio o seu julgamento. Dono de um talento poético, servia ao Senhor compondo este salmo para o uso da casa do Senhor; e não é pouco trabalho dirigir ou melhorar aquela parte deleitosa do culto divino, o canto dos louvores ao Senhor. Oxalá mais habilidade musical e poética fosse consagrada, e que aos nossos principais músicos se pudesse confiar salmodia devota e espiritual. Deve-se observar que as palavras deste cântico não foram compostas para agradar o gosto dos homens, e sim, foram faladas, dirigidas a Jeová. Seria bom se tivéssemos um olhar mais específico à honra do Senhor em nosso cantar, e em todas as outras práticas sagradas. Vale pouco o louvor que não é dirigido somente e entusiasticamente ao Senhor. Davi bem pôde ser direto em sua gratidão, pois devia tudo ao seu Deus, e no dia de seu livramento a ninguém devia gratidão senão ao Senhor, cuja mão direita o preservou. Nós também deveríamos sentir que a Deus e somente a Deus somos devedores da maior dívida de honra e ações de graças.

Se nos lembrarmos de que o versículos 2 e 49 são citados no Novo Testamento (Hebreus 2.13; Romanos 15.9) como palavras do Senhor Jesus, ficará claro que um maior do que Davi está aqui. Leitor, você não precisa de nosso auxílio nesse respeito; se você conhece Jesus prontamente o achará nas tristezas, nos livramentos e nos triunfos dele através deste maravilhoso salmo.

DIVISÃO
Os três primeiros versículos são prefácio no qual a decisão de bendizer Deus é declarada. A misericórdia que livra é belamente exaltada na poesia do versículo 4 ao 19; e então o cantor feliz, do versículo 20 ao 28, protesta que Deus agiu retamente ao favorecê-lo desta forma. Cheio de alegria grata, ele novamente retrata seu livramento e antecipa vitórias futuras do versículo 29 ao 45; e no fechamento fala com presciência dos gloriosos triunfos do Messias, da semente de Davi e do ungido do Senhor.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A determinação do amor, a lógica do amor, as tribulações do amor, as vitórias do amor.
James Hervey tem dois sermões sobre o "Amor a Deus" baseados neste texto.

VERS. 2. As muitas excelências de Jeová para seu povo.
VERS. 2. Deus - a porção totalmente suficiente de seu povo (C. Simeon's Works, vol. 5, p. 85).

VERS. 3. Resolve-se orar; louvor é dado; resultado esperado.

VERS. 4-6. Retrato vívido de uma alma desesperada, e os recursos que procura na hora extrema.

VERS. 5 (primeira cláusula). A condição de uma alma convencida do pecado.
VERS. 5 (segunda cláusula). A maneira em que armadilhas e tentações se organizam, por feitura de Satanás, para nos atrapalhar ou nos impedir.

VERS. 6. A hora, a maneira, o escutar e o responder da oração.

VERS. 7. O tremer de todas as coisas na presença de um Deus irado.

VERS. 10. Agentes celestiais e terrestres subservientes aos propósitos divinos.

VERS. 11. A escuridade na qual Jeová se esconde. Por quê? Quando? E depois?

VERS. 13. Trevas e chuvas. "Granizo e brasas de fogo" (ARA). O assustador em sua relação a Jeová.

VERS. 16. O cristão, como Moisés, "tirado de águas profundas". O versículo inteiro é um assunto nobre; pode ser ilustrado pela vida de Moisés.

VERS. 17. O canto da vitória do santo sobre Satanás, e todos os demais inimigos.
VERS. 17 (última cláusula). Motivo ímpar, mas sólido, para esperar auxílio divino.

VERS. 18. A "arte" do inimigo. "Eles me atacaram no dia da minha desgraça." O inimigo acorrentado: "Mas o Senhor foi o meu amparo."

VERS. 19. A razão da graça, e a posição em que ela coloca seus escolhidos.

VERS. 21. Integridade de vida, sua medida, sua fonte, seu benefício e seus perigos.

VERS. 22. A necessidade de considerar as coisas sagradas, e a impiedade de negligenciá-las de forma descuidada.

VERS. 23. O coração reto e "aquele" seu estimado pecado ( Sermão de W. Strong).
VERS. 23. Peccata in deliciis; um discurso de pecados acariciados (P. Newcome).
VERS. 23. A tentação certa da retidão (Dr. Bates).

VERS. 25. A eqüidade do proceder divino (C. Simeon).

VERS. 26. Ecos, na providência, graça e juízo.

VERS. 27. Consolação para os humildes, e desolação para os altivos.
VERS. 27 (segunda cláusula). Os olhares altivos são abatidos. Num modo de graça e justiça. Entre santos e pecador. Um tema amplo.

VERS. 28. Uma esperança confortável para um estado desconfortável.

VERS. 29. Crer nas façanhas narradas. Variedade, difíceis em si, fáceis no acontecimento, completadas, a impunidade e a dependência da operação divina.

VERS. 30. O modo, a palavra e a guerra de Deus.

VERS. 31. Um desafio.
1. Aos deuses. O mundo, o prazer. Quais dentre estes merecem o nome?
2. Às rochas, confiança própria, superstição. Em quais podemos confiar?

VERS. 32-34. Posições que testam, adaptações graciosas, realizações elegantes, permanências seguras, reconhecimento agradecido.

VERS. 35. "O escudo da vitória." O que é? A fé. De onde vem? "Tu me dás." O que alcança? "Salvação" - o escudo da salvação. Quem já o recebeu?

VERS. 36. A benevolência divina em arranjar a nossa sorte.

VERS. 39. O Cavaleiro da Cruz da Salvação armado para a batalha.

VERS. 41. Orações que nada alcançam - na terra e no inferno.

VERS. 42. A derrota certa, o vexame final, a ruína do mal.

VERS. 43 (última cláusula). Nossa distância natural e pecaminosa de Cristo não é barreira nenhuma para a graça.

VERS. 44. Avanços rápidos do evangelho em alguns lugares, progresso lento em outros. Considerações solenes.

VERS. 46. O Deus vivo, e como abençoá-lo e exaltá-lo.

VERS. 50. A grandeza da salvação, "grandes vitórias"; seu canal, "o Rei"; e sua perpetuidade, "para sempre".

Salmo 19

ASSUNTO

Seria perder tempo investigar o período específico em que esse poema encantador foi composto, pois não há nada em seu título ou assunto que nos ajudasse nessa pesquisa. O cabeçalho, "Para o mestre da música, salmo de Davi", nos informa que Davi o escreveu, e que foi entregue ao Mestre encarregado da música no santuário para o uso dos adoradores reunidos. Nos primeiros dias, o salmista, enquanto vigiava o rebanho de seu pai, se dedicou ao estudo dos dois grandes livros de Deus - a natureza e a Escritura; e ele havia penetrado tão completamente no espírito destes dois únicos volumes de sua biblioteca que pôde com crítica devota comparar e contrastá-los, magnificando a excelência do autor como vista em ambos. Como são tolos e ímpios aqueles que em vez de aceitar os dois tomos sagrados e deleitar-se em ver a mesma mão divina em cada um, gastam todas as suas faculdades mentais tentando achar discrepâncias e contradições. Podemos estar seguros de que os verdadeiros "Vestígios da Criação" nunca entrarão em contradição com Gênesis, nem um "Cosmos" correto seria encontrado em desacordo com a narrativa de Moisés. É mais sábio aquele que lê tanto o livro-mundo, quanto o Livro-palavras como dois volumes da mesma obra, e que sente respeito a eles: "Meu Pai escreveu todos os dois".

DIVISÃO
Este canto se divide em três partes, até tratadas distintamente pelos tradutores em nossa versão. As coisas criadas mostram a glória de Deus, 1-6. A palavra mostra sua graça, 7-11; Davi ora por graça, 12-14. Assim, louvor e oração se combinam, e aquele que aqui canta a obra de Deus no mundo exterior roga por uma obra de graça em seu interior.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. "Os sermões astronômicos" [Astronomical Discourses], de Chalmer, sugerem ao pastor muitos modos de manejar este tema. O poder, a sabedoria, a bondade, a pontualidade, a fidelidade, a grandeza e a glória de Deus são muito visíveis nos céus.
VERS. 1-5. Um paralelo entre os céus e a revelação da Escritura, dando importância a Cristo como o Sol central das Escrituras.
VERS. 1. Os céus declaram a glória de Deus. Podemos nos unir nesse trabalho: nobreza, prazer, utilidade e dever de tal ocupação.

VERS. 2. Vozes do dia e da noite. Pensamentos do dia e da noite.

VERS. 3. "Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz", mas lê-se este versículo combinado ao versículo 4, o que sugere a eloqüência de uma vida reservada, discreta - silenciosa, porém, ouvida.

VERS. 4. Em que sentido Deus é revelado a todas as pessoas.

VERS. 4, 5, 6. O Sol da Justiça.
1. Seu tabernáculo.
2. Seu aparecimento como noivo.
3. Sua alegria como campeão.
4. Seu circuito e sua influência.

VERS. 5. "Com a alegria de um herói". A alegria da força, a alegria do trabalho santo, a alegria da recompensa antecipada.

VERS. 6. O poder penetrante do evangelho.

VERS. 7 (primeira cláusula). Escritura Santa.
1. O que é - "lei".
2. De quem é - "do Senhor"
3. Qual o seu caráter - "perfeito".
4. Qual o seu resultado - "tornam sábios os inexperientes" - converte a alma.
VERS. 7 (segunda cláusula).
1. Os estudiosos.
2. Livro da classe.
3. Professor.
4. Progresso.
VERS. 7 (ultima cláusula). A sabedoria de uma fé simples.

VERS. 8 (primeira cláusula). O poder de alegrar o coração que a Palavra tem.
1. Fundada em sua justiça.
2. Real em sua qualidade.
3. Constante em sua operação.
VERS. 8 (segunda cláusula). Ungüento dourado para os olhos.

VERS. 9. A pureza e a permanência da verdadeira religião, e a verdade e a justiça dos princípios sobre os quais é fundada.

VERS. 10. Dois argumentos para que ame os estatutos de Deus - proveito e prazer.
VERS. 10. Os deleites inexprimíveis de meditar sobre a Escritura Sagrada.

VERS. 11 (primeira cláusula):
1. O quê? "Advertido".
2. Como? "Por eles".
3. Quem? "Teu servo".
4. Quando? "É" - tempo presente.
VERS. 11 (segunda cláusula). Recompensas evangélicas - "Em", não por guardá-las.

VERS. 12, 13. Os três graus de pecado - secreto, presunçoso, imperdoável.

VERS. 13. "Pecados da Soberba" (Sermão de Spurgeon).
VERS. 13 (última cláusula). "A grande transgressão." O que não é, o que pode ser, o que envolve e sugere.

VERS. 14. Uma oração a respeito de nossas coisas sagradas.
VERS. 14. Todos desejam agradar. Alguns agradam a si mesmos. Alguns agradam os homens. Alguns procuram agradar a Deus. Assim fazia Davi.
1. A oração mostra sua humildade.
2. A oração mostra seu afeto.
3. A oração mostra a consciência do dever.
4. A oração mostra uma consideração pelo interesse próprio (William Jay).
VERS. 14. A harmonia do coração e dos lábios necessária para aceitação.

Salmo 20

ASSUNTO

Nós temos diante de nós um Hino Nacional, bom para ser cantado na eclosão de uma guerra, quando o monarca cinge sua espada para a luta. Se Davi não fosse fustigado com guerras, talvez nunca tivéssemos sido favorecidos com salmos como este. São necessárias as tribulações de um santo para que ele possa produzir consolação para outros. Um povo feliz roga aqui a favor de um soberano querido e, com coração amoroso, clama a Jeová: "Deus salve o rei". Deduzimos que esse cântico devesse ser cantado em público, não só pelo tema do canto, mas também pela dedicatória: "Ao mestre da música". Sabemos que seu autor foi o doce cantor de Israel, pelo título curto, "Um salmo davídico". A ocasião exata que o sugeriu, já seria pura tolice imaginar, pois Israel estava quase sempre em guerra nos dias de Davi. Sua espada pode ter ficado amassada por golpes, mas nunca ficou enferrujada. Kimchi lê o título, a respeito de Davi, ou, para Davi, e está claro que o rei é o assunto bem como o compositor do canto. Basta um momento de reflexão para perceber que esse hino de oração é profético do nosso Senhor Jesus, e é o brado da antiga igreja a favor de seu Senhor, quando ela o vê em visão suportando uma grande guerra de aflições em prol dela. O povo militante de Deus, com o grande Capitão da salvação à frente, pode rogar ainda com sinceridade para que prospere em sua mão o que agrada ao Senhor. Procuraremos nos ater a essa visão do assunto em nossa curta exposição, mas não podemos restringir nossos comentários.

DIVISÃO
Os primeiros quatro versículos são uma oração pelo sucesso do rei. Os versículos 5, 6 e 7 expressam confiança resoluta em Deus e seu Ungido; o versículo 8 declara a derrota do inimigo, e o versículo 9 é um apelo final a Jeová.

DICAS PARA O PREGADOR
Este salmo tem sido muito usado em sermões de coroação, ações de graças e jejuns e uma infinidade de bajulações chocantes e absurdas foi acrescentado pelos capelães-de-trincheiras da igreja no mundo. Se os reis fossem diabos, alguns teriam louvado seus chifres e cascos; porque mesmo que algumas de suas majestades foram servos muito obedientes do príncipe das trevas, esses falsos profetas chamavam-nos de "mui graciosos soberanos", e ficavam tão deslumbrados em sua presença como se tivessem contemplado a visão beatífica (C.H.S).
Salmo inteiro. Um canto leal e oração para súditos do rei Jesus.
VERS. 1. Duas grandes misericórdias na hora de grandes apuros - ser ouvido junto ao trono, e defendido pelo trono.
VERS. 1, 2.
1. As dificuldades do Senhor em sua natureza e sua causa.
2. Como o Senhor se exercitou em suas dificuldades.
3. Não devemos ser espectadores pouco comovidos com as dificuldades de Jesus (Hamilton Verschoyle).
VERS. 1-3. Um modelo de desejos bons para nossos amigos.
1. Incluem a piedade pessoal. A pessoa de quem se fala ora, vai ao santuário e oferece sacrifício. Devemos desejar a graça para nosso amigo.
2. Apontam para cima. As bênçãos são reconhecidas distintamente como sendo divinas.
3. Não excluem problemas.
4. São eminentemente espirituais. Aceitação.

VERS. 2. Ajuda do santuário - um tópico sugestivo.

VERS. 3. O respeito infindo de Deus pelo sacrifício de Jesus.

VERS. 3, 4. O grande privilégio dessa aceitação quádrupla no Amado.

VERS. 5. Alegria na salvação, para decisão e prática.
VERS. 5. Erguendo a bandeira. Confissão clara de fé e lealdade, declaração de guerra, alto índice de perseverança, afirmação de posse, sinal de triunfo.
VERS. 5 (última cláusula). Prevalece a intercessão de nosso Senhor, e a aceitação de nossas orações através dele.

VERS. 6. "Seu ungido." Nosso Senhor como o Ungido. Quando? Com que unção? Como? Para que posições?
VERS. 6. "Ele o ouvirá." É o sempre prevalecente Intercessor.
VERS. 6. "O poder salvador" de Deus, a força mais usada e mais habilidosa de sua mão.
VERS. 6 (primeira cláusula). "Agora sei." O momento em que a fé em Jesus enche a alma. A hora em que a certeza é dada. O período em que em um brilho, uma verdade, penetra na alma.

VERS. 7. Confiança da criatura. Aparentemente poderosa, bem adaptada, aparatosa, ruidosa. Confiança fiel. Silente, espiritual, divina.
VERS. 7. "O nome do Senhor, o nosso Deus." Reflexões confortáveis vindas do nome e do caráter do verdadeiro Deus.

VERS. 8. A virada das mesas.

VERS. 9. "Concede vitória", Salva, Senhor. Uma das orações mais curtas e mais sólidas da Bíblia.
VERS. 9. (última cláusula).
1. A quem nos chegamos, e o que acontece. "A um rei."
2. Como nos chegamos, e o que significa. "Nós clamamos."
3. O que queremos, e no que isso implica. "Ele nos ouve."

Salmo 21

ASSUNTO

O título nos dá pouca informação; é simplesmente: "Ao mestre da música, um salmo de Davi". Provavelmente, tenha sido escrito por Davi, cantado por Davi, relacionado a Davi, e na intenção de Davi se referir, até onde pudesse o sentido alcançar, ao Senhor de Davi. Evidentemente, é o companheiro adequado do salmo 20, e está na sua posição apropriada ao lado dele. O salmo 20 antecipa o que esse vê como já realizado. Se oramos hoje por um benefício e o recebemos, nós precisamos, antes que o Sol se ponha, louvar a Deus por essa misericórdia, ou então, caso contrário, mereceremos ser negados da próxima vez. O salmo já foi chamado de "o canto triunfal de Davi", e podemos lembrar-nos dele como sendo a Triunfante Ode Real. "O rei" se sobressai nele todo, e nós o leremos com proveito verdadeiro se for doce a nossa meditação no Senhor enquanto o fazemos. Devemos coroá-lo com a glória da nossa salvação; cantando sobre seu amor, e louvando o seu poder. O salmo seguinte nos levará ao pé da cruz; este nos introduz aos degraus do trono.

DIVISÃO
A divisão dos tradutores atenderá a todos os propósitos. Ação de graças por vitória, versículos 1 a 6. Confiança em mais sucesso, versículos 7 a 13.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A alegria de Jesus e seu povo na força e na salvação de Deus.
VERS. 1, 2. A doutrina da ressurreição de Jesus Cristo contida no texto pode ser considerada sob três aspectos:
1. Como resposta à oração.
2. Sua alegria nela - mesmo na ressurreição.
3. Como um anexo necessário disso - nossa própria preocupação individual na glória dele e em sua alegria (Hamilton Vieschoyle).

VERS. 2. O bem-sucedido advogado.

VERS. 3 (primeira cláusula). As misericórdias de prevenção.
VERS. 3 (primeira cláusula). DEUS INDO À NOSSA FRENTE, ou Deus antecipando nossas necessidades pelas suas dispensações misericordiosas. Deus evita que nos sobrevenham males com as bênçãos de sua bondade:
1. Quando entramos no mundo.
2. Quando pessoalmente nos tornamos transgressores.
3. Quando entramos nas obrigações e nos cuidados da vida madura.
4. Quando, no desenrolar geral da vida, adentramos em novos caminhos.
5. No escuro "vale da sombra da morte".
6. Dando-nos muitas misericórdias sem que as peçamos; e assim criando ocasião, não para petição, mas para louvor somente.
7. Abrindo-nos as portas do céu e abastecendo o céu com todas as provisões para nossa bem-aventurança (Samuel Martin).
VERS. 3. (segunda cláusula). Jesus coroado.
1. Suas obras anteriores.
2. O domínio concedido.
3. O caráter da coroa.
4. O "coroador" divino.

VERS. 4. Jesus eternamente vivo.

VERS. 5. A glória do mediador.

VERS. 6. Jesus é uma bênção para sempre.

VERS. 7. Jesus, e o exemplo de fé e de seus resultados.

VERS. 8. O pecador oculto será desentocado e privado de toda esperança de encobrimento.

VERS. 8, 9. A certeza e o terror do castigo dos ímpios.

VERS. 11, 12. A culpa e o castigo das más intenções.

VERS. 12. A retirada do grande exército do inferno.

VERS. 13. Uma doxologia devota.
1. Deus exaltado.
2. Só Deus exaltado.
3. Deus exaltado por sua própria força.
4. Seu povo cantando os seus louvores.

Salmo 22

TÍTULO

Ao mestre de música. De acordo com a melodia A corça da manhã (Aijeleth Shahar). Um salmo de Davi. Este poema de excelência singular foi entregue ao mais excelente dos cantores do templo; o chefe entre dez mil é digno de ser exaltado pelo principal Músico; nenhum mero cantor deve estar encarregado de tal composição; precisamos atentar para convocar nossas melhores habilidades quando Jesus é o tema do louvor. As palavras Aijeleth Shahar são enigmáticas, e seu sentido é incerto; alguns dizem que se referem a um instrumento musical usado em ocasiões de lamento, mas a maioria fica com a tradução de nosso subtítulo, "Concernente à corça da manhã". Esta interpretação é assunto de muita indagação e conjectura. Calmet acreditava que o salmo era dirigido ao mestre da música que encabeçava uma banda chamada "Corça da manhã", e Adam Clarke acredita ser essa a mais provável de todas as interpretações, embora pessoalmente se incline a crer que nenhuma interpretação deva ser tentada, e crê ser este um título meramente arbitrário e sem sentido, tais como os orientais sempre tinham o hábito de acrescentar a seus cânticos. Nosso Senhor Jesus é tantas vezes comparado a uma corça, e suas caçadas cruéis são descritas tão pateticamente neste salmo mais emotivo, que não podemos senão crer que o título indica o Senhor Jesus sob uma metáfora poética bem conhecida; em todo caso, Jesus é a corça da manhã sobre a qual Davi canta aqui.

ASSUNTO
Este é, acima de todos os outros, O SALMO DA CRUZ. Pode ter sido realmente repetido palavra por palavra por nosso Senhor quando estava pendurado na árvore; seria ousado demais afirmar que foi assim, mas mesmo um leitor casual poderá aventar essa possibilidade. Começa com "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" e termina, segundo alguns, no original com "Está terminado" ("Está consumado"). Em expressões lamentosas que surgem de profundezas inexprimíveis de angústia, podemos dizer que não há outro salmo igual a este. É a fotografia das horas mais tristes de nosso Senhor, o registro de suas palavras ao morrer, o lacrimatório de suas últimas lágrimas, o memorial de suas alegrias expirantes. Davi e suas aflições podem estar aqui em um sentido muito modificado, mas como a estrela é oculta pela luz do sol, aquele que vê Jesus provavelmente nem vê nem tem interesse em ver Davi. Temos diante de nós uma descrição tanto da escuridade como da glória da cruz, os sofrimentos de Cristo e a glória que se seguirá. Suspira-se pela graça de chegar perto e contemplar essa grande cena! Devemos ler reverentemente, descalçando-nos como Moisés diante da sarça ardente, pois se há terra sagrada em alguma parte da Bíblia, ela está neste salmo.

DIVISÃO
Do começo até o versículo 21, é um clamor plangente por auxílio, e do versículo 21 ao 31, um muito precioso antegozo de livramento. A primeira divisão pode ser subdividida no versículo dez, sendo os versículos 1 a 10 um apelo baseado no relacionamento pactual; e de 10 a 21 um igualmente sincero rogo que vem da iminência de seu risco de vida.

DICAS PARA O PREGADOR
SALMO INTEIRO
O volume intitulado Christ on the Cross [Cristo na cruz], do reverendo J. Stevenson, tem um sermão sobre cada versículo. Daremos os títulos por serem sugestivos. Ver. 1. O brado. 2. A queixa. 3. O reconhecimento. 4-6. O contraste. 6. A vergonha. 7. A zombaria. 8. O insulto. 9-10. O apelo. 11. A súplica. 12-13. O assalto. 14. A fraqueza. 15. A exaustão. 16. A perfuração. 17. O olhar de insulto. 18. O repartir das vestes e o sorteio. 19-21. A importunidade. 21. O livramento. 22. A gratidão. 23. O convite. 24. O testemunho. 25. O voto. 26. Satisfeitos os humildes; dos que buscam o Senhor há louvores; a vida eterna. 27. A conversão do mundo. 28. A entronização. 29. O autor da fé. 30. A semente. 31. O tema eterno e a obra. O completamento da fé.

VERS. 1. O brado do Salvador que morre.

VERS. 2. Oração não respondida. Pergunte o porquê; incentive nossa esperança a respeito; inste para que se continue na importunação.

VERS. 3. O que quer que Deus faça, precisamos ter em mente que ele é santo e é para ser louvado.

VERS. 4. A fidelidade de Deus nas eras passadas é um pedido para o tempo presente.

VERS. 4, 5. Santos antigos.
1. Sua vida. "Eles confiaram."
2. Sua prática. "Eles clamaram, choraram."
3. Sua experiência. "Não se decepcionaram."
4. Sua voz para nós.

VERS. 6-18. Cheio de sentenças marcantes sobre o sofrimento de nosso Senhor.

VERS. 11. As dificuldades de um santo, seus argumentos em oração.

VERS. 20. "Salva-me" (NVI). "Livra a minha alma" (ARA). A alma de um homem será muito preciosa para ele.

VERS. 21 (primeira cláusula). "A boca dos leões." Homens de crueldade. O diabo. Pecado. Morte. Inferno.

VERS. 22. Cristo como irmão, pregador, preceptor.
VERS. 22. Um doce assunto, um glorioso pregador, um relacionamento de amor, um exercício celestial.

VERS. 23. Um dever triplo: "louvem-no", "glorifiquem-no", "temam-no"; em direção a um objeto, "o Senhor"; para três personagens, "vocês que temem ao Senhor, descendentes de Jacó, descendentes de Israel", que são apenas uma pessoa.
VERS. 23. Glória a Deus o fruto da árvore em que Jesus morreu.

VERS. 24. Um fato consolador na história, testemunhado por experiência universal.
VERS. 24. (primeira cláusula). Um temor comum desfeito.

VERS. 25. Louvor público.
1. Um exercício deleitoso - "louvor".
2. Uma participação deleitosa - "Meu louvor".
3. Um objeto digno - "a ti".
4. Uma fonte especial - "de ti".
5. Um lugar apropriado - "na grande congregação".
VERS. 25 (segunda cláusula). Votos. Que votos fazer, quando e como fazê-los, e a importância de pagar os votos.

VERS. 26. Banquete espiritual. Os convivas, o alimento, o anfitrião e a satisfação.
VERS. 26 (segunda cláusula). Os interessados serão cantores. Quem são? O que farão? Quando? E qual a razão de esperar que o façam?

VERS. 27. (última cláusula). Vida eterna. Que vidas? Fonte de vida. Maneira de vida. Por que eternamente? Qual a ocupação? Que consolo se tira disso?
VERS. 27. A natureza da verdadeira conversão, e a extensão dela sob o reinado do Messias (Andrew Fuller).
VERS. 27. O triunfo universal do cristianismo é certo.
VERS. 27. A ordem da conversão.

VERS. 28. O império do Rei dos reis como é, e como será.

VERS. 29. Graça para os ricos, graça para os pobres, mas todos perdidos sem ela.
VERS. 29 (última cláusula). Um texto pesado sobre a vaidade da autoconfiança.

VERS. 30. A perpetuidade da igreja.
VERS. 30 (última cláusula). História da Igreja, a essência de toda a história.

VERS. 31. Perspectivas futuras para a igreja.
1. Conversões certas.
2. Pregadores prometidos
3. Gerações sucessivas abençoadas.
4. O Evangelho publicado.
5. Cristo exaltado.

Salmo 23

TÍTULO

Não há nenhum título inspirado para este salmo, e não é necessário, pois ele não registra nenhum evento especial, e não precisa de outra chave além daquela que todo cristão pode encontrar em seu próprio peito. É a Pastoral Celeste de Davi; uma obra poética excelente, que nenhuma das filhas da música pode superar. A clarinada da guerra aqui dá lugar ao cachimbo da paz, e aquele que tão recentemente chorou as mágoas do Pastor em melodia ensaia as alegrias do rebanho. Sentado sob uma árvore frondosa, com seu rebanho em volta, como o pastorzinho de Bunyan no Vale da Humilhação, visualizamos Davi cantando essa pastoral incomparável com um coração cheio de alegria; ou, se o salmo é o produto de seus anos avançados, temos certeza de que sua alma se voltou em contemplação para os solitários ribeiros de água que ondulavam sussurrantes entre os pastos do deserto, onde nos primeiros dias ela fazia sua morada. Esta é a pérola dos salmos, cujo esplendor suave e puro deleita os olhos; uma pérola da qual Helicon não precisa se envergonhar, embora o Jordão o reivindique. Desse canto delicioso pode-se afirmar que sua piedade e sua poesia são iguais, sua doçura e sua espiritualidade são incomparáveis.

A posição deste salmo é digna de nota. Segue o salmo 22, que é peculiarmente o Salmo da Cruz. Não há pastos verdes, não há águas tranqüilas do outro lado do salmo 22. Só depois que lemos "Meu Deus, meu Deus, porque me desamparaste?" é que chegamos a "O Senhor é meu Pastor". Precisamos conhecer por experiência o valor do derramamento de sangue, e vermos a espada acordada contra o Pastor, antes que possamos verdadeiramente conhecer a doçura do cuidado do bom pastor.

Já se disse que aquilo que o rouxinol é entre os pássaros, esta ode divina é entre os salmos; pois tem soado docemente nos ouvidos de muitos pranteadores em sua noite de choro, e o tem podido esperar por uma manhã de alegria. Eu me aventuro a compará-la também à cotovia, que canta enquanto sobe, e sobe enquanto canta, até que some de vista, e mesmo então não nos deixa sem ouvi-la. Observe as últimas palavras do salmo - "Habitarei na casa do Senhor para sempre" -; são notas celestiais, mais adequadas às mansões eternas do que a esses lugares de moradia abaixo das nuvens. Ó, que nós possamos entrar no espírito do salmo enquanto o lemos, e então viveremos a experiência dos dias do céu aqui na terra!

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Trabalhe a comparação entre um pastor e suas ovelhas. Ele governa, guia, alimenta e as protege; e elas o seguem, o obedecem, o amam e confiam nele. Pesquise se somos ovelhas; mostre a sina dos cabritos que se alimentam ao lado das ovelhas.
VERS. 1 (segunda cláusula). O homem que está além do alcance da penúria para o tempo presente e a eternidade.

VERS. 2 (primeira cláusula). O descanso de crer.
1. Vem de Deus - "Ele me faz".
2. É fundo e profundo - "deitar", repousar.
3. Tem sustento sólido - "em verdes pastagens".
4. É assunto para louvor constante.
VERS. 2. O elemento contemplativo e o elemento ativo são satisfeitos.
VERS. 2. A frescura e a riqueza das Sagradas Escrituras.
VERS. 2 (segunda cláusula). Em frente. O Guia, o caminho, os confortos da estrada, e o viajante nela.

VERS. 3. Restauração graciosa, direção santa e motivos divinos.

VERS. 4 O silêncio macio do trabalho do Espírito.
VERS. 4. A presença de Deus é o único apoio seguro na morte.
VERS. 4. Vida na morte e luz nas trevas.
VERS. 4 (segunda cláusula). A calma e a quietude do fim do homem bom.
VERS. 4 (última cláusula). Os sinais do governo divino - a consolação dos obedientes.

VERS. 5. O guerreiro banqueteado, o sacerdote ungido, o hóspede satisfeito.
VERS. 5 (última cláusula). Os meios e os usos do ungir do Espírito Santo contínuas vezes.
VERS. 5. Providenciais abundâncias, e qual o nosso dever a respeito disso.

VERS. 6 (primeira cláusula). A bem-aventurança do contentamento.
VERS. 6. Na estrada e em casa, ou atendentes celestiais e mansões celestiais.

Salmo 24

TÍTULO

Um salmo de Davi. Pelo título nada aprendemos senão sua autoria, que é interessante e nos leva a observar as maravilhosas operações do Espírito sobre a mente do doce cantor de Israel, capacitando-o a tocar a corda lamentosa no salmo 22, a despejar gentis notas de paz no salmo 23, e aqui a pronunciar tons majestosos e triunfais. Podemos fazer ou cantar todas as coisas quando o Senhor nos fortalece.
Este hino sacro provavelmente foi escrito para ser cantado quando a arca da aliança foi tirada da casa de Obede-Edom, para permanecer dentro de cortinas sobre o monte de Sião. As palavras não são impróprias para a dança sagrada de alegria na qual Davi foi à frente no caminho naquela ocasião jubilosa. O olho do salmista olhava, no entanto, além da subida típica da arca para a sublime ascensão do Rei da glória. Nós o chamaremos O CANTO DA ASCENSÃO.

DIVISÃO
O salmo forma um par com o salmo 15. Consiste de três partes. A primeira glorifica o verdadeiro Deus e canta o seu domínio universal; a segunda descreve o verdadeiro Israel, aquele que pode ter comunhão com ele; e a terceira retrata a subida do verdadeiro Redentor, que abriu as portas do céu para a entrada de seus eleitos.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O grande proprietário, suas terras e seus servos, seus direitos e sofrimentos.
VERS. 1. "Do Senhor é a terra."
1. Mencione outros requerentes - ídolos: papa, homem, diabo.
2. Julgue a causa.
3. Execute o veredicto. Use nossa substância, pregue em toda parte, reivindique todas as coisas para Deus.
4. Veja como fica gloriosa a terra quando ela leva o nome de seu Mestre.
VERS. 1 (última cláusula). Todos os homens pertencem a Deus. Seus filhos ou súditos, seus servos ou escravos, suas ovelhas ou seus bodes.

VERS. 2. Propósitos divinos realizados por meios singulares.
VERS. 2. Fundou-a sobre os mares. Instabilidade de coisas terrestres.

VERS. 3. A pergunta importantíssima.

VERS. 4 (primeira cláusula). Ligação entre moralidade externa e pureza interna.
VERS. 4 (segunda cláusula). Homens julgados por seus gostos que lhe dão prazer.
VERS. 4. "Mãos limpas."
1. Como limpá-las.
2. Como conservá-las limpas.
3. Como poluí-las.
4. Como conseguir que fiquem limpas de novo.

VERS. 4, 5. Caráter manifesto e favor recebido.
VERS. 5 (segunda cláusula). O homem bom recebendo justiça e precisando de salvação, ou o sentido evangélico de passagens aparentemente jurídicas.

VERS. 6. Aqueles que realmente buscam comunhão com Deus.

VERS. 7. Acomode o texto à entrada de Jesus Cristo em nossos corações.
1. Há obstáculos, "portais", "portas".
2. Precisamos removê-los: "abram-se".
3. A graça precisa capacitar-nos: "abram".
4. Nosso Senhor entrará.
5. Ele entra como "Rei", e "Rei da glória".
VERS. 7. A ascensão e suas lições.

VERS. 7-10:
1. Seu título - "O Senhor dos Exércitos".
2. Suas vitórias, implícitas na expressão. "O Senhor forte e valente na guerra".
3. Seu título como mediador, "o Rei da glória".
4. Sua entrada com autoridade no lugar santo. ("Messias" de John Newton).

VERS. 8. O poderoso herói. Seu status, seu poder, suas batalhas, suas vitórias.

VERS. 10. A soberania e a glória de Deus em Cristo.

Salmo 25

TÍTULO

Um salmo de Davi. Davi é retratado neste salmo como numa miniatura fiel. Sua confiança santa, seus muitos conflitos, sua grande transgressão, seu arrependimento amargo e suas aflições profundas estão todos presentes aqui, para que enxerguemos o próprio coração do "homem segundo o coração de Deus" (At 13.22). É evidentemente uma composição de Davi em idade mais avançada, pois menciona transgressões de sua juventude, e, pelas referências às artimanhas e à crueldade de seus muitos inimigos, não será especulativa demais a teoria de atribuir o salmo ao período em que Absalão encabeçava a grande rebelião contra ele. Este foi chamado o segundo dos sete Salmos Penitentes. É a marca de um verdadeiro santo que suas tristezas lhe lembrem os seus pecados, e sua tristeza pelo pecado o voltar para o seu Deus.

ASSUNTO E DIVISÃO
Os vinte e dois versículos deste salmo começam, no original, pela ordem do alfabeto hebraico. É o primeiro exemplo que temos de um acróstico ou cântico alfabético inspirado. Esse método pode ter sido adotado pelo escritor para ajudar a memória; e o Espírito Santo pode ter usado isso para nos mostrar que as graças do estilo e as artes poéticas podem ser empregadas legitimamente a seu serviço. Por que não se pode santificar para fins nobres toda a inteligência e criatividade do homem, colocando-a sobre o altar de Deus? Pela singularidade da estrutura do salmo, não é fácil descobrir quaisquer divisões marcantes; há grandes mudanças de pensamento, mas não há variação de assunto; os estados de espírito na mente do escritor são dois - oração e meditação -, e conforme aparecem, um por vez, devemos dividir os versículos. Oração de Sl 25.1-7; meditação, Sl 25.8-10; oração Sl 25.11; meditação Sl 25.12-15; oração Sl 25.16-22.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Engenharia celestial para elevar uma alma presa à Terra.
VERS. 1. Devoção genuína descrita e recomendada.

VERS. 2. A alma ancorada, e as duas rochas das quais quer livramento.

VERS. 3. Decepção ou vergonha fora do lugar e em seu lugar.

VERS. 4. Divindade prática é o melhor estudo; Deus é o melhor professor; Oração é o meio de entrar na escola.

VERS. 4-5. Mostre. Ensine. Guie. Três classes na escola da graça.
VERS. 5.
1. Santificação desejada.
2. Conhecimento procurado.
3. Segurança apreciada.
4. Paciência exercida.
VERS. 5. Tu és Deus, meu salvador. Um texto rico e sobejante.
VERS. 5 (última cláusula). Como passar o dia com Deus (Matthew Henry).

VERS. 6. A antigüidade da misericórdia.

VERS. 6-7. As três coisas para lembrar.
VERS. 7 (primeira cláusula). O melhor Ato de Esquecimento (Thomas Fuller).
VERS. 7. O esquecimento desejado e o lembrar suplicado. Observe "meu..." e "teu...".

VERS. 8. Atributos opostos agindo juntos. Deus ensinando pecadores - uma grande maravilha.

VERS. 9 (primeira cláusula). Pureza moral é necessária para um juízo bem equilibrado.

VERS. 10. A misericórdia e a fidelidade de Deus na providência, e as pessoas que podem fruir disso o consolo.

VERS. 11. Uma oração modelar. Confissão, argumento, rogo.
VERS. 11. A grande culpa não é obstáculo para o perdão do pecador que volta (Jonathan Edwards).

VERS. 12. A santidade é a melhor segurança para uma vida bem ordenada. Livre arbítrio na escola, questionada e instruída.

VERS. 13. Um homem descansado para o tempo e a eternidade.

VERS. 14. 1. Um segredo, e quem o sabe.
1. Uma maravilha, e quem a vê.

VERS. 15.
1. Como nós somos. Um pássaro tolo.
2. Qual é nosso perigo? "A armadilha."
3. Quem é nosso amigo? "O Senhor."
4. Qual é nossa sabedoria? "Meus olhos."

VERS. 16. Uma alma desolada buscando companhia divina, e um espírito afligido, clamando por misericórdia divina. Nosso Deus é o bálsamo para todas as nossas feridas.
VERS. 16-18. Davi é um requerente bem como sofredor; e nunca nos ferirão essas tristezas que nos levam para perto de Deus. Por três coisas ele ora:
1. Livramento. Somos convocados a desejar isso, sempre com resignação à vontade divina.
2. Ser notado. Um olhar de bondade da parte de Deus é desejável em qualquer hora e em quaisquer circunstâncias, mas em aflição e dor, é como vida vinda da morte.
3. Perdão. Provações são capazes de avivar um sentimento de culpa (William Jay).

VERS. 18. Duas coisas nos são ensinadas aqui:
1. Que um olhar bondoso vindo de Deus é muito desejável na aflição:
(a) É um olhar de observação especial;
(b) É um olhar de compaixão terna;
(c) É um olhar de apoio e assistência (com Deus, poder e compaixão vão juntos).
2. O fortificante mais doce na aflição seria a certeza do perdão divino:
(a) Porque o problema é bem capaz de trazer à memória nossos pecados;
(b) Porque um sentimento de estar perdoado em grande medida removerá todos os temores estressantes de morte e julgamento.
Melhoria
1. Que adoremos a bondade de Deus, que alguém tão grande e glorioso chegue a olhar favoravelmente sobre qualquer um de nossa raça pecaminosa.
2. Que o benefício recebido pelo Senhor olhando para nós em aflições passadas, nos ponha a orar, e nos anime a ter esperança, de que agora ele nos olhará novamente.
3. Se um olhar de Deus é tão confortável, o que deve ser o céu! (Samuel Lavington).
VERS. 18.
1. É bom quando nossas tristezas nos fazem lembrar de nossos pecados.
2. Quando somos tão sinceros para ser perdoados quanto somos para ser livrados.
3. Quando trazemos ambas as coisas ao lugar certo em oração.
4. Quando somos submissos sobre nossas tristezas - "Olhe" - mas bem explícitos sobre nossos pecados - "Perdoe".

VERS. 19. Os inimigos espirituais do santo. Seu número, malícia, artimanhas, poder.

VERS. 20. Preservação da alma.
1. Seu caráter duplo: "Guarda" e "livra".
2. Sua terrível alternativa: "Não me deixes decepcionado."
3. Sua garantia eficaz: "Eu me refugio em ti" - Em ti está a minha confiança.
VERS. 20. Um guardar sobre-humano, um temor natural, uma confiança espiritual.

VERS. 21. O caminho aberto da segurança em ação, e o caminho secreto da segurança em devoção.

VERS. 22. A vida de Jacó, como típica da nossa, poderá ilustrar esta oração.
VERS. 22. Uma oração para a igreja militante.

Salmo 26

TÍTULO

Um salmo de Davi. O doce cantor de Israel aparece diante de nós neste salmo como quem suporta a censura; nisso ele foi o modelo do grande Filho de Davi, e é um exemplo encorajador para nós, para que levemos o peso da calúnia ao trono da graça. É simples conjetura imaginar que este apelo ao céu foi escrito por Davi na ocasião do assassinato de Is-Bosete, por Baaná e Recabe, para protestar sua inocência de toda e qualquer participação naquele assassínio traiçoeiro; o teor do salmo certamente concorda com a ocasião suposta, mas com tão tênue dica não é possível ir além de conjectura.

DIVISÃO
A unidade de assunto é mantida tão nitidamente que não há divisões claras. David Dickson fez um resumo admirável com estas palavras: "Ele apela a Deus", o supremo Juiz, no testemunho de uma consciência tranqüila, testemunhando, primeiro, seu esforço de andar retamente como um crente, Sl 26.1-3; segundo, de se guardar do contágio de conselho mau, causas pecaminosas, e exemplos dos ímpios, Sl 26.4-5; terceiro, de seu propósito de continuar a se comportar santa e justamente, por amor de compartilhar dos privilégios públicos do povo do Senhor na congregação, Sl 26.6-8. Com isso, ele ora para ser livre do juízo que virá sobre os ímpios, Sl 26.9-10, segundo seu propósito de fugir dos pecados deles, Sl 26.11, e encerra a oração com o consolo e a certeza de ter sido ouvido, Sl 26.12.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Duas companhias inseparáveis - fé e santidade.
2. A bem-aventurança do homem que as possui. Ele não precisa temer o juízo nem o perigo no caminho.
3. O único meio de obtê-las.
VERS. 1 (última sentença) O poder sustentador da confiança em Deus.

VERS. 2. Exame divino. Sua variedade, severidade, natureza penetrante, exatidão, convicção, quando se deve desejá-lo, e quando é temido.

VERS. 3. Deleite para os olhos e segurança para os pés; ou o composto celestial de piedade - motivação e movimento, apreciação e ação, graça gratuita e boas obras.
VERS. 3. Teu amor está sempre diante de mim. Será bom seguir a Davi e guardar a misericórdia de Deus diante de nossos olhos. Isso deve ser feito de quatro modos:
1. Como assunto de contemplação.
2. Como fonte de encorajamento.
3. Como estímulo ao louvor.
4. Como exemplo para imitar (William Jay).

VERS. 4. Pessoas hipócritas. Quem são. Por que devem ser evitadas. O que acontecerá com elas. Dissimuladores. Descreva essa família numerosa. Mostre quais são seus objetivos. O mal feito a crentes pela sua astúcia. A necessidade de afastar-se delas, e o fim temível dessas pessoas.

VERS. 5. Más companhias. Os casos de maus resultados, respostas para desculpas dadas, avisos apresentados, insistência em motivos para parar com isso.

VERS. 6. A necessidade de santidade pessoal a fim de prestar culto aceitável.

VERS. 7.
1. A vocação do crente - um publicador.
2. O autor selecionado, e a qualidade de suas obras. "Tuas maravilhas."
3. A modalidade da propaganda - "falando de todas as tuas maravilhas".

VERS. 8. A casa de Deus. Por que a amamos. O que amamos nela. Como mostramos nosso amor. Como nosso amor será recompensado.

VERS. 9. "The Saint's Horror at the Sinner's Hell" (O horror que o santo tem do inferno do pecador) - é título de um sermão de Spurgeon.

VERS. 11. Os melhores homens necessitam de redenção e misericórdia; ou, o caminhar externo diante dos homens, e o caminhar secreto com Deus.

VERS. 12. De pé com segurança, posição honrada, louvor agradecido.
VERS. 12 (última cláusula). Salmodia da congregação, e nossa participação pessoal nela.

Salmo 27

TÍTULO E ASSUNTO

Nada se conclui pelo título de quando o salmo foi escrito, pois o cabeçalho, "Um salmo de Davi", é comum a tantos salmos; mas se é possível julgar pela matéria do cântico, o escritor estava sendo perseguido por inimigos, Sl 27.2-3, estava barrado da casa do Senhor, Sl 27.4, acabava de se separar de pai e mãe, Sl 27.10, e estava sujeito a difamação, Sl 27.12; não houve tudo isso junto quando Doegue, o edomita, falou contra ele para Saul? É um cântico de esperança feliz, que casa bem com aqueles que estão em provação, que aprenderam a se apoiar no braço do Todo-Poderoso. O salmo pode com proveito ser lido de uma maneira tríplice, como sendo a linguagem de Davi, da Igreja, e do Senhor Jesus. Assim a plenitude da Escritura se mostra ainda mais maravilhosa.

DIVISÃO
O poeta primeiro proclama sua confiança segura em seu Deus, Sl 27.1-3, e como ama a comunhão com ele, Sl 27.4-6. Ele, então, passa à oração, Sl 27.7-12, e conclui com um reconhecimento do poder sustentador da fé em seu próprio caso e com a exortação a outros para que sigam seu exemplo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A relação da iluminação à salvação, ou a necessidade de luz se os homens querem ser salvos.
VERS. 1. O herói cristão e as fontes secretas de sua coragem.
VERS. 1. O desafio destemido do crente.

VERS. 2. O caráter, o número, o poder e a crueldade dos inimigos da igreja, e o modo misterioso como têm sido derrotados.

VERS. 3. Paz cristã.
1. Mostrada na previsão calma da dificuldade.
2. Demonstrada na tolerância confiante da aflição.
3. Sustentada pelo auxílio divino e pela experiência passada, Sl 27.1-2.
4. Produzindo os mais ricos resultados, glória a Deus.

VERS. 4. A vida cristã modelar.
1. Unidade de desejo.
2. Sinceridade de ação.
3. Intimidade de comunhão.
4. Qualidade celestial da contemplação.
5. Progresso na educação divina.
VERS. 4. O afeto da estima moral para com Deus (Thomas Chalmers).
VERS. 4. Um suspirar por Deus (Sermão de R. Sibbes).
VERS. 4 (última clausula). Ocupações do Dia do Senhor e os deleites celestiais.
VERS. 4. (cláusula final). Matérias para se perguntar no Templo dos dias antigos, abertas à luz do Novo Testamento.

VERS. 6. O triunfo atual do santo sobre seus inimigos espirituais, sua gratidão na prática, e os louvores em viva voz.

VERS. 7. Oração. A quem é dirigida? Como? Clamo. Quando? Fica indefinido. No que se baseia? Misericórdia. O que precisa? Ser ouvida, respondida.

VERS. 8. O bem-sucedido requerente (Sermão de R. Sibbes).
VERS. 8. O eco.

VERS. 9.
1. Deserção censurada vivamente em todas as suas formas.
2. Experiência solicitada.
3. Auxílio divino implorado.
VERS. 9. O horror dos santos diante do inferno dos pecadores (James Scot).

VERS. 10. A porção do órfão, o consolo dos perseguidos, o paraíso dos que partem.

VERS. 11. O caminho do homem simples desejado, descrito, aprovado divinamente, "o teu caminho", "vereda segura", e ensinada por Deus, "Ensina-me... Senhor", "conduze-me".

VERS. 13. Fé, sua precedência sobre a visão, seus objetivos, seu poder sustentador.
VERS. 13. Ver para crer. Título de sermão de Spurgeon.

VERS. 14. A posição do crente, "Espere"; sua condição, "Coragem"; seu apoio, "viverei até"; sua perseverança, "espere" repetido segunda vez; sua recompensa.

Salmo 28

TÍTULO E ASSUNTO]

Novamente, o título "Um salmo de Davi" é geral demais para nos dar qualquer sugestão sobre a ocasião em que foi escrito. Sua posição, seguida ao salmo 27, parece ser proposital, porque é um par adequado e dá seqüência àquele. É outra daquelas "canções da noite" para as quais a pena de Davi era tão prolífica. Diziam os antigos naturalistas que o espinho no peito do rouxinol é que o fazia cantar. As tristezas de Davi o faziam eloqüente em salmodia santa. O principal clamor desse salmo é para que o suplicante possa não ser confundido com os perpetradores da iniqüidade por quem ele expressa a maior aversão; o salmo pode satisfazer qualquer santo caluniado, que sendo mal entendido pelos homens, e tratado por eles como pessoa indigna, está ansioso de se postar corretamente perante o julgamento de Deus. O Senhor Jesus pode ser visto aqui pleiteando ser representante de seu povo.

DIVISÃO
Os primeiros dois versículos imploram seriamente uma audiência com o Senhor numa hora de emergência cruel. No Sl 18.2-5, a porção dos maus é descrita e desaprovada. Em Sl 28.6-8, o louvor é dado pela misericórdia do Senhor em ouvir orações, e o salmo conclui com uma petição geral por toda a hoste de crentes militantes.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A decisão sábia do pecador na hora de desânimo.
VERS. 1. O temor do santo de se tornar como os ímpios.
VERS. 1. O silêncio de Deus - que terror pode estar nisso.
VERS. 1 (última cláusula). Até que ponto pode afundar uma alma quando Deus esconde a face.

VERS. 1-2. Oração.
1. Sua natureza - um "grito":
(a) Palavras: o sinal de vida,
(b) A expressão de dor,
(c) O rogo de necessidade,
(d) A voz de sinceridade profunda.
2. Seu objetivo - "Ó Senhor, minha Rocha." Deus como nosso funda-mento, refúgio e amigo imutável.
3. Seu alvo - "Ouve", "Não permaneça calado." Esperamos uma resposta, resposta clara e manifesta, resposta rápida, resposta adequada, resposta efetiva.
4. Seu meio de comunicação - "as mãos para o teu lugar santíssimo". Nosso Senhor Jesus, o propiciatório verdadeiro.

VERS. 3. As pessoas para serem evitadas, a condenação para ser temida, a graça para nos guardar das duas coisas.

VERS. 4. Medida por medida, ou castigo proporcional ao merecimento.
VERS. 4. Empenhe-se pela medida do pecado, e não pelo mero resultado. Portanto, alguns são culpados de pecados que foram incapazes de cometer.

VERS. 5. Negligência culpável em que se persiste constantemente, perdendo muita benção, e envolvendo terrível condenação.

VERS. 6. Orações respondidas, um retrospecto e cântico.

VERS. 7. As posses do coração, confiança, experiência, alegria e música.
VERS. 7. Adorar a Deus por suas misericórdias.
1. O que Deus é para o crente.
2. Qual deve ser a disposição de nosso coração para com ele (C. Simeon).

VERS. 8. Todo o poder é dado aos crentes por causa de sua união com Jesus.

VERS. 9. "Uma oração pela igreja militante" é o título de um sermão de Spurgeon.

Salmo 29

TÍTULO

Um salmo de Davi. O título não nos dá nenhuma informação além do fato que Davi é o autor desse cântico sublime.

ASSUNTO
Parece ser opinião geral dos comentaristas modernos que este salmo pretende expressar a glória de Deus conforme é ouvida no trovão retumbante, e vista na tempestade equinocial. Assim como o salmo 8 deve ser lido à luz do luar, quando as estrelas estão brilhantes, e como o salmo 19 precisa dos raios do Sol nascente para realçar sua beleza, este salmo pode melhor ser recitado sob a asa negra da tempestade, ao rebrilho do raio, ou em meio ao crepúsculo dúbio que prenuncia a guerra dos elementos. Os versículos marcham à musica dos estampidos do trovão. Deus está conspícuo em toda parte, e toda a Terra se cala ante a majestade de sua presença. A palavra de Deus na lei e no evangelho é também retratada aqui em sua majestade de poder. Ministros verdadeiros são filhos do trovão, e a voz de Deus em Cristo Jesus é cheia de majestade. Assim, temos as obras e a palavra de Deus reunidas: e que nenhum homem as ponha abaixo por uma falsa idéia de que teologia e ciência podem ter qualquer possibilidade de se opor uma à outra. Nós, talvez, por um vislumbre profético, possamos contemplar neste salmo as temidas tempestades dos últimos dias e a segurança do povo eleito.

DIVISÃO
Os primeiros dois versículos são uma chamada à adoração. De Sl 29.3-10, o caminho da tempestade é traçado, os atributos da palavra de Deus são repetidos, e Deus é magnificado em toda a terrível grandeza de seu poder; e o último versículo fecha a cena docemente com a promessa segura de que o onipotente Jeová dará tanto força como poder ao seu povo. Que passem o céu e a terra, o Senhor certamente abençoará seu povo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O dever de atribuir nossa força e sua honra a Deus; a penalidade de negligenciar fazer isso; o prazer de fazê-lo.
VERS. 1. Glorificação nacional deve ser no Senhor.

VERS. 2 (primeira cláusula). Tributos reais, o tesouro real, súditos leais pagando o devido, o rei os recebendo. Contrabandistas e guardas.
VERS. 2. (segunda cláusula). Ritualismo inspirado. O que fazer? Adorar. A quem? Ao Senhor. Como? Na beleza da santidade. Ausência de todas as alusões a lugar, hora, ordem, palavras, forma, vestimentas.

VERS. 3. A voz de Deus é ouvida na turbulência e acima da turbulência, ou em grandes calamidades pessoais e nacionais.

VERS. 4. O poder e a majestade do evangelho. Ilustre com os versículos seguintes.
VERS. 4 (última cláusula). "A voz majestosa" é o título de um sermão para Spurgeon.

VERS. 5. O poder do evangelho para quebrar, quebrantar.

VERS. 6. O poder inquietador do evangelho. Perturba.

VERS. 7. O fogo que vai com a palavra. Este é um assunto amplo.

VERS. 8. O acordar e alarmar lugares ímpios, irreligiosos, com a pregação da palavra.

VERS. 9 (última cláusula):
1. Templo incomparável.
2. Culto unânime.
3. Motivação forçosa.
4. Entusiasmo geral, "glória".

VERS. 10. O governo sempre presente e imperturbado de Deus.

VERS. 11. As bênçãos gêmeas da mesma fonte; as duas bênçãos, um só povo, um só Senhor.
VERS. 11. As duas vontades, as duas bênçãos, um único povo, um único Senhor.

Salmo 30

TÍTULO

Um salmo e canto na dedicação da casa de Davi; ou melhor, um salmo; um cântico de dedicação para a casa. Por Davi. Um cântico de fé visto que a casa de Jeová, aqui tencionada, Davi não viveu para contemplar. Um salmo de louvor, visto que um juízo terrível havia sido suspenso, e um grande pecado, perdoado. Pela nossa versão inglesa ou portuguesa, parece que este salmo foi pensado para ser cantado na construção daquela casa de cedro que Davi construiu para si, quando não mais precisou se esconder na Caverna de Adulão, mas já se tornara um grande rei. Se esse foi o sentido, seria bom observar que é direito o crente quando se muda dedicar sua nova morada a Deus. Devemos chamar nossos amigos cristãos e mostrar que, onde nós habitamos, Deus habita, e onde temos uma tenda, Deus tem um altar. Mas como o canto se refere ao templo, para o qual era alegria de Davi depositar material, e para o terreno que comprou mais tarde no passar dos anos, o terreiro de Araúna, precisamos nos contentar com a fé santa que previu o cumprimento da promessa feita a ele com respeito a Salomão. A fé pode cantar:

"Gloria a ti por toda a graça
que eu ainda não provei."

Em todo este salmo, há indicações de que Davi estivera muito aflito depois de se ter, presunçosamente, imaginado estar seguro. Quando os filhos de Deus prosperam de um jeito, geralmente, são provados de outro, porque poucos de nós podemos ter pura prosperidade. Mesmo as alegrias da esperança precisam ser misturadas com as dores da experiência, e tanto mais quando o conforto cria segurança carnal e autoconfiança. Não obstante, o perdão logo seguiu o arrependimento, e a misericórdia de Deus foi glorificada. O salmo é um cântico, não uma lamúria. Que seja lido à luz dos últimos dias de Davi, quando ele havia contado seu povo, e Deus o castigou, e, depois, em misericórdia, mandou o anjo embainhar a espada. No terreiro de Araúna, o poeta recebeu a inspiração que rebrilha nesta ode deleitoso. É o salmo da numeração do povo, e da dedicação do templo que comemorou a suspensão da praga.

DIVISÃO
Em Sl 30.1-3, Davi exalta o Senhor por livrá-lo. Em Sl 30.4-5, convida os santos a se unirem com ele para celebrar a compaixão divina. Em Sl 30.6-7, confessa a falta pela qual foi castigado. Sl 30.8-10, repete a súplica que ofereceu, e conclui com a comemoração de seu livramento e voto de louvor eterno.

DICAS PARA O PREGADOR
Título. Dedicação da casa, e como arranjá-la.
Salmo inteiro. Neste poema, podemos ver o funcionamento da mente de Davi antes, e sob, e depois da calamidade. 1. Antes da calamidade: Sl 30.6. 2. Sob a calamidade: Sl 30.7-10. 3. Depois da calamidade: Sl 30.11-12 (William Jay).

VERS. 1 (primeira cláusula). Deus e seu povo exaltando um ao outro.
VERS. 1 (segunda cláusula). A felicidade de ser preservado para não ser o escárnio dos inimigos.
VERS. 1. A decepção do diabo.

VERS. 2. O homem doente, o médico, a campainha da noite, o remédio, e a cura; ou, um Deus da aliança, um santo enfermo, um coração em choro, uma mão que cura.

VERS. 3. Erguimento e preservação, duas misericórdias diletas; vistas como mais ilustres por haver dois terríveis males, a sepultura, e a cova; logo rastreados até o Senhor. (Tu) tiraste-me...

VERS. 4. Canto, um culto sagrado; santos especialmente convocados; divina santidade, um assunto ótimo; Memória, uma ajuda positiva nele.

VERS. 5. A ira de Deus em relação a seu povo.
VERS. 5. A noite de choro, e a manhã de alegria.
VERS. 5. Vida no favor de Deus.
VERS. 5. A natureza passageira da aflição do crente, e a permanência da sua alegria.

VERS. 6. Os perigos singulares da prosperidade.
VERS. 6-12. A prosperidade de Davi o embalou num estado de segurança indevido. Deus lhe mandou essa aflição para despertá-lo. Os estados sucessivos de sua mente estão marcados aqui claramente; e devem ser considerados sucessivamente à medida que são apresentados à nossa vista.
1. Sua segurança carnal.
2. Sua negligência espiritual.
3. Suas orações fervorosas.
4. Sua recuperação rápida.
5. Seu reconhecimento agradecido (Charles Simeon).

VERS. 7 (primeira cláusula). Segurança carnal; suas causas, seus perigos e suas curas.
VERS. 7 (última cláusula). Os gemidos piedosos de uma alma em treva espiritual.

VERS. 8. Ligado ao versículo 3 - a oração é o remédio universal.

VERS. 9 (primeira cláusula). Argumentos com Deus pela vida continuada e favor renovado.
VERS. 9 (última cláusula). A ressurreição, um tempo no qual o pó louvará a Deus e declarará a sua verdade.

VERS. 10. Duas pedras preciosas de oração; curtas, mas completas e necessárias.
VERS. 10. Senhor, sê tu o meu auxílio. Vejo muitos cair; eu também cairei, se não me sustentares. Sou fraco; sou exposto à tentação. Meu coração é enganoso. Meus inimigos são fortes. Não posso confiar no homem; não ouso confiar em mim mesmo. A graça que recebi não me protege sem ti. Senhor, sê tu o meu auxílio. Em cada dever; em cada conflito; em cada aflição; em cada esforço de promover a causa do Senhor; em cada tempo de prosperidade; em cada hora que vivemos, esta oração curta e inspirada cabe bem. Que possa fluir de nossos corações, estar freqüentemente em nossos lábios, e ser respondida em nossa experiência. Pois se o Senhor nos ajuda, não há nenhuma obrigação que não possamos executar; não há inimigo que não possamos vencer; não há dificuldade que não possamos superar ("Daily Remembrancer" ["Diário de lembranças"] de James Smith).

VERS. 11. Transformações. Repentinas; completas; divinas, tu; pessoais, "para mim"; graciosas.
VERS. 11. Em veste de alegria. Abra a metáfora. Dança santa.
VERS. 11. A mudança de veste do crente: ilustre com a vida de Mordecai ou José do Egito; mencione todas as vestes que o crente pode precisar "vestir", como enlutado, como pedinte, como criminoso.

VERS. 12. Nossa glória, e sua relação com a glória de Deus.
VERS. 12. O fim das dispensações graciosas.
VERS. 12. Silêncio - quando se peca.
VERS. 12 (última cláusula). O voto do crente e a hora de fazê-lo. Veja o salmo todo.

Salmo 31

TÍTULO

Ao mestre da música - um salmo de Davi. A dedicatória ao mestre da música prova que este canto de compassos mistos e sons alternados de tristeza e angústia foi feito para ser um cântico público e, assim, faz morrer de vez a idéia de que nada senão louvor deve ser cantado. Talvez os salmos assim indicados pudessem ser rejeitados como lamentosos demais para o culto do templo, não houvesse o cuidado especial dado pelo Espírito Santo de indicá-los como designados para a edificação pública do povo do Senhor. Será que não pode também haver em salmos designados assim uma referência distinta especial ao Senhor Jesus? Ele, com certeza, se manifesta muito claramente no salmo 22, que leva este título; e neste que está diante de nós ouvimos claramente sua voz moribunda no quinto versículo. Jesus é o principal em toda parte, e em todos os cantos sacros de seus santos ele é o principal, o Mestre de músicos. As conjecturas de que Jeremias escreveu este salmo não precisam de outra resposta senão o fato de que é um "salmo davídico", um "salmo de Davi".

ASSUNTO
O salmista em extrema aflição apela ao seu Deus por ajuda com muita confiança e importunação santa, e logo encontra sua mente tão fortalecida que ele magnifica o Senhor pela sua bondade. Alguns opinaram que a ocasião em sua vida atribulada que levou a este salmo foi a perfídia dos homens de Queila, e nós nos sentimos muito inclinados a aceitar essa conjetura, mas, após refletirmos, parece-nos que seu tom muito lamentoso e sua alusão à iniqüidade deles pedem uma data mais tardia, e pode ser mais satisfatório ilustrá-lo pelo período quando Absalão se rebelou, e Davi soube que seus cortesãos tinham fugido dele, enquanto lábios mentirosos espalharam mil rumores maliciosos contra ele. Talvez seja até bom não termos a menção de uma época determinada, ou nos preocuparíamos tanto ao aplicá-lo ao caso de Davi que nos esqueceríamos de como se adéqua bem à nossa própria experiência.

DIVISÃO
Não há grandes linhas de demarcação; em todo ele o som ondula, caindo em vales de lamentação, e subindo com as elevações de confiança. No entanto, por conveniência, podemos explicá-lo da seguinte forma: Davi testificando sua confiança em Deus implora por auxílio, Sl 31.1-6; expressa gratidão por misericórdias recebidas, Sl 31.7-8; descreve seu caso particularmente, Sl 31.9-13; roga veementemente por livramento, Sl 31.14-18; confiantemente e muito agradecido espera uma bênção, Sl 31.19-22; e termina mostrando como seu caso tem que ver com todo o povo de Deus.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A fé expressa, a confusão desaprovada, o livramento procurado.
VERS. 1 (primeira cláusula). Confissão de fé pública.
1. Obrigações que a precedem, autocrítica.
2. Modos de fazer a confissão.
3. Conduta que cabe àqueles que fizeram a profissão.
VERS. 1 (última cláusula). Até onde a justiça de Deus está envolvida na salvação de um crente.
VERS. 2 (primeira cláusula). É uma grande condescendência Deus ouvir a oração.

VERS. 2 (segunda cláusula). Até onde podemos insistir com Deus quanto ao tempo.
VERS. 2-3 (última e primeira cláusulas). Por aquilo que temos ainda podemos procurar.

VERS. 3. Explique a metáfora de Deus como sendo uma fortaleza sólida da alma.
VERS. 3 (última cláusula).
1. Uma bênção necessária, guia-me.
2. Uma bênção que se pode obter.
3. Um argumento para ser concedido por amor do teu nome.

VERS. 4. O salvamento dos apanhados.
1. Os passarinheiros.
2. A colocação da armadilha.
3. A captura do pássaro.
4. O grito da ave presa.
5. O salvamento.
VERS. 4 (última cláusula). O fraco cingido com onipotência.

VERS. 5.
1. Morrer, no relato de um santo, é uma obra difícil.
2. Os filhos de Deus, quando se consideram agonizantes, se preocupam principalmente com seu espírito imortal que parte.
3. Estes tendo escolhido Deus para seu Deus, têm imenso encorajamento quando estão morrendo, para entregar o espírito que parte na mão dele, com esperanças de estarem salvos e felizes para sempre com ele (Daniel Wilcox).
VERS. 5. O réquiem, a música fúnebre do crente. Redenção é o fundamento de nosso descanso em Deus.

VERS. 6. Ódio santo, como virtude diferenciada de intolerância: ou, o bom odiador.

VERS. 7.
1. Um atributo amável é causa de regozijo.
2. Uma experiência interessante contada.
3. Um favor pessoal diretamente de Deus é motivo de regozijo.
VERS. 7 (cláusula central). Considere a medida, os efeitos, o tempo, a moderação, o fim e a recompensa.
VERS. 7 (última cláusula). A intimidade do Senhor com seus afligidos.

VERS. 8. A liberdade cristã, um tema para alegria.

VERS. 9. O lamento do enlutado.
VERS. 9 (última cláusula). Tristeza excessiva, seus efeitos prejudiciais no corpo, no entendimento e na natureza espiritual. O pecado dessa tristeza, a cura para ela.
VERS. 9-10. O gemido da pessoa doente, um lembrete àqueles que gozam de boa saúde.

VERS. 10. "Debilita-se a minha força, por causa de minha iniqüidade" (ARA). A influência debilitante do pecado.

VERS. 11. O homem bom de quem falam mal.

VERS. 12-15.
Esquecido como quem habita a sepultura,
Como pote quebrado sem conserto,
Por muitos difamado, de todo o lado o medo,
Pois contra mim conspiram! Ouça-me -
Ó Senhor, minha esperança: Eu digo:
Tu és meu Deus, em tuas mãos meus dias
Contra estes inimigos dê auxílio.
Minha alma é perseguida. Livra-me (George Sandys).
VERS. 12. O tratamento que o mundo dá aos seus melhores amigos.

VERS. 14. Fé especialmente gloriosa em tempo de grande tribulação.

VERS. 15. O crente é o cuidado particular da providência.
VERS. 15 (primeira cláusula).
1. O caráter da experiência terrena dos santos, "Meus tempos", isto é, as mudanças pelas quais passarei.
2. A vantagem dessa variedade.
(a) Mudanças revelam os vários aspectos do caráter cristão.
(b) Mudanças fortalecem o caráter cristão.
(c) Mudanças levam-nos a admirar um Deus que não muda.
3. Consolo para todas as estações.
(a) Isso dá a entender que as mudanças da vida são sujeitas ao controle divino.
(b) Que Deus sustentará seu povo debaixo dessas mudanças.
(c) E, conseqüentemente, o resultado disso é lucrarmos abundante-mente com isso.
4. O comportamento que deve nos caracterizar. Devoção corajosa a Deus em tempos de perseguição; resignação e contentamento em tempos de pobreza e sofrimento; zelo e esperança em tempos de trabalho (De Stems and Twigs, Elementos para sermões).

VERS. 16. Uma percepção do favor divino.
1. Seu valor.
2. Como perdê-lo.
3. Como conseguir renová-lo.
4. Como retê-lo.
A melhor recompensa do servo celestial.
VERS. 16 (última cláusula). Uma oração pelos santos em todos os estágios. Observe seu objeto: salva-me; e sua petição: Por teu amor leal. Cabe bem para os penitentes, os doentes, os que duvidam, os tentados, o crente avançado, o santo moribundo.

VERS. 17. A vergonha e o silêncio dos maus na eternidade. O silêncio do túmulo, sua grave eloqüência.

VERS. 19. Um sermão de Spurgeon: "David's Holy Wonder at the Lord's Great Goodness" (A admiração santa de Davi diante da grande bondade do Senhor).

VERS. 20. O crente preservado dos escárnios de arrogância por uma percepção da presença divina, e guardado da amargura da difamação pela glória do rei a quem serve.

VERS. 21. Eventos memoráveis da vida a serem observados, registrados, meditados, repetidos, tornados assunto de gratidão e base de confiança.

VERS. 22. Incredulidade confessada e fidelidade adorada. O mal que fazem as falas precipitadas.

VERS. 23. Uma exortação para que se ame o Senhor.
1. A matéria em si, amem o Senhor.
2. A quem se dirige, a todos vocês os seus santos.
3. Por quem é dito.
4. Com que argumentos é sustentado, pois o Senhor preserva.

VERS. 24. Coragem santa. Suas excelências, dificuldades, encorajamentos e triunfos.

Salmo 32

TÍTULO

Um salmo de Davi, Maschil. Que Davi tenha escrito este salmo gloriosamente evangélico não se prova apenas por este cabeçalho, mas pelas palavras do apóstolo Paulo, em Rm 4.6-8: "Davi diz a mesma coisa quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras". É provável que ao seu profundo arrependimento de seu grande pecado tenha se seguido uma deleitosa paz, que ele foi levado a derramar seu espírito na música suave desse cântico maravilhoso. Na ordem da história, parece seguir ao 51. Maschil é um título novo para nós, e indica que este é um salmo instrutivo ou didático. A experiência de um crente oferece instrução de peso para outros, revela os passos do rebanho, e assim consola e dirige os fracos. Talvez tenha sido importante neste caso prefixar a palavra, para que os santos que duvidassem não imaginassem ser o salmo uma fala estranha de um só indivíduo, mas pudessem apropriá-lo para si como lição do Espírito de Deus. Davi prometeu no salmo 51 ensinar aos transgressores os caminhos do Senhor, e aqui ele o faz com muita eficácia. Grotius acredita que este salmo devia ser cantado no dia anual da expiação dos judeus, quando uma confissão geral de seus pecados era feita.

DIVISÃO
Em nossa leitura, achamos por bem notar a bênção dos perdoados, Sl 32.1-2; a confissão pessoal de Davi, Sl 32.3-5; e a aplicação do caso a outras pessoas, Sl 32.6-7. A voz de Deus é ouvida por quem foi perdoado em Sl 32.8-9; e o salmo então é concluído com uma porção para cada uma das duas grandes classes de homens, Sl 32.10-11.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Bênçãos do Evangelho. Leia o salmo 1 com o salmo 32, mostre o doutrinário e o prático combinados harmoniosamente. Ou, pegue os salmos 1, 32 e 41 e mostre como nós vamos ler a palavra, para sentir o seu poder, e daí para viver com caridade para com todos os homens.
VERS. 1. Bem-aventurança evangélica.
1. A condição original de seu possuidor.
2. A natureza do benefício recebido.
3. O canal pelo qual veio.
4. O meio pelo qual pode ser obtida por nós.
VERS. 1-2. A natureza do pecado e as modalidades do perdão.

VERS. 2. Nenhuma imputação, uma doutrina admirável: Prove, explique, melhore-a.
VERS. 2. Nenhuma malícia. A honestidade de coração do homem perdoado.

VERS. 3. Segurar para nós mesmos as nossas aflições. A tendência natural de timidez e desespero; o perigo dela; meios de divulgar aflição, encoraja-mentos para fazer isso; a pessoa bendita que está pronta para ouvir confissão. O lamentador silente é o maior sofredor.
VERS. 3-4. "Sob convicção terrível e suavemente induzido a se abrir."

VERS. 4. As tristezas de uma alma que se sente condenada. Cada dia, cada noite, é convencida por Deus, sente-se pesada, fraquejada, em processo de destruição.
VERS. 4. (última cláusula). Seca espiritual.

VERS. 5. Os graciosos resultados de uma confissão completa; ou, confissão e absolvição explicados pelas Escrituras.

VERS. 6. Retrato do homem piedoso, desenhado com lápis bíblico (Thomas Watson).
VERS. 6. A experiência de um, o encorajamento de todos.
VERS. 6 (primeira cláusula). O dia da graça, como melhorá-lo.
VERS. 6 (versículo todo). O perdão de pecado, a garantia de que outras misericórdias serão dadas.
VERS. 6 (última cláusula). Dificuldades iminentes, livramentos eminentes.
VERS. 6 (última cláusula). A felicidade dos fiéis (Thomas Playfere).

VERS. 7. Perigo sentido, refúgio conhecido, posse reivindicada, alegria vivenciada.
VERS. 7 (primeira frase). Cristo, o esconderijo para não pecar, Satanás, a tristeza na morte e no juízo.
VERS. 7 (segunda frase). Tribulações das quais os santos serão preservados.
VERS. 7 (última frase). O círculo de canto - quem desenha o círculo, qual é a circunferência, quem está no centro.
VERS. 7. Cantos de livramento. Da culpa, inferno, morte, inimigos, dúvidas, tentações, acidentes, complôs. O divino mestre-escola, seus pupilos, suas lições, seus castigos e suas recompensas.

VERS. 8. O poder do olho (Henry Melvill). No qual ele tenta em vão provar batismos de infantes e episcopalismo, que não são expressamente ensinados na Escritura, mas que ele declara serem sugeridos como se fossem com o olho divino.

VERS. 9. Os freios e as rédeas de Deus, as mulas que precisam deles, e as razões pelas quais nós não devemos fazer parte do número.
VERS. 9. Até que ponto somos nós melhores em nossas ações, e até que ponto somos bem piores do que cavalos e mulas.

VERS. 10. As muitas tristezas que resultam do pecado. A misericórdia que cerca a vida do crente mesmo em suas horas de maior dificuldade. A porção dos maus e a sorte dos fiéis.

VERS. 11. A alegria de um crente. É primavera, "no Senhor"; sua vivacidade, "grite"; fica bem, é ordenado; seus belos resultados e seus abundantes motivos.
VERS. 11. Retos de coração, uma descrição instrutiva. Não horizontais ou rastejantes, não curvos, nem inclinados, mas verticais no coração.

Salmo 33

TÍTULO

Este cântico de louvor não apresenta título nem indicação de autoria; para nos ensinar, diz Dickson, "a olhar para a Escritura Sagrada como sendo totalmente inspirada por Deus, e não para avaliarmos pelos seus autores".

ASSUNTO   E    DIVISÃO
O louvor de Jeová é o assunto deste canto sagrado. Os justos são exortados a louvarem-no, Sl 33.1-3; por causa da excelência de seu caráter, Sl 33.4-5; e sua majestade na criação, Sl 33.6-7. Ordena-se aos homens temer Jeová porque os propósitos dele são realizados na providência, Sl 33.8-11. Proclama-se que seu povo é abençoado, Sl 33.12. A onisciência e onipotência de Deus, e o cuidado de seu povo são celebrados, em oposição à fragilidade de um braço de carne, Sl 33.13-19, e o salmo termina com uma fervente expressão de confiança, Sl 33.20-21, e uma oração sincera, Sl 33.22.

DICAS PARA O PREGADOR
Salmo inteiro. Este salmo é eucarístico: seu conteúdo é:
1. Uma exortação para que se louve a Deus, Sl 33.1-3.
2. Os argumentos para reforçar o dever, Sl 33.4-19.
3. A confiança do povo de Deus em seu nome, sua felicidade, e petição, Sl 33.20-22 (Adam Clarke).

VERS. 1. Regozijo - a alma do louvor; o Senhor - a fonte da alegria. Caráter - indispensável para o verdadeiro prazer.
VERS. 1 (última cláusula). O louvor é conveniente. Qual? O louvor oral, meditativo, habitual. Por quê? É tão conveniente quanto as asas são para um anjo, e nós subimos com louvor; como flores para uma árvore, é nosso fruto; como beca para um sacerdote, é nosso distintivo; como cabelo longo para uma mulher, é nossa beleza; como coroa para um rei, é nossa maior honra. Quando? Sempre, mas principalmente em meio à blasfêmia, perseguição, doença, pobreza, morte. Quem? Não aos ímpios, hipócritas ou irrefletidos. Viver sem louvor é como viver sem o adorno que mais nos fica bem.

VERS. 2. Música instrumental. É legítima? É oportuna? Se é, seus usos, limites e leis. Um sermão para melhorar a música da congregação.

VERS. 3 (primeira cláusula). O dever de manter o frescor de nossas devoções. Frescor, habilidade e entusiasmo, para serem combinados em nossos salmos e hinos de toda a congregação.

VERS. 4. A palavra e obras de Deus, sua conveniência e acordo, e nossa visão de ambas.
VERS. 4 (primeira cláusula). A palavra doutrinária, preceitual, histórica, profética, promissora e experimental, sempre certa, isto é, livre de erro ou mal.
VERS. 4 (segunda cláusula). A obra de Deus na criação, providência e graça, sempre em conformidade com a verdade. Seu ódio de tudo que é simulado.
VERS. 4-5. Um argumento quádruplo em favor do louvor, da verdade, fidelidade, justiça e bondade de Deus:
1. Pois a palavra do Senhor é verdadeira.
2. Ele é fiel em todas as suas obras.
3. Ele ama a justiça e a retidão.
4. A terra está cheia da bondade do Senhor (Adam Clarke).

VERS. 5. Justiça e bondade são igualmente visíveis na ação divina.
VERS. 5 (última cláusula). Um tema sem par para um olho observador e uma língua eloqüente.

VERS. 6. O poder da Palavra e do Espírito na velha e na nova criação.

VERS. 7. O controle de Deus das influências destrutivas e reconstrutivas.
VERS. 7. Os armazéns do Grande Fazendeiro.

VERS. 8. Motivos para culto universal, seus obstáculos, seus prospectos futuros, nossa obrigação em relação a ele.
VERS. 8. (última cláusula). Reverência e admiração - a alma de culto.

VERS. 9. A palavra irresistível de Jeová na criação, no chamar seu povo, em seu consolo e livramento, na entrada deles na glória.

VERS. 10. Pagãos educados e filosóficos estão ao alcance de missões.
VERS. 10-11. Os conselhos opostos.

VERS. 11. A eternidade, imutabilidade, eficiência e sabedoria dos decretos divinos. Os propósitos de Deus, "os pensamentos de seu coração", sua sabedoria e, mais ainda, seu amor.

VERS. 12. Duas eleições feitas por um povo abençoado e um Deus gracioso, e seu resultado feliz. A felicidade da igreja de Deus. O deleite de Deus em seu povo, e o deleite deste povo em Deus.

VERS. 13. A onisciência e suas lições.
VERS. 13-15. A doutrina da providência.

VERS. 15. O conhecimento que Deus tem do coração dos homens, e sua avaliação de suas ações. A natureza humana é sempre semelhante.

VERS. 16-18. A falácia da confiança humana, e a segurança da fé em Deus.

VERS. 18. Esperar na misericórdia de Deus - formas falsa e verdadeira distinguidas.
VERS. 18.
1. Os olhos do conhecimento de Deus estão sobre eles.
2. Os olhos de seu afeto estão sobre eles.
3. Os olhos de sua providência estão sobre eles (William Jay).

VERS. 19. A vida em tempos de fome, natural e espiritual, especialmente uma fome de esperança e satisfação legal.

VERS. 20. Esperar no Senhor inclui:
1. Convicção - estar persuadido de que o Senhor é o supremo bem.
2. Desejo - é expressa pela fome e sede de justiça.
3. Esperança.
4. Paciência - Deus nunca falha quanto à sua promessa (William Jay).
VERS. 20 (primeira cláusula). A posição do crente a cada hora.

VERS. 21. Alegria, o derramamento da fé.

VERS. 22. Uma oração para crentes somente.
VERS. 22. Medida por medida, ou misericórdia proporcional à fé.

Salmo 34

TÍTULO

Salmo de Davi, quando ele mudou seu comportamento diante de Abimeleque, que o mandou embora, e ele partiu. Dessa transação, que não soma ponto positivo em nossa lembrança de Davi, nós temos um relato breve em 1Sm 21.1-15. Embora a gratidão do salmista o tenha feito registrar com reconhecimento a bondade do Senhor em lhe dar um livramento que não merecia, ele não aborda nenhum dos incidentes do escape para constar dessa narrativa, mas se fixa só no grande fato de ter sido ouvido na hora do perigo. Com seu exemplo, podemos aprender a não alardear nossos pecados diante de outros, como certos vangloriosos confessores costumam fazer que parecem tão orgulhosos de seus pecados como velhos pensionistas militares o são de suas batalhas e suas cicatrizes. Davi fez o papel de louco com destreza singular, mas não foi um tolo tão real que cantasse suas próprias façanhas de tolice. No original, o título não nos ensina que o salmista compôs este poema na ocasião em que escapou de Aquis, o rei ou Abimeleque de Gate, mas que pretende comemorar esse evento, e foi sugerido por ele. É bom marcar nossas misericórdias com memoriais bem esculpidos. Deus merece o melhor de nossa arte criativa. Davi, em vista do perigo especial do qual foi salvo, caprichou neste salmo e o escreveu com considerável regularidade, quase de acordo perfeito com as letras do alfabeto hebraico. Este é o segundo salmo que segue a ordem alfabética; o salmo 25 foi o primeiro.

DIVISÃO
O salmo apresenta duas grandes divisões, no final de Sl 34.10, quando o salmista, tendo expressado seu louvor a Deus, se volta em discurso direto aos homens. Os primeiros dez versículos são um hino, e os últimos doze um sermão. Para auxiliar o leitor podemos subdividi-lo da seguinte forma: Em Sl 34.1-3, Davi professa bendizer ao Senhor, e convida o louvor de outros; de Sl 34.4-7, ele relata sua experiência, e, em Sl 34.8-10, ele exorta os piedosos à constância da fé. Em 34.1-14, ele faz a exortação direta, e dá seguimento com ensinos didáticos de Sl 34.15-22 até o final.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Decisão firme, dificuldades sérias para desempenhá-la, ajuda para sua realização, excelentes conseqüências de assim fazer. Seis perguntas: Quem? "Eu." O quê? "Bendirei." A quem? "Ao Senhor." Quando? "Em todo o tempo." Como? Por quê?
VERS. 1. Instrução para se fazer um céu aqui embaixo.

VERS. 2. O gloriador simpático e seu auditório edificado. Podemos nos gloriar no Senhor, nele mesmo, nas manifestações que ele faz de si, seu relacionamento conosco, nosso interesse nele, nas expectativas que temos dele. É dever dos crentes relatar sua experiência para a edificação de outros.

VERS. 3. Convite para se louvar em união.
VERS. 3. Magnificar, ou engrandecer, a obra de Deus, um exercício nobre.

VERS. 4. Confissões de uma alma redimida. Que sejam simples, que honrem a Deus, não procurem mérito e animem outros a buscá-lo também.
VERS. 4. Quatro estágios: "temores", "buscas", "prestar atenção", "libertação".

VERS. 5. O poder de um olhar com fé.

VERS. 6.
1. A herança do pobre: "tribulações".
2. O amigo do pobre.
3. O clamor do pobre.
4. A salvação do pobre.
VERS. 6. A riqueza do pobre.
A posição da oração na economia da graça, ou a história natural da misericórdia na alma.

VERS. 7. Castra angelorum, salvatio bonorum.
VERS. 7. O ministério de anjos. Em que sentido é Jesus "o anjo do Senhor".

VERS. 8. A experiência é o único teste verdadeiro de verdade religiosa.
VERS. 8. Paladar. O paladar santificado, a provisão preciosa (fr. recherché), o veredicto gratificante, a hoste celestial.

VERS. 9. A condição abençoada de um homem temente a Deus.
VERS. 9. Temor expulsando temor. Similia similibus curantur.

VERS. 10. Leões passando falta, mas os filhos satisfeitos. (Sermão de Spurgeon.)
1. A descrição de um cristão verdadeiro, "busca o Senhor".
2. A promessa apresentada por um contrato (pacto).
3. A promessa cumprida.
VERS. 10. O que é uma boa coisa?

VERS. 11. Um professor de fina estirpe, seus discípulos jovens, seu modo de instruir. "Vem"; sua matéria predileta.
VERS. 11. Trabalho de Escola Dominical.

VERS. 12-14. Como tirar o maior proveito dos dois mundos.

VERS. 13. Pecados da língua - seus males, suas causas, sua cura.

VERS. 14. (primeira cláusula). A relação entre o negativo e as virtudes positivas.
VERS. 14. (segunda cláusula). A caçada real. Os animais caçados, as dificuldades da caçada, os caçadores, seus métodos e suas recompensas.

VERS. 15. Nosso Deus observador. Olhos e ouvidos, ambos atentos em nós.

VERS. 16. O homem mau sofrendo xeque-mate na vida, e esquecido na morte.

VERS. 17. Aflições e a bênção tríplice que oferecem.
1. Obrigam-nos a orar.
2. Levam-nos ao ouvido atento do Senhor.
3. Dão-nos espaço para a experiência alegre do livramento.

VERS. 18. Deus está bem próximo de corações quebrantados, e há certeza de sua salvação.

VERS. 19. Preto e branco, ou seja, ruína e antídoto. Pessoas especiais, tribulações especiais, libertações especiais, fé especial como dever.

VERS. 20. A verdadeira segurança de um crente quando está em grande perigo. Sua alma, sua vida espiritual, sua fé, esperança, amor; seu interesse em Jesus, sua adoção, justificação, todos guardados.

VERS. 21. Maldade, seu próprio algoz, seu próprio carrasco, ilustrado por casos bíblicos, pela história, pelos perdidos no inferno. Lições deste fato solene. A condição triste do homem de espírito malicioso.
VERS. 21-22. Quem ficará e quem não ficará desolado.

VERS. 22. Redenção em seus vários sentidos; fé em sua preservação universal; o Senhor em sua glória sem rival na obra da graça.

Salmo 35

TÍTULO

Um salmo de Davi. Eis tudo o que sabemos sobre este Salmo, mas a evidência interna parece fixar a data de sua composição nos tempos turbulentos em que Saul caçava Davi subindo e descendo por montes e vales, e quando aqueles que bajulavam o rei cruel caluniavam o objeto inocente de sua ira; ou talvez se refira aos dias inquietos de freqüentes levantes quando Davi já era idoso. O salmo inteiro é o apelo ao céu de um coração corajoso e uma consciência limpa, irritado pelas medidas por opressão e malícia. Sem dúvida nenhuma o Senhor de Davi pode ser visto aqui pelo olho espiritual.

DIVISÃO
O modo mais natural de dividir este salmo é observar sua qualidade tripla. Sua queixa, oração e promessa de louvor são repetidas com notável paralelismo três vezes, até mesmo como nosso Senhor no Jardim orou três vezes usando as mesmas palavras. A primeira parte é Sl 35.1-10, a segunda vai de Sl 35.11 a 18, e a última de Sl 35.19 a 28; cada seção termina numa nota de cântico agradecido.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Jesus nosso advogado e patrocinador; nosso amigo nas cortes do céu e batalhas da terra.

VERS. 2. Jesus armado como defensor dos fiéis.

VERS. 3. Inimigos guardados à distância de um braço. Como o Senhor faz isso, e como isso é uma bênção para nós.
VERS. 3 (última cláusula). Plena segurança. Uma garantia positiva, pessoal, espiritual, presente, divina, completa, vinda por meio de uma palavra da parte de Deus.
VERS. 3 (última cláusula). O céu assegurou isso (Sermão de Thomas Adams).

VERS. 4. A confusão eterna do diabo.

VERS. 5. Que sejam como palha ao vento. Foram bastante rápidos para atacar, que sejam tão velozes assim para fugir. Que seus próprios temores e os alarmes de suas consciências os acovardem de modo à menor brisa de transtorno os jogar aqui e acolá. Homens ímpios são sem valor em caráter, e levianos em seu comportamento, sendo destituídos de solidez e fixação, é apenas justo que aqueles que se fazem de palha sejam tratados como se fossem palha. Quando essa imprecação é cumprida em homens sem favor divino, eles verão que é terrível estar para sempre sem descanso, sem paz de espírito ou pouso de alma, acossados de temor em temor, e de miséria em miséria. E que o anjo do Senhor os persiga. Anjos caídos os hão de afligir. Ser perseguidos por espíritos vingativos será a sorte daqueles que se deleitam em perseguições. Observe a cena toda como o salmista o esboça: o inimigo furioso primeiro é cercado, depois forçado a voltar, depois posto em fuga veloz, e acossado por mensageiros inflamados de quem não se pode escapar, enquanto seu caminho se torna escuro e perigoso, e sua destruição, irresistível.

VERS. 6. A horrível peregrinação dos ímpios.
VERS. 6. A trindade de perigos no caminho dos maus, seu caminho escuro de tanta ignorância, e escorregadio com tentação, enquanto atrás deles vem o vingador.

VERS. 8. Destruição de surpresa, um tópico terrível.

VERS. 9. Alegria em Deus e na sua salvação.

VERS. 10. Um Deus incomparável, e sua graça incomparável - estes são os temas. Um coração experimentado, completamente vivificado - este é o cantor, e disto vem música ímpar. A música de uma harpa despedaçada.

VERS. 11. A maldade, crueldade, pecaminosidade e baixeza da difamação.

VERS. 12. Como uma alma pode ser assaltada.

VERS. 13. Compaixão cristã até pelos obstinados.
VERS. 13 (última cláusula). O benefício pessoal da oração intercessora.

VERS. 13-14. Compaixão pelos doentes (C. Simeon).

VERS. 15. A conspiração vergonhosa dos homens contra nosso Senhor Jesus em sua paixão.

VERS. 17. O limite da paciência divina.

VERS. 18. "Eu te darei graças na grande assembléia." Livramento notável precisa ser registrado, e sua fama enaltecida. Todos os santos deveriam ser informados de como o Senhor é bom. O tema é digno da maior assembléia, a experiência de um crente é assunto adequado para um universo reunido ouvir. A maioria dos homens publica seus pesares; homens bons deveriam proclamar suas misericórdias. ["Eu te darei graças na grande assembléia."] Entre amigos e inimigos glorificarei o Deus de minha salvação. Louvor - louvor pessoal, louvor público, louvor perpétuo - deve ser o tributo diário do Rei dos céus. Assim, pela segunda vez, a oração de Davi termina em louvor, como na verdade todas as orações deveriam terminar.
VERS. 18. O dever, a bem-aventurança e a conveniência do louvor público.

VERS. 19. Ele ora com sinceridade como se não tivessem motivo para serem inimigos, também podem não ter motivo para se sentir vitorioso quer em sua tolice, pecado ou derrota. ["Não permita que aqueles que sem razão me odeiam troquem olhares de desprezo."] O piscar do olho era o sinal vulgar de parabéns para alguém arruinar sua vítima, e pode ter sido também um dos gestos de desprezo ao encararem aquele que haviam desprezado. Causar ódio é marca dos maus, sofrê-la sem causa é a sorte dos justos. Deus é o protetor de todos aqueles que são tratados injustamente, e ele é o inimigo dos opressores.

VERS. 22. Onisciência suplicada, uma palavra procurada, uma presença pedida, ação pleiteada, juramento reivindicado como direito.

VERS. 25. O deleite do homem ímpio, e o refúgio do homem justo.

VERS. 26. A roupa de condenado para os maus ["cubram-se de desonra"].

VERS. 27 (última cláusula). Qual é a prosperidade em que o Senhor tem prazer?

VERS. 28. Um tema bendito, uma língua apta, uma prédica sem fim.

SALMO 36

TÍTULO
Ao mestre dos músicos. Aquele que era encarregado do culto no templo era encarregado do uso desse canto no culto público. O que é responsabilidade de todos nunca é feito. Era por bem ter uma pessoa para cuidar especialmente do culto de cântico na casa do Senhor. De Davi, o servo do Senhor. Isso parecia indicar que o salmo cabe especialmente a uma pessoa que julga ser honra ser chamado servo de Jeová. É o CANTO DO SERVIÇO FELIZ; pessoa em quem todos podem se unir que levam o jugo leve de Jesus. Os ímpios são contrastados aos justos, e o grande Senhor dos homens piedosos é exaltado com entusiasmo; portanto, insiste-se em obediência a um mestre tão bom indiretamente, e condena-se claramente o rebelar-se contra ele.

DIVISÃO
Em Sl 36.1-4, Davi descreve os rebeldes; em Sl 36.5-9, ele exalta os vários atributos do Senhor; em Sl 36.10-11, ele se dirige ao Senhor em oração, e no último versículo, sua fé enxerga em visão a derrota de todos os que praticam a iniqüidade.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O que é o temor de Deus? Como funciona? Qual é o efeito de sua ausência? O que devemos aprender ao ver esses resultados tão vis? Ou seja, o ateísmo subjacente à transgressão.

VERS. 2. As artes, as motivações, as ajudas, os resultados e as punições do auto-engrandecimento, e a descoberta que o conclui.
VERS. 2. Elogios a si próprio. (Sermão de Jonathan Edwards).
VERS. 2. Sobre o engano no coração, com respeito à comissão de pecado (Dois sermões de Jamieson).

VERS. 3. Palavras más. Duas das muitas espécies.
VERS. 3 (segunda cláusula). A relação entre a sabedoria verdadeira e a bondade prática.

VERS. 4. A diligência em fazer o mal, sinal de depravação profunda (W.S. Plumer).
VERS. 4. O abuso de retirar-se para o leito para planejar seus maus propósitos, traço infalível de um pecador contumaz (N. Marshall).
VERS. 4. O pecador no leito, em sua conduta, em seu coração; e para isso, em sua morte, e no seu destino.
VERS. 4 (segunda cláusula). Caminhos que não são bons.
VERS. 4 (última cláusula). Neutralidade condenada.

VERS. 5-6. Quatro gloriosas comparações da misericórdia, fidelidade e providência de Deus. O pregador tem aqui uma profusão de imagens poéticas nunca superada.

VERS. 6. A palavra e obras misteriosas de Deus (C. Simeon).
VERS. 6 (segunda cláusula). Os juízos de Deus são:
1. Muitas vezes insondáveis - não podemos descobrir a base ou causa, e a origem deles.
2. Velejam em segurança. Navios nunca batem em rochas quando estão em águas profundas.
3. Escondem grande tesouro.
4. Operam muito bem - as grandes profundezas, embora a ignorância creia que aquilo seja tudo um desperdício, são uma das maiores bênçãos para essa Terra redonda.
5. Tornam-se uma estrada de comunhão com Deus. O mar é hoje a grande estrada principal do mundo.
VERS. 6. (última cláusula). A bondade de Deus aos animais inferiores bem com o homem.

VERS. 7. O objetivo, as razões, a natureza e a experiência da fé.
VERS. 7-8. Admiração! Confiança! Expectativa! Realização!

VERS. 8 (primeira cláusula). As provisões da casa do Senhor. O que são, sua excelência e abundância, e para quem são providenciadas.
VERS. 8 (segunda cláusula). O Hiddekel celestial - A origem desse rio, sua enchente, os felizes que bebem dele, como vieram a beber.

VERS. 9 (primeira cláusula). A VIDA, natural, mental, espiritual, procede de Deus, é sustentada, restaurada, purificada e aperfeiçoada por ele. Nele, ela habita com permanência, flui livremente dele, com frescor, abundância e pureza; a ele deve ser consagrada.
VERS. 9 (segunda cláusula). LUZ, o que é enxergá-la. Luz divina, o que é; como é o meio pelo qual vemos outra luz. A experiência aqui descrita, e a obrigação de que há aqui uma sugestão.

VERS. 10.
1. O caráter do justo - ele conhece Deus e é reto de coração.
2. Seu privilégio - amor e justiça.
3. Sua oração, contínua.
VERS. 10. A necessidade de suprimentos diários de graça.

VERS. 12. Visão de terem caído os poderes do mal, princípios e homens ímpios.

SALMO 37

TÍTULO
De Davi. Só há essa palavra para denotar a autoria; não somos informados se era cântico ou uma meditação. Foi escrito por Davi na velhice, Sl 37.25, e é de maior valor como o registro de uma experiência de vida tão variada.

ASSUNTO
O grande enigma da prosperidade dos maus e a aflição dos justos, que têm deixado tantos perplexos, são tratados à luz do futuro, e são, de forma impressionante, proibidos a impaciência e os lamentos. É um salmo no qual o Senhor silencia docemente as reclamações exageradamente comuns, e acalma suas mentes quanto ao seu tratamento atual com seu próprio rebanho escolhido, e os lobos por quem são cercados. Contém oito grandes preceitos, é ilustrado duas vezes com declarações autobiográficas, e está cheio de contrastes notáveis.

DIVISÃO
O salmo dificilmente pode ser dividido em muitas seções. Assemelha-se a um capítulo do livro de Provérbios, a maioria dos versículos sendo completos em si. É um salmo alfabético: em uma ordem um tanto quebrada, as primeiras letras dos versículos seguem o alfabeto hebraico. Isso pode não ter sido apenas uma invenção poética, mas um auxílio à memória. Pede-se ao leitor que o leia todo sem comentar antes de se voltar à nossa exposição.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A arte da tranqüilidade (W. Jones).
VERS. 1-2. Uma tentação freqüente, e uma corretiva dupla - a visão de pecadores na morte e no inferno.

VERS. 2. Como e quando os maus perecem.

VERS. 3.
1. Uma combinação descritiva do viver santo.
2. Uma combinação descritiva da vida feliz.
VERS. 3. O crente retratado.
1. Seu objetivo de confiança.
2. Seu modo de vida.
3. Seu lugar de habitação.
4. Sua certeza da provisão.
VERS. 3 (última cláusula). Leia-o de quatro maneiras:
1. "Desfrutará: certamente será alimentado" ou a certeza de abastecimento.
2. "Alimentado na certeza" ou a suficiência da provisão para alma e corpo.
3. "Alimentado na verdade" ou a espiritualidade da provisão.
4. "Alimentado na verdade", ou o dever de escolher tais provisões.

VERS. 4. Explique o deleite e o desejo do crente, e mostre a ligação entre as duas coisas.
VERS. 5-6. A vida mais elevada.

1. Baseada em resignação entusiástica.
2. Sustentada pela fé.
3. Constantemente desdobrada pelo Senhor.
4. Consumada em esplendor meridiano (do sol no ápice).

VERS. 6. Doce consolo para santos caluniados. Onde está o seu caráter agora. Quem o revelará. A maneira gradual, mas segura da revelação, e a gloriosa conclusão.

VERS. 7. Descanse no Senhor. O quê? Onde? Quando? Por quê? Como?
VERS. 7. Paz, paciência, controle próprio.
VERS. 7. Tranqüilidade em Deus (Bispo Wilberforce).
VERS. 7. Descanso no Senhor.
1. Descanse na vontade de Deus, pois o que quer que ele desejar é para o seu bem, seu mais elevado bem.
2. Descanse no amor de Deus, e medite com freqüência nas palavras de Jesus nesse ponto: "Tu os amaste como igualmente me amaste".
3. Descanse na misericórdia de Deus.
4. Descanse no relacionamento que teu Deus preenche para ti; ele é o Pai.
5. Descanse no Senhor como ele é manifestado em Jesus, teu Deus em pacto (James Smith).

VERS. 8. Um sermão para os irrequietos.
1. Acabe com a ira atual. É loucura, é pecado; exclui as nossas orações; aumenta e se torna malícia; pode conduzir ao pior.
2. Abandone-a daqui em diante. Arrependa-se dela, vigie seu gênio, discipline suas paixões.
3. Evite toda semelhança de sentimentos de mau humor, impaciência, inveja porque conduzem ao mal.

VERS. 9. Como os humildes são os verdadeiros senhores da terra.
VERS. 10.
1. Considere o que o pecador que partiu deixou. Posses, alegrias, honras, alvos, esperanças.
2. Considere aonde ele foi.
3. Considere se você estará partilhando a mesma sorte.
VERS. 10-11. Terror para os maus: consolo para os crentes (A. Farindon).

VERS. 11. O deleite do homem manso ou "a colheita de um olho tranqüilo".

VERS. 14. Conversação correta.
1. O que exclui. O horizontal ou terreno, o torto ou esperto, o enviezado ou sinistro.
2. O que inclui. Motivo, objeto, linguagem, ação.
3. O que realiza. Fica de pé como pilar; sustenta-se como coluna; sobe como torre; adorna como monumento; ilumina como farol.

VERS. 15. A natureza autodestrutiva do mal.

VERS. 16. Como fazer do pouco muito.
VERS. 16-17.
1. Os donos contrastados.
2. As posses comparadas.
3. A preferência dada.
4. As razões declaradas.

VERS. 17 (última cláusula).
1. As pessoas favorecidas.
2. Sua necessidade evidente, "serem sustentadas".
3. Sua bênção singular, "serem sustentadas" acima da tribulação, sob a tribulação, após a tribulação.
4. Seu Patrono augusto.

VERS. 18. Os consolos deriváveis de uma consideração do conhecimento divino. A eternidade das posses do homem justo.
VERS. 18.
1. As pessoas, "os íntegros".
2. O período, "os dias" deles (KJV, ARA). Estes Deus conhece.
(a) Conhece-os bondosamente e graciosamente.
(b) Conhece seu número.
(c) Conhece a natureza deles.
3. A porção: "a herança deles permanecerá para sempre".
VERS. 18 (última cláusula). O que é. Como o conseguem. Por quanto tempo o detêm?

VERS. 19. Boas palavras para tempos difíceis.

VERS. 21. Transações financeiras são testes de caráter.

VERS. 22. A bênção divina é o segredo da felicidade. O desprazer divino é a essência da infelicidade.

VERS. 23-24.
1. A predestinação divina.
2. O deleite divino.
3. O sustento divino.

VERS. 24. Aflições temporárias.
1. São de se esperar.
2. Têm seus limites.
3. Têm seus resultados.
4. Nosso consolo secreto em meio delas.
O que podem ser. O que não podem ser. O que serão.

VERS. 25. Memorando anotado de um idoso observador.

VERS. 26. A bênção da família do homem bom: o que é, e o que não é.

VERS. 27. É negativo, é positivo, é remunerador.

VERS. 28.
1. O amor da justiça que o Senhor tem.
2. Sua fidelidade aos justos.
3. A preservação infalível deles é duplamente garantida.
4. A condenação dos ímpios é assim assegurada.

VERS. 29. Canaã como um tipo da herança do homem justo.

VERS. 30. Nossa fala como um teste de piedade.

VERS. 31.
1. A melhor coisa.
2. No melhor lugar.
3. Com o melhor dos resultados.

VERS. 32-33. Nossos inimigos, sua malícia contumaz; nossa salvaguarda e justificação.

VERS. 34.
1. Uma admoestação dupla:
(a) Espere no Senhor.
(b) E siga sua vontade; espere e trabalhe, espere e ande, consiga graça e exercite-a.
2. Uma promessa dupla:
(a) Ele o exaltará, dando-lhe a terra por herança; Deus é a fonte de toda ascensão e honra.
(b) Quando os ímpios forem eliminados, você o verá; e eles serão mesmo eliminados (William Jay).
VERS. 34. Fé paciente, santidade perseverante e exaltação prometida.
VERS. 34 (última cláusula). Emoções causadas nos piedosos pela visão da condenação do pecador.
VERS. 34 (última cláusula). Os ímpios são muitas vezes decepados.
1. Mesmo em vida, de seus locais, e riquezas e expectativas de sucesso.
2. Na morte são removidos de todas as suas posses e confortos.
3. No último dia serão privados da "ressurreição da vida" (William Jay).

VERS. 35-37. Três cenas memoráveis.
1. O grandioso espetáculo.
2. O estrondoso desaparecimento.
3. O deleitoso êxodo.

VERS. 39-40.
1. As doutrinas da graça condensadas.
2. A experiência da graça concentrada.
3. As promessas da graça sumariadas.
4. A maior evidência da graça declarada: porque nele se refugiam.

SALMO 38

TÍTULO
Um salmo de Davi para trazer lembrança. Davi sentiu-se esquecido por seu Deus E, portanto, recontou suas tristezas e clamou fortemente por auxílio nessa situação. O mesmo título é dado ao salmo 70, em que, da mesma forma, o salmista derrama sua queixa diante do Senhor. Seria tolice aventurar uma suposição quanto ao ponto da história de Davi em que este foi escrito; pode ser uma comemoração de sua própria doença e de ter agüentado crueldade; por outro lado, pode ter sido composto para o uso de santos doentes e caluniados, sem referência especial à sua pessoa.

DIVISÃO
O salmo tem início com uma oração, Sl 38.1; continua com uma longa queixa, Sl 38.2-8; faz uma pausa para lançar um olhar ao céu, Sl 38.9; continua com uma segunda história de tristezas, Sl 38.10-14; intercala outra palavra dirigida esperançosamente a Deus, Sl 38.15; uma terceira vez derrama uma torrente de mágoas, Sl 38.16-20; e então termina como começou, com apelos renovados, Sl 38.21-22.

DICAS PARA O PREGADOR
Título: a arte do rememorar. Memórias santas. O proveito de lembranças sacras.

VERS. 1. A repreensão da ira de Deus.
1. Muito merecida.
2. Razoavelmente temida.
3. Protestada com sinceridade (B. Daries).
VERS. 1. As más conseqüências do pecado neste mundo.
VERS. 1. A mais amarga das amarguras, tua ira; por que protestada; e como escapada.

VERS. 2. Deus castiga amargamente muitos de seus filhos e, contudo, mesmo assim, ele nunca, nem por nada, os ama menos, nem lhes nega em tempos bons a sua misericórdia (Thomas Wilcocks).

VERS. 3 (última cláusula). O pecado causa desassossego. Só aquele que o cura sabe dar descanso. Estenda-se, dê ênfase aos dois fatos.

VERS. 4 (primeira cláusula). O pecado na sua relação a nós. Ao olho agradável. Ao coração decepcionante. Aos ossos irritantes. Sobre a cabeça esmagador.
VERS. 4. A confissão do pecador despertado.
VERS. 4 (última cláusula). Pecado.
1. Pesado - um fardo.
2. Muito pesado - um fardo pesado.
3. Pesado demais - pesado demais para mim.
4. Não é impossível de ser movido, porque embora pesado demais para mim, assim mesmo Jesus o carregou.

VERS. 5. Tolice. A tolice do pecado. Tudo o que um homem tem a ver com o pecado mostra sua tolice.
1. Brincando com o pecado.
2. Cometendo-o.
3. Continuando nele.
4. Escondendo-o.
5. Disfarçando-o (B. Davies).

VERS. 6. A convicção do pecado. Sua tristeza, sua profundidade, sua continuação.
VERS. 6. Estou encurvado e abatido. Estou de luto.
1. Razões ilegais para o luto.
2. Temas legítimos para a tristeza.
3. Alívios valiosos da tristeza.

VERS. 9. Os muitos desejos dos filhos de Deus: o fato de que Deus os entende mesmo quando não são expressos, e a certeza de que ele os concederá.
VERS. 9. Onisciência, uma fonte de consolo para os desalentados.

VERS. 13. A sabedoria, dignidade, poder e dificuldade do silêncio.

VERS. 15. Oração, a cria da esperança. A esperança fortalecida por confiança em que Deus responde as orações.

VERS. 17. Sr. pronto para dar um basta. Sua linhagem e enfermidade; suas muletas e sua cura; sua história e sua saída segura.

VERS. 18. A excelência da confissão penitente.
VERS. 18. Os filhos gêmeos da graça - confissão e contrição: sua revelação e reação mútua.
VERS. 18 (última cláusula). Há boa razão para tal tristeza, Deus fica satisfeito com ela. Traz benefício ao lamentador.

VERS. 19. A terrível energia e a indústria dos poderes do mal.

VERS. 22. A fé experimentada, fé trêmula, fé chorando, fé se agarrando, fé vencendo.

SALMO 39

TÍTULO
Ao mestre da música, para Jedutum mesmo. O nome de Jedutum, que significa louvar ou celebrar, era muito apropriado para um líder de salmodia sagrada. Ele foi um daqueles ordenados por ordem do rei "para canto na casa do Senhor com címbalos, saltérios e harpas" 1Cr 15.6, e seus filhos depois dele parecem ter permanecido neste mesmo trabalho santo, mesmo até data tão tardia como os dias de Neemias. Ter um nome e uma posição em Sião é honra nada pequena, e manter esse lugar através de uma longa ordem de transmissão por herança pela graça é uma bênção indizível. Ó, que à nossa família nunca falte um indivíduo para prestar serviço diante do Senhor Deus de Israel. Davi deixou este poema lamentoso nas mãos de Jedutum porque achou que ele seria o mais capaz de compor a música para a letra, ou porque ele distribuiria a honra sagrada de canto entre todos os músicos que, cada um por sua vez, dirigiam o coro. Um salmo de Davi. É tal como sua vida variada produziria na certa; desabafos que cabem bem para um homem tão tentado, tão forte em suas paixões, e contudo tão firme na fé.

DIVISÃO
O salmista, encurvado por doença e tristezas, está carregado de pensamentos de descrença que resolve silenciar para que nenhum mal suceda do fato de serem falados, Sl 39.1-2. Mas o silêncio cria uma tristeza insuportável, que, por fim pede expressão, e ele a obtém na oração de Sl 39.3-6, que é quase uma queixa e um suspiro por morrer, ou, na melhor das hipóteses, é um retrato muito desanimado da vida humana. Em Sl 39.7-13, o tom é mais submisso, e o reconhecimento da mão divina é mais distinto; a nuvem passou, evidentemente, e o coração do lamentador está aliviado.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1-2. Porei mordaça em minha boca.
1. Há uma hora em que silenciar. Ele foi capacitado a fazer isso quando repreendido e injustamente acusado por outros. Ele o fez por bem; outros poderiam atribuí-lo ao mau humor, ou orgulho, ou timidez, ou culpa; mas ele o fez por bem. Respire num espelho polido e vai evaporar e deixá-lo mais brilhante do que antes; tente passar um pano, e a marca permanecerá.
2. Há uma hora para se meditar em silêncio. Quanto maior o silêncio, quase sempre é maior comoção interna. "Meu coração ardia." Quanto mais pensava, mais quente ficava. O fogo de dó e compaixão, o fogo de amor, o fogo de zelo santo queimava dentro dele.
3. Há uma hora para falar. "Então comecei a dizer." A hora para falar é quando a verdade está clara e forte na mente, e o sentimento da verdade está ardendo no coração. As emoções explodem como de um vulcão, Jr 20.8-9. A linguagem deve ser sempre uma representação fiel da mente e do coração (G. Rogers, Tutor da Metropolitan Tabernacle College).

VERS. 2. Há um silêncio sétuplo.
1. Um silêncio estóico.
2. Um silêncio político.
3. Um silêncio tolo.
4. Um silêncio obstinado.
5. Um silêncio forçado.
6. Um silêncio desesperado.
7. Um silêncio prudente, santo, gracioso (Thomas Brooks).

VERS. 4. Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida.
1. O que podemos desejar saber sobre nosso fim. Não a sua data, lugar, circunstâncias, mas:
(a) Sua natureza. Será o fim de um santo ou de um pecador?
(b) Sua certeza.
(c) Sua proximidade.
(d) Seus problemas.
(e) Suas exigências. Na forma de atenções, preparação, passaporte.
2. Por que pedir a Deus que nos faça conhecer isso? Porque o conhecimento é importante, difícil de adquirir e pode ser comunicado efetivamente somente pelo Senhor (W. Jackson).
VERS. 4. Davi ora:
1. Pedindo que possa ser capacitado continuamente a ter em vista sempre o fim da sua vida: todas as coisas devem ser julgadas pelo seu fim. "Então compreendi o destino deles" (Sl 73.17). A vida pode ser honrada, e alegre e virtuosa aqui; mas o fim! O que será?
2. Que ele possa ser diligente na realização de todos os deveres desta vida. A medida de seus dias, como é curta, quanto há para ser feito, o pouco tempo para fazê-lo!
3. Ele ora para que possa ganhar muita instrução e benefício das fragilidades da vida. Para que eu saiba. Minhas fraquezas podem me tornar mais humilde, mais diligente, enquanto sou capaz para o serviço ativo; mais dependente da força divina, mais paciente e submisso à vontade divina, mais maduro para o céu (G. Rogers).

VERS. 5 (última cláusula). O homem é vaidade, isto é, ele é mortal, ele é mutável. Observe o quanto essa verdade é expressa enfaticamente aqui.
1. Todo homem é vaidade, sem exceção, o eminente e o humilde, o rico e o pobre.
2. Ele é assim no seu melhor estado; quando é jovem, e forte, e saudável, em riqueza e honra.
3. Ele é inteiramente vaidade, tão vaidoso quanto se possa imaginar.
4. Verdadeiramente, ele é assim.
5. A "pausa" é anexada como uma nota exigindo observação (Matthew Henry).

VERS. 6. A vaidade do homem, como mortal, é aqui exemplificada em três coisas, e a vaidade de cada uma é mostrada.
1. A vaidade de nossas alegrias e honras: Sim, cada um vai e volta como a sombra - caminha numa apresentação vã.
2. A vaidade de nossas tristezas e temores. Em vão se agita.
3. A vaidade de nossos cuidados e trabalhos. Amontoando riqueza, sem saber quem ficará com ela (Matthew Henry).
VERS. 6. A trindade do mundo consiste: 1. De honras infrutíferas: o que lhes parecem ser honras substanciais são apenas um show vazio. 2. Em cuidados desnecessários. Em vão se agitam. Cuidados imaginários são substituídos pelos que são reais. 3. Em riquezas inúteis; as que não produzem satisfação duradoura em si, ou quando passam para outros (G. Rogers).

VERS. 7. Que hei de esperar? 1. Onde está minha expectativa? Onde está a minha confiança? A quem olharei? Eu não sou nada, o mundo não é nada, todas as fontes terrenas de confiança e consolação falham: Que hei de esperar? Na vida, na morte, num mundo moribundo, num juízo vindouro, numa eternidade prestes a vir, do que é que eu preciso? (G. Rogers).

VERS. 8.
1. A oração deve ser geral: Livra-me de todas as minhas transgressões. Precisamos dizer de novo com freqüência: "Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador". As aflições devem nos lembrar dos nossos pecados. Se oramos para ser livrados de todas as transgressões, garantimos que somos livrados por aquele pelo qual a aflição foi enviada.
2. A oração deve ser específica: Não faças de mim um objeto de zombaria dos tolos. Não me deixe falar assim nem mostrar impaciência na aflição de modo a dar ocasião, nem mesmo aos tolos, de blasfemar. Pensar que muitos nos vigiam para ver se manquejamos deve nos preservar do pecado (G. Rogers).

VERS. 9.
1. A ocasião referida. Não posso abrir a boca. Não nos é dito qual o problema que houve, para que cada um possa aplicá-lo à sua própria aflição, e porque todos devem ser vistos na mesma luz.
2. A conduta do salmista naquela determinada ocasião: Não abri minha boca.
(a) Não em ira e rebelião contra Deus em murmúrios ou queixas.
(b) Não em impaciência, ou reclamações, ou sentimentos irados contra pessoas.
(c) A razão que ele dá para essa conduta: Pois tu mesmo fizeste isso (G. Rogers).

VERS. 10.
1. Aflições são enviadas por Deus. O teu açoite. São golpes de sua mão, não da vara da lei, mas da vara do pastor. Cada aflição é pancada dele.
2. Aflições são removidas por Deus. Remova. Ele não pede milagres, mas que Deus em seu próprio modo, com o uso de meios naturais, intervenha para seu livramento. Devemos buscar sua bênção sobre os meios empregados para nosso livramento tanto para nós mesmos como para os outros. "Afasta".
3. Aflições têm sua finalidade da parte de Deus. Fui vencido pelo golpe. Deus tem uma controvérsia com seu povo. É um conflito entre sua vontade e as vontades deles. O salmista se confessa vencido e subjugado no conflito. Nós devemos ser mais ansiosos para que se realize este fim do que para ver a aflição removida, e, quando isso for realizado, a aflição será removida (G. Rogers).

VERS. 11.
1. A causa de nossas aflições: "seu pecado". Ah, essa tribulação veio tirar meu consolo, minha paz de espírito e o sorriso divino! Não, tudo isso é o fruto para tirar seu pecado - a escória, nada do ouro -o pecado, nada senão o pecado.
2. O efeito de nossas aflições. Tudo o que ele avaliou como desejável nesta vida, mas não para seu bem verdadeiro, é consumido. Suas vestes que são valorizadas pelos homens estão destruídas por traças, mas a veste da justiça sobre sua alma não pode apodrecer.
3. O intento de nossas aflições. Não são aflições penais, mas repreensões amigas e correções paternas. Sobre Cristo nossa segurança, as conseqüências penais foram colocadas, sobre nós só os castigos paternais.
4. A razoabilidade de nossas aflições. "Na verdade todo homem é pura vaidade" (ARA Sl 39.5, NVI "um sopro"). Como, num mundo assim, alguém pode esperar ser isento de tribulações! O mundo é o mesmo para o cristão como antes, e seu corpo é o mesmo. Ele tem uma alma convertida num corpo não convertido, e como pode escapar dos males externos da vida? (G. Rogers).

VERS. 12. Davi defende as boas impressões causadas nele por sua aflição.
1. Fez com que começasse a chorar.
2. Fez com que começasse a orar.
3. Ajudou-o a se despegar do mundo (Matthew Henry).
VERS. 12 (última cláusula). Será que sou um estrangeiro e um hóspede com Deus? Deixe-me perceber, deixe-me exemplificar a condição.
1. Que eu procure o tratamento que tais personagens comumente encontram.
2. E certamente se alguém de minha própria nação estiver perto de mim, eu serei íntimo com eles.
3. Que eu não esteja enrolado nos afazeres desta vida.
4. Que meus afetos estejam colocados nas coisas que são de cima, e minha conversa esteja sempre no céu.
5. Que eu não esteja impaciente para chegar ao lar, e sim para valorizá-lo (W. Jay).

VERS. 13.
1. O assunto de sua petição - não que ele escape da morte e viva sempre nesta vida, porque ele sabe que precisa sair daqui; mas: 1. Que ele possa se recuperar de suas aflições; e, 2. Que ele possa continuar por mais tempo nesta vida. Tal oração é legítima quando oferecida em submissão à vontade de Deus.
2. As razões desta petição. 1. Que ele possa remover pela sua vida neste futuro, as calúnias que foram amontoadas sobre ele. 2. Que ele possa ter evidências mais brilhantes de seu interesse no favor divino. 3. Que ele possa se tornar uma bênção para outros, sua família e nação. 4. Que ele possa ter maior paz e consolo na morte; e, 5. Que ele possa "ter uma entrada ministrada mais abundantemente" (G. Rogers).

Salmo 40

TÍTULO

Ao mestre da música. Um salmo tão precioso foi entregue de modo especial ao mais hábil dos músicos sacros. A música mais nobre deve ser tributada a um assunto incomparável. A dedicatória mostra que o cântico foi feito para o culto público, e não foi composto para hino pessoal, como poderia se supor do emprego da primeira pessoa do singular. Um salmo de Davi. Conclusivo quanto à autoria: elevado pelo Espírito Santo à região de profecia, Davi foi honrado ao escrever com respeito de um muitíssimo maior do que ele próprio.

ASSUNTO
Jesus evidentemente está aqui, e embora possa não ser um exagero violento de linguagem ver tanto Davi como seu Senhor, tanto Cristo como a igreja, o comentário duplo poderia se enrolar em obscuridade, e por isso deixaremos o sol brilhar, muito embora isso possa esconder as estrelas. Mesmo que o Novo Testamento não fosse tão insistente sobre isso, nós teríamos concluído que Davi falava de nosso Senhor em Sl 40.6-9, mas o apóstolo, em Hb 10.5-9, tira toda possibilidade de conjectura em Hb 10.5-9, e limita o sentido àquele que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai.

DIVISÃO
Em Sl 40.1-3, há uma ação de graças pessoal, seguida da declaração geral da bondade de Jeová aos seus santos, Sl 40.4-5. Em Sl 40.6-10, temos um reconhecimento de dedicação à vontade do Senhor; Sl 40.11-17 contém uma prece por livramento de problema premente e pela derrota de inimigos.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Minha parte - orar e aguardar.
2. A parte de Deus - condescendência e resposta.

VERS. 2.
1. A profundidade da bondade de Deus para com seu povo. Acha-os muitas vezes numa cova terrível e em barro lamacento. Há uma certa aranha que forma uma cova em areia, e se deita no fundo, escondida, a fim de pegar outros insetos que caem ali. Assim os inimigos de Davi procuraram trazê-lo para dentro de uma cova.
2. A altura da bondade dele. Ele me tirou e colocou meus pés sobre uma rocha. A rocha é Cristo. Os pés são fé e esperança.
3. A largura de sua bondade estabelece minhas idas, restaurou-me ao meu lugar de antes no amor dele, mostrando-me como ainda tenho sido dele durante meu tempo de baixa. Ele foi o mesmo para mim, embora eu não me sentisse o mesmo para ele. Minhas idas se referem tanto ao passado como ao futuro.
4. A força de sua bondade estabeleceu minhas idas, fazendo com que eu me postasse cada vez mais firmemente depois de cada queda (George Rogers).
VERS. 2-3. A posição do pecador por natureza e seu salvamento pela graça.
VERS. 2-3. Por um único e o mesmo ato o Senhor executa nossa salvação, a confusão de nossos inimigos, e a edificação da igreja (Comentário de J.P. Lange).

VERS. 3. O novo cântico, o cantor, o professor.

VERS. 4 (última cláusula).
1. Descubra quem se desvia para mentiras - ateístas, papistas, os que se acham virtuosos, os amantes do pecado.
2. Mostre a tolice deles afastando-se de Deus e da verdade, e se voltando a falácias que conduzem à morte.
3. Mostre como se preservar de tolice igual, escolhendo a verdade, pessoas que falam a verdade, e acima de tudo o serviço de Deus.

VERS. 5.
1. Há obras de Deus em seu povo e para seu povo. Existem suas obras da criação, providência e redenção, e também suas obras da graça, operados neles por seu Espírito, e em volta deles por sua providência, bem como para eles por seu Filho.
2. Estas são obras maravilhosas; maravilhosas em sua variedade, sua ternura, sua adaptação à sua necessidade, sua cooperação com meios externos e seu poder.
3. São o resultado de pensamentos divinos a nosso respeito. Eles vêm não por acaso, não por homens, e sim pela mão de Deus, e essa mão é movida pela vontade dele, e essa vontade pelo seu pensamento com respeito a nós. Cada misericórdia, mesmo a menor delas, representa algum pensamento bondoso na mente de Deus a nosso respeito. Deus pensa em cada indivíduo de seu povo, e em cada momento.
4. São inumeráveis. Não podem ser contabilizados. Pudéssemos nós ver todas as misericórdias de Deus para conosco, e suas obras maravilhosas feitas para nós individualmente seriam incontáveis como a areia, e todas essas misericórdias sem conta representam infindo número de pensamentos na mente e no coração de Deus para cada indivíduo de seu povo (George Rogers).
VERS. 5. A multidão dos pensamentos de Deus, e os atos de graça, começando na eternidade, continuando para sempre; e tratando desta vida, do céu, do inferno, do pecado, dos anjos, dos diabos e de todas as coisas.

VERS. 6. Aqui, Davi se supera, e fala a linguagem do Filho de Davi. Isso foi naturalmente sugerido pelas obras maravilhosas de Deus, e inumeráveis pensamentos de amor para com o homem.
1. Os sacrifícios que não eram obrigatórios. Eram estes os sacrifícios e as ofertas queimadas sob a lei.
(a) Quando exigidos? De Adão até a vinda de Cristo.
(b) Quando não exigidos?
(c) Por que exigidos antes? Como tipos do método único de redenção.
(d) Por que não exigidos agora? Porque o grande Antitipo havia chegado.
2. O sacrifício que era exigido. Este foi o sacrifício oferecido no Calvário.
(a) Foi exigido por Deus pela sua justiça, sua sabedoria, sua fidelidade, seu amor, sua honra, sua glória.
(b) Era exigido pelo homem para lhe dar salvação e confiança nesta salvação.
(c) Era exigido para a honra do governo moral de Deus através de todo o universo.
3. A pessoa para a qual esse sacrifício era oferecido. Meus ouvidos tens tu aberto. Esta é a linguagem de Cristo, para o futuro denotando:
(a) Conhecimento do sacrifício exigido.
(b) Consagração de si como servo para este fim (George Rogers).
VERS. 6. Abriste meus ouvidos. Prontidão para ouvir, propósito fixado, perfeição de obediência, inteireza de consagração.
VERS. 6-8. O Senhor dá um ouvido para ouvir sua palavra, uma boca para confessá-la, um coração para amá-la, e poder para guardá-la (James Merrick, 1720-1769).

VERS. 7.
1. O tempo da vinda de Cristo. Então disse eu. Quando os tipos já tinham sido todos mostrados, quando as profecias já procuravam o seu cumprimento, quando a sabedoria mundana já fizera o seu máximo, quando o mundo já estava quase que inteiramente unido sob um império, quando o tempo designado pelo Pai chegou.
2. O projeto de sua vinda. No volume estava escrito:
(a) A constituição de sua pessoa.
(b) Seu ensino.
(c) A maneira de sua vida.
(d) O plano de sua morte.
(e) Sua ressurreição e ascensão.
(f) O reino que ele estabeleceria.
3. A voluntariedade de sua vinda, Aqui estou. Embora enviado pelo Pai, ele veio por vontade própria. "Cristo Jesus veio ao mundo." Os homens não vêm ao mundo, eles são enviados. Aqui estou denota preexistência, predeterminação, pré-operação (George Rogers).

VERS. 6-8. O Senhor dá um ouvido para ouvir sua palavra, uma boca para confessá-la, um coração para amá-la, e poder para guardá-la.
VERS. 8. Para fazer a tua vontade, ó Deus.
1. A vontade de Deus é vista na salvação. Tem sua origem na vontade de Deus.
2. A vontade de Deus é vista no plano da salvação. Todas as coisas procederam, procedem e procederão segundo esse plano.
3. É vista na provisão da salvação, na nomeação de seu próprio Filho para se tornar o mediador, o sacrifício expiador, o cumpridor da lei, o cabeça da igreja, que seu plano exigia.
4. É vista na realização da salvação.

VERS. 9. Referindo-se ao nosso Senhor: um grande pregador, um grande assunto, uma grande congregação, e sua grande fidelidade na obra.

VERS. 10 (primeira cláusula).
1. A justiça possuída por Deus.
2. A justiça receitada por Deus.
3. A justiça providenciada por Deus (James Frame).
VERS. 10.
1. O pregador precisa revelar sua mensagem toda.
2. Ele não pode ocultar nenhuma parte:
(a) Não da justiça da lei ou do evangelho.
(b) Não do amor da graça.
(c) Nenhuma porção da verdade com flores de retórica.
(d) Para dar um representação parcial.
(e) Para colocar uma verdade em lugar de outra.
(f) Para dar a letra sem o espírito (G. R.).
VERS. 10. O grande pecado de ocultar o que sabemos de Deus.

VERS. 11. Enriquecimento e preservação são procurados. As verdadeiras riquezas são de Deus, dádivas de sua soberania, frutos de sua misericórdia marcados com sua ternura. As melhores preservações são o amor e a fidelidade divinos.

VERS. 11-13. Como um exemplo de inventividade clerical, pode ser bom mencionar que o cônego Wordsworth tem um sermão nestes versículos sobre "o dever de fazer responsos na oração pública".

"Veio finalmente a noite terrível.
Vingança com sua férrea vara
Pôs-se de pé, e com a força reunida
Machucou o inocente Cordeiro de Deus.
Veja, minha alma, o seu Salvador
Prostrado ali no Getsêmani!"
"Ali meu Deus suportou minha culpa toda,
Isso pela graça se pode crer;
Mas os horrores que ele sofreu
São vastos demais para se conceber.
Ninguém pode penetrar-te
Triste e escuro Getsêmani!"
"Pecados contra um santo Deus;
Pecados contra suas justas leis;
Pecados contra seu amor, seu sangue;
Pecados contra seu nome, sua causa;
Pecados imensos como é o mar -
Esconde-me, ó Getsêmani!"

VERS. 12. Compare isso com Sl 40.5. O número de nossos pecados.

VERS. 13.
1. A linguagem de oração de fé - livra-me, ajuda-me; procurando livramento e ajuda somente com Deus.
2. De oração sincera - apressa-te em ajudar-me.
3. De oração de submissão - agrada-te, ó Senhor, se estiver de acordo com o teu bom prazer.
4. De oração coerente. Ajuda-me, que subentende esforços para seu próprio livramento, colocando seu próprio ombro debaixo da roda, para suportar o peso.
VERS. 14. Honi soit mal y pense; ou, a recompensa da malignidade.

VERS. 16. (última cláusula). O que se diz todo dia. Quem pode usá-lo? O que significa? Por que eles o dizem? Por que dizê-lo continuamente?

VERS. 17. O humilde: Mas, e o crendo: Contudo. O pequeno Eu sou, e o grande Tu és. A oração adequada.
VERS. 17. O Senhor preocupa-se comigo. Admire a condescendência e, então, considere que isso é:
1. Uma bênção prometida.
2. Uma bênção prática - ele pensa em nós para suprir-nos, proteger-nos, dirigir-nos, santificar-nos.
3. Uma bênção preciosa - pensamentos bondosos, contínuos, bons demais. Ele pensa em nós como suas criaturas: com pena, com piedade, como filhos seus - com amor, como amigos seus - com prazer.
4. Uma bênção presente - promessas, providências, visitações de graça.
VERS. 17.
1. Quanto menos nos envaidecemos e pensamos em nós mesmos, tanto mais Deus pensará em nós.
2. Quanto menos colocamos a nossa confiança em nós mesmos, tanto mais poderemos confiar em Deus para a ajuda e o livramento.
3. Quanto menos nos demoramos em oração e esforços ativos, tanto mais depressa Deus aparecerá por nós.

SALMO 41

TÍTULO
Ao mestre da música. Um salmo de Davi. Esse título é freqüente e serve para lembrar-nos o valor do salmo, ao vermos que não foi entregue a nenhum músico de menor mérito; e também nos informa quanto ao autor que fez de sua própria experiência a base de um canto profético, no qual um muito maior do que Davi é colocado. Que ampla variedade de experiência foi a de Davi! Que força isso lhe deu para a edificação de futuras épocas! E que pleno tipo de nosso Senhor ele próprio se tornou! O que era amargura para ele provou ser uma fonte de doçura infalível para muitas gerações de fiéis.
Jesus Cristo traído por Judas Iscariotes é evidentemente o grande tema deste salmo, mas cremos que não o seja exclusivamente. Ele é o antitipo de Davi, e todo o seu povo é, nas devidas medidas, como ele; por isso, palavras adequadas ao Grande Representante são muito aplicáveis àqueles que estão nele. Aqueles que recebem uma vil paga por bondade contínua dada a outros podem ler esse cântico sentindo muito consolo, pois verão que é, por infelicidade!, comum demais até o melhor dos homens ser recompensado por sua caridade santa com crueldade e desprezo; e quando, por caírem no pecado, tirou-se vantagem de sua humilhação, suas boas ações ficaram esquecidas e a mais vil malevolência se desencadeou sobre eles.

DIVISÃO
O salmista, em Sl 41.1-3, descreve as mercês prometidas àqueles que consideram os pobres, e isso ele utiliza como prefácio para seu próprio rogo pessoal por socorro: em Sl 41.4-9, ele declara seu próprio caso, passa à oração em Sl 41.10, e encerra com ações de graça em Sl 41.11-13.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). As bênçãos incidentais resultantes de se considerar os pobres piedosos.
1. Aprendemos gratidão.
2. Vemos paciência.
3. Muitas vezes notamos os triunfos de grande graça.
4. Obtemos luz sobre a experiência cristã.
5. Temos as orações deles.
6. Sentimos o prazer da beneficência.
7. Entramos em comunhão com o humilde Salvador.
VERS. 1. Lembra o apoio às vítimas de varíola (ou outras doenças contagiosas). (Bispo Squire, 1760). Dezenas de sermões dessa natureza já foram pregados baseados nesse texto.

VERS. 2. Ele o fará feliz na terra. Que bênçãos de natureza terrena o caráter piedoso recebe, e, no geral, o que é ser abençoado com respeito a esta vida.
VERS. 2 (segunda cláusula). O que é ser livrado na aflição. Da impaciência, do desespero, de expedientes pecaminosos, de ataques violentos, de perder a comunhão com Deus.

VERS. 3. Força na fraqueza. Força interior, dada divinamente, sustentada conti-nuamente, perdurando até o fim, triunfante na morte, glorificando a Deus, provando a realidade da graça, ganhando outros à fé.
VERS. 3 (última cláusula). O celestial arrumar a cama.

VERS. 4 (primeira cláusula). Uma fala que vale a pena repetir: Eu disse. Expressa penitência, humildade, sinceridade, fé, importunação, temor de Deus.
VERS. 4. Cura-me, cura minha alma.
1. A doença hereditária, vindo à tona em muitas desordens - pecado exposto, descrença, diminuição de graça.
2. Saúde espiritual lutando com a pessoa ao mesmo tempo; mostrando-se em dor espiritual, desejo, oração, esforço.
3. O médico comprovado. Já curou, e curará, pela sua palavra, seu sangue, seu Espírito.
VERS. 4. Pequei contra ti. Essa confissão é pessoal, fica clara, sem pretensão de desculpa, compreensiva e inteligente, pois revela o próprio cerne do pecado - é "contra ti".

VERS. 5. O que podemos esperar. O que nossos inimigos desejam. O que nós podemos portanto valorizar, isto é, o poder da vida e do nome cristão. O que devemos fazer - contar tudo para o Senhor em oração. E que bem sairá então do mal.

VERS. 6 (primeira cláusula). A tolice e o pecado de visitas frívolas.
VERS. 6 (segunda e terceira cláusulas). De igual para igual, ou o modo em que o caráter atrai para si o seu igual. O mesmo assunto pode ser tratado sob o título de The Chiffonier, ou o colecionador de trapos. O que ele junta; onde ele o põe - em seu coração; o que ele faz com isso; o que ele ganha por isso; e o que acontecerá com ele.

VERS. 7-12. Num leito de enfermidade, um homem descobre não só os seus inimigos e amigos, mas a si próprio e ao seu Deus, mais intimamente.

VERS. 9. A perfídia de Judas.

VERS. 11. Livramento da tentação é sinal de favor divino.

VERS. 12. Este texto revela o emblema daqueles que a graça já distinguiu.
1. Sua integridade é manifesta.
2. Seu caráter é sustentado divinamente.
3. Eles habitam no favor de Deus.
4. Sua posição é estável e contínua.
5. Seu futuro eterno é seguro.

VERS. 13.
1. O objeto de louvor - Jeová, o Deus da aliança.
2. A natureza do louvor - sem começo e sem fim.
3. Nossa participação no louvor - "Amém e Amém".
Os antigos rabis viam nos Cinco Livros do Saltério a imagem dos Cinco Livros da Lei. Essa maneira de olhar os salmos como um segundo Pentateuco, o eco do primeiro, passou para a igreja de Cristo, e encontrou acolhida em alguns pais da igreja primitiva. Bons expositores, como o dr. Delitzsch, adotaram a idéia, e chamam o Saltério "a palavra quíntupla da congregação ao Senhor, assim como o Torá (a Lei) é a palavra quíntupla do Senhor para a Congregação". Isso pode ser mera imaginação, mas sua existência desde tempos antigos mostra que a divisão quíntupla foi notada e atraiu interesse logo cedo (William Binnie, D.D.).
Deus apresentou a Israel a Lei, um Pentateuco, e Israel agradecido respondeu com um Saltério, um Pentateuco de louvor (F.L.K.).

SALMO 42

TÍTULO
Ao mestre da música, Maschil, para os filhos de Corá. Dedicado ao mestre da música, este salmo é digno de seu ofício; aquele que melhor sabe cantar, nada melhor tem para cantar do que este salmo. É chamado Maschil, um poema instrutivo, e cheio de expressões profundamente experimentais, calculadas à instrução daqueles peregrinos cuja estrada para o céu é tão cheia de provações como foi a de Davi. É sempre edificante ouvir a experiência de um santo tão cheio de graça e tão afligido.

Aquele seleto grupo de cantores, os filhos de Corá, são instruídos a tornarem esse salmo tão deleitoso um de seus especiais. Eles foram poupados quando seu pai e toda a sua companhia, e todos os filhos de seus associados, foram engolidos vivos em seu pecado, Nm 27.11. Foram os poupados da graça soberana. Preservados, nem sabemos por quê, pelo favor distinto de Deus; pode-se conjeturar que depois de sua eleição admirável à misericórdia, eles se encheram tanto de gratidão que aderiram à música sacra a fim de que suas vidas poupadas pudessem ser consagradas à glória de Deus. Em todo caso, nós que já fomos salvos de descer ao abismo do inferno, por mero prazer gracioso de Jeová, podemos também cantar este salmo, e de fato todos os cantos que mostram os louvores de nosso Deus e os suspiros de nossos corações por ele. Embora Davi não seja mencionado como sendo o autor, este salmo com certeza vem de sua pena; é tão davídico, cheira ao filho de Jessé, leva sinais de seu estilo e experiência em cada letra. Mais fácil seria duvidar da autoria da segunda parte do livro de Bunyan, O peregrino, do que questionar o fato de Davi ser o compositor deste salmo.

ASSUNTO
É o grito de um homem que está longe das ordenanças exteriores e culto de Deus, suspirando pela antiga casa, já há muito estimada, de seu Deus, e ao mesmo tempo é a voz do crente espiritual, sob depressão, desejando ardentemente a renovação da presença divina, lutando com suas dúvidas e temores, contudo, ainda mantendo-se em pé pela fé no Deus vivo. A grande maioria da família do Senhor já velejou no mar que aqui é tão graficamente descrito. É provável que a fuga de Absalão que Davi fez possa ter sido quando ele compôs este Maschil.

DIVISÃO
A estrutura do canto nos leva a considerá-la em duas partes que terminam com o mesmo refrão; Sl 42.1-5 e depois Sl 42.6-11.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O coração que suspira e a corça que suspira comparados.
VERS. 1, 2. Aqueles que já apreciaram a presença de Deus nos atos públicos da religião desejarão muito, se deles foram privados, poder desfrutar deles novamente. Ficar sem poder assistir aos cultos públicos da casa de Deus pode ser transformado em um meio de grande benefício para a alma:
1. Ao renovar nosso gosto pelas provisões da casa de Deus, que tão depressa e tantas vezes esmorece.
2. Ao nos fazer valorizar muito mais os meios de graça. Há, através da degeneração humana, uma tendência a dar menos valor às coisas, por mais excelentes que sejam, por causa de se tornarem comuns, ou abundantes, ou de fácil aquisição.
3. Ao nos dirigir mais diretamente da parte de Deus (H. March).
VERS. 1-3. A saudade da alma. O que a desperta na alma? A que é dirigida, ou para que aponta ou a que tende? Com que é satisfeita? Com o alimento amargo, mas muitas vezes saudável, de lágrimas (J.P. Lange).

VERS. 2.
1. O que tem sede? "minha alma".
2. De quê? "de Deus".
3. De que modo? "quando eu vier".
Ou então: a causa, os incentivos, as excelências e os privilégios da sede espiritual.
VERS. 2 (última cláusula). A visão verdadeira do culto público.
VERS. 2 (última cláusula). Aparecer diante de Deus aqui e no porvir (Isaque Watts. D.D., Dois sermões).

VERS. 1-3. A saudade da alma. O que a desperta na alma? A que é dirigida, ou para que aponta ou a que tende? Com que pode ser satisfeita? Com o alimento amargo, mas muitas vezes sadio de lágrimas (J.P. Lange).
VERS. 3. A quaresma do crente, e suas carnes salgadas.
1. O que causa a tristeza?
2. O que a remove?
3. Que benefício virá dela?

VERS. 3, 10. O porte dos inimigos de Davi.
1. A natureza dele, e o porte dele era de reprovação.
2. Sua expressão: Pois me perguntam.
3. Sua constância: diariamente, ou o dia todo.
4. Sua especificação, numa pergunta de zombaria e opróbrio: Onde está (agora) o teu Deus? (Thomas Horton).

VERS. 4.
1. É comum a mente, em tempos de tristeza, buscar alívio do presente em recordações do passado.
2. Em recordações de prazeres passados, aqueles ligados ao culto em sociedade serão especialmente benquistos para o servo de Deus.
3. O homem é um ser social, portanto, é ajudado pelo culto em união.
VERS. 4. Quando me lembro destas coisas choro angustiado. A inutilidade de introspecção apreensiva.
VERS. 4. Eu costumava ir com a multidão. A companhia, se for boa, é uma acomodação muito bendita e confortável, em muitos respeitos.
1. É um exercício das faculdades humanas e das forças e capacidades da mente.
2. É uma cerca contra o perigo e um preservativo contra a tristeza e as tentações.
3. Uma oportunidade de fazer mais bem (Thomas Horton).
VERS. 4. Eu costumava ir. Memórias ensolaradas, suas lições de gratidão e esperança.
VERS. 4 (última cláusula). Não os famosos contos dos peregrinos de Canterbury (séc. XIV), e sim os contos de Davi sobre os peregrinos de Jerusalém.
VERS. 4. Com cantos de alegria. O canto da congregação toda é defendido, exaltado, discriminado e estimulado.

VERS. 5. O sofrimento colocado em questão, ou o Catecismo Consolador.
VERS. 5. A doçura, a segurança e a integridade da esperança em Deus. Lugar de firmar bem a âncora.
VERS. 5. A música do futuro, Ainda o louvarei.
VERS. 5. De ti me lembro, ou o poder sustentador da presença de Deus.
VERS. 5. Por que você está assim tão triste?
1. A mente, mesmo de um homem santo, pode estar indevidamente abatida e inquieta.
2. Em casos de depressão e inquietude, o remédio apropriado é convencer a alma, e dirigi-la para a única fonte de alívio verdadeira.
3. Discutir com a alma em horas de tensão, é então o que gera o seu próprio fim, quando leva a uma busca imediata de Deus (H. March).
VERS. 5. Uma discussão de interrogação ou indagação. Davi reclama de si mesmo uma explicação por sua paixão e desassossego interior. Uma ênfase de reprovação ou censura; Davi se critica e reclama de si mesmo pelo desassossego que sente agora. "Por que você está assim tão pertur-bado?"(Thomas Horton).
VERS. 5, 11. Ou auxílio e saúde.

VERS. 6. De ti me lembro. A consolação que se pode ter de pensamentos em Deus.
VERS. 6. Por isso de ti me lembro. Há duas maneiras de entender isso; cada uma delas instrutiva e proveitosa.
1. Pode ser considerada uma expressão de determinação de lembrar-se de Deus se acaso ele se encontrasse em tais lugares e condições. Crentes podem supor o pior e, contudo, esperar pelo melhor.
2. A linguagem pode ser considerada como expressão de encorajamento derivado de reflexão. Ele tinha estado nessas situações e circunstâncias, e tinha experimentado em tais condições mostras de providência e graça divina (W. Jay).
VERS. 6. Ebenezeres, muitos, variados, lembrados, de auxílio.

VERS. 7. Abismo chama abismo. Um mal convida outro.
1. A variedade de males - de um mal a outro.
2. A combinação de males - um mal convida outro.
3. A junção de males, ou dependência e referência mútua - um mal sobre o outro (T. Horton).
VERS. 7. A profundidade tríplice a que os santos e servos de Deus são sujeitos aqui nesta vida.
1. A profundidade da tentação.
2. A profundidade da deserção, de ser deixado só.
3. A profundidade da aflição e calamidades humanas -(T. Horton).
VERS. 7, 8. Em tempos de aflição, os servos de Deus se distinguem dos outros pela sua percepção imediata e pelo reconhecimento da mão de Deus em suas tribulações (H. March).

VERS. 8. Misericórdia a cada dia e canto a cada noite; as misericórdias da luz do sol e da sombra.
VERS. 8 (última cláusula). A abençoada alternância entre o louvor e a súplica.
VERS. 8. O Deus da minha vida. Autor, sustentador, consolador, objetivo, coroa, consumação.
VERS. 8. O Deus da minha vida. Há uma vida tríplice da qual partilhamos, e Deus é o Deus de cada um para nós. Primeiro, a vida da natureza; segundo, a vida da graça; terceiro, a vida da glória (T. Horton).

VERS. 9. Deus minha Rocha. Nomes de Deus, de acordo com as circunstâncias.
VERS. 9. Minha rocha. Ver as metáforas contidas.
VERS. 9.
1. Por que tu?
2. Por que eu?
3. Por que ele? É um por que para todos os três. Para Deus, Por que te esqueceste de mim? Para o próprio Davi, Por que devo sair pranteando e vagueando? Para o adversário de Davi, quem quer que tenha sido, Por que sou oprimido pelo inimigo? (T. Horton).

VERS. 10. O mais doloroso dos insultos.

VERS. 11. Meu Deus.
1. É uma palavra de interesse - Meu Deus, como em uma aliança com ele.
2. Uma palavra de consentimento - Meu Deus, como me submetendo a ele.
3. Uma palavra de afeto - Meu Deus, como tendo prazer e alegrando-se nele (T. Horton).
VERS. 11. Um catecismo, um consolo, uma recomendação.
VERS. 11.
1. A experiência de Deus que Davi tem. Ele é a saúde, ou seja, a ajuda da expressão calma de meu rosto.
2. Seu relacionamento com Deus, e seu interesse nele - E meu Deus ( T. Horton).

SALMO 43

TÍTULO
Por causa da semelhança da estrutura deste salmo com a do salmo 42, tem se pensado que este seja um fragmento que, por engano, tenha sido separado do cântico que o antecede; mas é sempre perigoso permitir essas teorias de erro na Sagrada Escritura, e nesse caso seria muito difícil mostrar uma causa justa para se admitir tal idéia. Por que o salmo teria sido separado? Sua semelhança teria assegurado sua unidade se algum dia tivesse sido parte integrante do salmo 42. Não é muito mais plausível que alguns em sua imaginada sabedoria tenham unido-os erradamente nos poucos manuscritos nos quais são encontrados como um só? Nós cremos que seja fato que o estilo da poesia tenha agradado o escritor e que, mais tarde, ele tenha escrito este salmo suplementar no mesmo estilo. Como apêndice, não precisava de título nenhum. Davi reclama de seus inimigos e pede o privilégio da comunhão com Deus como o seu mais seguro livramento deles.

DIVISÃO
O salmista clamou a Deus em oração, Sl 43.1-3. Promete louvar em antecipação de uma resposta, Sl 43.4, e censura a si mesmo por seu desânimo, Sl 43.5.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Nós recorremos a Deus:
1. Como nosso juiz: Julga-me.
2. Como nosso advogado: Defende minha causa.
3. Como nosso libertador: Ó, livra-me.
VERS. 1. A opinião popular perdia em peso para a aprovação divina.
VERS. 1. Como o Senhor pleiteia a causa de seu povo.
VERS. 1. Engano e injustiça são víboras gêmeas; sua origem, seu caráter, sua tolice, seu fim.

VERS. 1-2, 4-5. Cinco vezes meu.
1. Minha causa - "defenda-a".
2. Minha fortaleza - "tu és".
3. Minha alegria - Deus é.
4. Minha alma - "porque perturbada".
5. Meu Deus.

VERS. 3. Envia a tua luz e a tua verdade.
1. O que é a verdade?
2. Como a verdade será difundida.
3. Por que deve ser difundida.
4. Quem precisa ser o agente principal disso. (Uma variação do original do dr. Bogue, 1800).
VERS. 3. As bênçãos desejadas; a direção procurada; o fim pelo qual se suspira.
VERS. 3. Sob que influência devemos procurar o culto divino.

VERS. 4.
1. O dever do homem bom - expresso por ir a Deus.
2. Sua bênção - expressa por alegrar-se em Deus (Samuel Lavington).
VERS. 4 (primeira cláusula). Quando? Então. Onde? Altar de Deus. Quem? Eu. Por quê? Minha enorme alegria.
VERS. 4 (segunda cláusula). É somente Deus que pode ser uma alegria plena para suas criaturas (Sermão de W. Dunlop).
VERS. 4. A alegria das alegrias, a alma da alegria da alma.
VERS. 4. O grande objetivo do culto público, sua felicidade, e o louvor resultante de alcançá-lo.
VERS. 4.
1. O meio da alegria, o altar de Deus, ou Deus em Cristo Jesus.
2. As fontes da alegria, ou os atributos de Deus - misericórdia, justiça, poder, santidade, como vistos na expiação.
3. O valor da alegria, como consolo, força.
VERS. 4. Deus, a minha plena alegria. Um título muitíssimo rico e precioso.
VERS. 4 (última cláusula). Posse, louvor, decisão.

VERS. 5. Do desânimo à recuperação (Sermão de R. Sibbes).
VERS. 5. Pois ainda o louvarei. (Eu) ainda o louvarei. Eu, eu mesmo, mais cedo ou mais tarde, com certeza; contudo, a despeito de dificuldades, inimigos, diabos; louvarei com gratidão, confiança, exultação a ele, acima de todos os outros ajudadores, embora agora esteja me afligindo.
VERS. 5. Saúde da minha face, removendo aquilo que a desmerece - pecado, vergonha, temor, cuidado, tristeza, fraqueza.

SALMO 44

TÍTULO
Ao mestre da música para os filhos de Corá, Maschil. O título é semelhante ao do salmo 42 e, embora isso não seja prova de que seja do mesmo autor, é muito provável que seja. Não precisamos procurar por outros autores dos salmos, pois Davi é suficiente, e, portanto, achamos abominável a idéia de atribuir esta canção a outra pessoa que não seja o grande salmista; contudo, como dificilmente conhecemos qualquer período de sua vida que ela mais ou menos descreva, sentimo-nos forçados a buscar outras fontes. Um patriota israelita vivendo maus tempos, canta, em tons de fé e de tristeza, a antiga glória do país e suas tristezas atuais, suas tradições de benefícios anteriores e experiências de males prementes agora. Para os cristãos, isso pode ser melhor entendido se se falar dos tempos em que a perseguição era particularmente severa. Os últimos versículos lembram os famosos estros de Milton sobre o massacre dos protestantes nas montanhas de Piedmont. O canto que temos aqui é bem apropriado às vozes dos que foram salvos pela graça, os filhos de Corá, e esta repleto de ensinamentos para eles e para todos os outros; por isso o título Maschil.

DIVISÃO
De Sl 44-1-3, passa-se à história das poderosas obras a favor de Israel e, em lembrança delas, a fé no Senhor é expressa, Sl 44.4-8. Então, as notas de queixa são ouvidas, Sl 44.9-16; a fidelidade do povo ao seu Deus é despertada, Sl 44.17-22; e roga-se ao Senhor que intervenha, Sl 44.23-26.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. As tradições encorajadoras da história da igreja. Os dias antigos.
VERS. 1. O dever do pai, e o privilégio dos filhos.
VERS. 1. Conversa em família, o assunto mais proveitoso para tal.
VERS. 1. A glória verdadeira dos bons velhos tempos.

VERS. 2. O contraste; ou, o tratamento de Deus com os santos e os pecadores.

VERS. 3. A livre graça exaltada.
1. Em se colocar uma negativa sobre o poder humano.
2. Em manifestações de energia divina.
3. Em sua fonte secreta, por causa de teu amor para com eles.
VERS. 3.
1. A criatura sacrificada.
2. O Senhor exaltado.
3. A graça discriminatória é revelada.
VERS. 3 (última cláusula). A fonte eterna de toda a misericórdia.

VERS. 4.
1. Realeza divina reconhecida.
2. Interposição real solicitada.
3. Aliança real sugerida - Jacó; ou o súdito real buscando auxílio real, e para a semente real.
VERS. 4. Lealdade pessoal e rogos de intercessão.
VERS. 4. Meu Rei. Isso significa:
1. Meu governador.
2. Minha honra.
3. Meu líder.
4. Meu defensor.
VERS. 4. O livramento de Jacó, ilustrado por sua vida cheia de acontecimentos.

VERS. 5. Nossos inimigos, as maneiras em que os derrubamos, por meio de qual força, e em que espírito.
VERS. 5. Nossos inimigos, sua atividade, a proximidade de sua abordagem, a certeza de sua derrota, o segredo de nossa força.

VERS. 6. A renúncia de confiança em coisas externas. Meu arco pode perder a mira, pode ser quebrado, pode ser arrebatado. Minha espada pode se partir, ou ficar cega, ou escapar da mão. Podemos não confiar em nossas capacidades, nossa experiência, nossa sagacidade, nossa riqueza.
VERS. 6. A renúncia - o dever do santo e do pecador.

VERS. 7. Salvação realizada. Como nunca efetuada. Mas por quem trabalhada, por ti. Quando realizada, no passado. Para quem, nós. Até que ponto, sobre os nossos adversários.
VERS. 7. Salvação completada, o inferno confundido, Cristo exaltado.

VERS. 8. O louvor, sua continuidade - como fazê-lo continuar, como manifestá-lo perpetuamente, a influência de sua continuidade e as razões que nos obrigam a permanecer nele.

VERS. 9. Um lamento pelo declínio da igreja.
VERS. 9. Em que sentido Deus abandona seu povo e por quê.
VERS. 9 (última cláusula). A maior de todas as calamidades para nossas igrejas.

VERS. 12. A estimativa humana e divina dos resultados da perseguição.
VERS. 12. Em resposta a essa queixa:
1. O povo de Deus não perde nada por suas privações.
2. Os maus nada ganham com os seus triunfos.
3. Deus não perde nada de sua glória em seus tratos com nenhum dos dois (George Rogers).

VERS. 13. O sofrimento de zombarias cruéis; nossa conduta sob elas, consolo quanto a elas, e coroa por causa delas.

VERS. 14. Provérbios profanos ou apelidos pejorativos.

VERS. 15. Confissões de um penitente.

VERS. 17. O julgamento, a verdade e o triunfo dos piedosos.
VERS. 17. A alma fiel conservando sua integridade.
VERS. 17. O que é ser desleal a nossa aliança com Deus.

VERS. 18 (primeira cláusula). Quando podemos ter certeza de que nosso coração não se apostatou.
VERS. 18.
1. A posição do coração na religião - vem primeiro.
2. A posição da vida moral externa na religião - segue o coração.
3. Necessidade de acordo entre as duas.
4. A necessidade é que ambas sejam fiéis a Deus.
VERS. 18. A ligação entre o coração e a vida, tanto na constância como na apostasia.
VERS. 18. O deleite de Deus no progresso dos retos (Thomas Brooks).
Corações retos se manterão nos caminhos de Deus, e nas maneiras do bem agir, não obstante todas as aflições, as dificuldades e os desencoraja-mentos que encontrem (Thomas Brooks).
VERS. 18. Tuas veredas. Os caminhos de Deus são:
1. caminhos retos;
2. caminhos abençoados;
3. caminhos que refrigeram a alma;
4. caminhos transcendentes - caminhos que transcendem a todos os demais caminhos;
5. caminhos que fortalecem a alma; e
6. às vezes, caminhos afligidos, perplexos e perseguidos (Thomas Brooks).

VERS. 21. Ele não pode? Não o fará?
VERS. 21. Uma pergunta e uma afirmação.

VERS. 22.
1. Inocência no meio de sofrimento, ovelhas.
2. Honra no meio de vergonha, por amor de ti (G. Rogers).

VERS. 23. O clamor de uma igreja em circunstâncias tristes. A queixa de uma alma abandonada.

VERS. 24. Razões de ser retirado o consolo divino.

VERS. 25. A grande necessidade, a grande oração, o grande rogo.

VERS. 26. Uma oração que cabe bem para almas que estão sob convicção, para santos que estão sendo atribulados ou perseguidos, e para a igreja sob opressão ou decadência.

Salmo 45

TÍTULO

Os muitos títulos deste salmo marcam sua realeza, sua importância profunda e solene, e o deleite que o compositor sentiu com ele. "Ao mestre da música sobre Shoshannim." A tradução mais provável desta palavra é "Sobre os lírios" ("De acordo com a melodia Os Lírios", NVI). Esse pode ser um título poético dado a este mais nobre dos cânticos segundo a maneira oriental, ou pode ter relação com a música à qual foi associado, ou ao instrumento que deveria acompanhá-lo. Somos inclinados à primeira teoria, e, se for a verdadeira, é fácil ver como fica bem o empréstimo de um nome para um poema tão belo, tão puro, tão seleto, tão inimitável de acordo com os lírios dourados, cuja cor viva tinha maior brilho que a glória de Salomão. Para os filhos de Corá. Cantores especiais nomeados para tão divino hino. O rei Jesus merece ser louvado não com desvarios aleatórios, mas com a música mais doce e mais hábil dos coristas mais bem treinados. Os corações mais puros no templo espiritual são os cantores mais harmoniosos aos ouvidos de Deus; canto aceitável não é tanto questão de vozes melodiosas como de afetos santificados, mas em nenhum caso devemos cantar Jesus com corações despreparados. Maschil, uma ode instrutiva, não uma canção leviana, nem uma balada romanceada, mas sim um salmo de ensino santo, didático e doutrinário. Isso prova que deve ser espiritualmente compreendido. Bem-aventurado é o povo que conhece o sentido de seu som jubiloso. Um cântico de amores. Não uma canção sentimental de amor, mas um cântico celeste de amor eterno próprio para as línguas e os ouvidos dos anjos.

ASSUNTO
Alguns viram aqui apenas Salomão e a filha do Faraó - estes têm miopia; outros vêem tanto Salomão como Cristo - são vesgos; olhos espirituais bem enfocados vêem aqui só Jesus, ou, se Salomão estiver presente, deve ser como aquelas sombras anuviadas de transeuntes que atravessam na frente da câmera, só levemente traçáveis numa paisagem fotográfica. "O Rei", o Deus cujo trono é para todo o sempre, não é mero mortal e seu domínio sempiterno não é limitado pelo rio do Líbano e do Egito. Este não é um canto de casamento de núpcias terrestres, mas sim um Epitalâmio para o Noivo Celeste e sua esposa eleita.

DIVISÃO
Sl. 45.1 é uma participação de intenção, um prefácio ao canto; Sl 45.3 adorna a beleza ímpar do Messias, e a partir de Sl 45.3-9, são dirigidas a ele atribuições admiradoras de louvor. Sl. 45.10-12 são palavras faladas à noiva. Fala-se sobre a igreja ainda em Sl 45.13-15, e o salmo termina com nova fala dirigida ao Rei, predizendo sua fama eterna, Sl 45.16-17.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. No prefácio, o profeta recomenda o assunto do qual vai tratar, o que significa:
1. Que é um bom assunto - bom porque fala do Filho de Deus, que é o supremo bem.
2. Bom para nós, pois do casamento de Cristo com sua igreja depende o nosso bem (Bispo Nicholson).
VERS. 1. O caráter lido pela escrita do coração.
1. O que verdadeiramente ama a Cristo é sincero - Com o (meu) coração vibrando.
2. Ele é um homem emotivo.
3. Um homem de meditações santas.
4. Um homem de experiência - coisas que eu fiz.
5. Um homem que dá testemunho do seu Senhor.
VERS. 1. Três coisas requeridas para o ensino cristão:
1. Que o assunto seja bom; e concernente ao melhor dos assuntos, em honra do rei.
2. Que a linguagem seja tão fluente como a pena.
(a) Em parte, por natureza;
(b) Em parte, por cultivo;
(c) Em parte, pelo Espírito de Deus.
3. Que o coração esteja absorto nisso - Com o coração vibrando (G. R.).

VERS. 2. Sob que aspectos. Jesus é mais belo que os melhores dos homens.
VERS. 2. Jesus - sua pessoa, seu evangelho, a plenitude de sua bênção.
VERS. 2.
1. Podemos e devemos louvar Cristo. Os anjos o louvam, Deus o louva, a Escritura o louva, os santos do Antigo e Novo Testamentos, assim também nós devemos louvá-lo. É a obra dos céus começada na terra.
2. Por que devemos louvá-lo? (a) Por sua beleza. Sabedoria é beleza? Justiça é beleza? Amor e mansidão também são? Nele, há todos esses supremamente -"Todas as belezas humanas, todas as divinas. Em nosso Redentor se encontram e brilham quais jóias finas". (b) Por sua graça. Graça de Deus entesourada nele.
3. Por sua bem-aventurança - de Deus e para sempre.

VERS. 2-5. Nesses versículos o Senhor Jesus é apresentado:
1. Como muito amável em si.
2. Como o grande favorito do céu.
3. Como vitorioso sobre seus inimigos (Matthew Henry).

VERS. 3-5. A vitória do Messias prenunciada e desejada (Sermão de E. Payson).

VERS. 5.
1. Flechas de ira judicial são afiadas.
2. Flechas de bondade providencial são ainda mais afiadas.
3. Flechas de graça restritiva são as mais afiadas de todas. A aljava do Todo-Poderoso está cheia dessas flechas (G. R.).
VERS. 5. Flechas - o que são, de quem são; a quem atingem; onde atingem; o que fazem, e o que acontece em seguida.

VERS. 6. Deus, o Rei, seu trono, sua duração, seu cetro. Vamos adorar, obedecer, confiar, aquiescer, regozijar.
VERS. 6-7. Império, eternidade, eqüidade, estabelecimento, exultação.

VERS. 7. O amor e o ódio de Cristo.

VERS. 8. As vestes de Cristo - suas funções, suas duas naturezas, suas ordenanças, suas honras, todas cheias de fragrância.
VERS. 8. Com que eles te alegraram. Alegramos Jesus pelo nosso amor, nosso louvor, nosso serviço, nossas dádivas, nossa santidade, nossa comunhão com ele.
VERS. 8.
1. O aroma de suas vestes, não de sangue e batalha, mas de perfume doce.
2. O esplendor de seus palácios - marfim por raridade, pureza, durabilidade.
3. A fonte de seu deleite.
(a) Ele mesmo, o doce aroma de suas próprias graças.
(b) Seu povo, o aroma daqueles que são salvos.
(c) Seus inimigos, "mesmo neles que perecem".
(d) Todas as criaturas santas felizes que se unem para torná-lo feliz (G. R.).

VERS. 9-10. Os familiares do Noivo devem ser lembrados; os da Noiva, esquecidos.

VERS. 10. "Cristo o melhor esposo: ou, um convite sincero às jovens para que venham e vejam Cristo" (George Whitefield, Sermão pregado a uma Sociedade de Mulheres Jovens, em Fetter Lane).

VERS. 11. Assim o rei foi cativado pela sua beleza. Cristo deleitando-se na beleza dos justos (Martinho Lutero).

VERS. 13-15.
1. O novo nome da Noiva - "A filha do rei". Ela é a filha do rei por dois motivos.
(a) Ela é nascida de Deus; e
(b) Ela se casa com o Filho de Deus.
2. O caráter da Noiva - "Cheia de esplendor... em seus aposentos" por dentro.
(a) Porque Cristo reina no trono de seu coração
(b) Porque ela é o templo do Espírito Santo.
3. Os trajes da noiva: "ouro trabalhado", "roupas bordadas": esta é a justiça de Cristo; em outras palavras, a perfeita obediência dele, e sua morte expiatória.
4. Companhia da Noiva - "acompanhada de um cortejo de virgens".
5. A ida ao lar da Noiva - "Em roupas bordadas é conduzida ao rei... Com alegria e exultação são conduzidas ao palácio do rei."
(a) Ela verá o rei em sua beleza.
(b) Haverá uma declaração aberta de seu amor por ela diante de todos os mundos (Duncan Macgregor).

VERS. 17.
1. Cristo é o deleite do Pai. "Perpetuarei a tua lembrança".
2. Ele é o tema da igreja - seu nome será lembrado; e
3. Ele é a glória dos céus, "... te louvarão para todo o sempre" (G. R.).

SALMO 46

TÍTULO
Ao mestre da música. Àquele que pôde cantar outros salmos tão bem foi confiado esta nobre ode. Coisas simples podem ser deixadas para cantores comuns, mas o músico mais habilidoso de Israel devia ser encarregado da execução deste cântico, com as vozes mais harmoniosas e a música mais nobre. Para os filhos de Corá, os "coraítas". Uma única pessoa não pode desempenhar o louvor; deve haver coristas selecionados sob sua direção, cujo privilégio será celebrar o culto de música na casa do Senhor. Quanto ao motivo de se selecionar os filhos de Corá, veja nossas observações no começo do comentário sobre o salmo 42. Podemos acrescentar que eram uma divisão dos levitas que cumpriam seu turno em servir no templo. Os trabalhos do culto santo não deviam ser monopolizados por um grupo talentoso; cada companhia de crentes devia gozar desse privilégio por sua vez. Ninguém devia ficar sem sua parte no culto de Deus.

Um canto em Alamote. Isso pode sugerir que a música deveria ser em som agudo para as vozes de soprano das virgens hebréias. Elas saíram em suas danças para cantar os louvores de Davi quando ele matou o filisteu, e era natural que elas se alegrassem quando as vitórias de Jeová se tornavam seu tema. Precisamos louvar a Deus com corações virgens, almas puras em relação ao temor dele, com expressões vivas e exaltadas, e músicas felizes. Ou a palavra Alamote pode se referir a instrumentos de sons agudos, como em 1Cr 15.20, em que lemos que Zacarias, e Eliabe e Benaía, deviam louvar o Senhor "com instrumentos em Alamote". Nem sempre, de maneira descuidada, devemos ficar numa mesma tonalidade, mas com inteligência devemos modular nossos louvores e fazê-los adequadamente expressivos sobre a ocasião e a alegria que criam em nossas almas. Não nos é possível interpretar com certeza esses termos musicais antigos, mas ainda assim eles são úteis porque mostram que devemos ser hábeis e cuidadosos com a nossa música sacra.

ASSUNTO
Aconteça o que acontecer, o povo do Senhor é feliz e está protegido; esta é a doutrina do salmo, e ele poderia, para ajudar a nossa memória, ser intitulado O CÂNTICO DE SANTA CONFIANÇA, não fosse o amor especial do grande reformador por esse hino que comove a alma, ele provavelmente seria melhor lembrado como O SALMO DE LUTERO.

DIVISÃO
Pela autoridade inspirada, é dividido em três partes, cada uma terminando com uma pausa: Selah.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O cântico de fé em tempos turbulentos.
1. Nosso refúgio. Nosso único, invencível, acessível, lugar de retiro é o nosso Deus.
2. Nossa fortaleza. Nossa força suficiente, invencível, honrável e encorajadora é o nosso Deus.
3. Nosso auxílio. Sempre perto, compassivo, fiel, real e potente é o nosso Deus.
VERS. 1. Auxílio sempre presente na adversidade. A religião nunca é tão valiosa quanto em tempos de dificuldade, doença e morte. Deus está presente ajudando-nos a suportar as aflições, a melhorar a situação e a sobreviver a ela. Presente através de graciosas comunicações e doces manifestações; presente mais quando ele parece ausente, segurando-nos, dominando e santificando a dificuldade. Confie e espere (James Smith).

VERS. 2. As razões, as vantagens e a glória da coragem santa.

VERS. 2-3.
1. As grandes e múltiplas causas de medo.
(a) O que poderá vir - montanhas, águas, perseguição, pestilência.
(b) O que deve vir - aflições, morte, julgamento.
2. O grande e único motivo para não temer. Destemor sob tais circunstâncias deve ser bem fundamentado. O próprio Deus é o nosso refúgio, e nós, ao confiarmos nele, somos destemidos (G. Rogers).

VERS. 4. Boas novas em tempos tristes; ou, a cidade de Deus em tempos de tribulação e confusão, regada com o rio da consolação (Ralph Erskine).
1. O sangue de Jesus.
2. As influências do Espírito Santo.
3. As doutrinas e as promessas do evangelho.
4. As ordenanças da religião.
5. Todos os meios da graça (W. Jay).
VERS. 4. Alegram a cidade de Deus. Há quatro maneiras pelas quais o curso de um rio alegrariam os cidadãos.
1. A primeira se refere à perspectiva.
2. A segunda diz respeito ao trânsito.
3. A terceira é com respeito à fertilidade.
4. A quarta é concernente ao abastecimento (W. Jay).
VERS. 4. A cidade de Deus. A igreja pode ser chamada "a cidade de Deus" porque:
1. Ele habita nela (ver Sl 44.5).
2. Ele a fundou e a construiu.
3. Ela tem dele todos os privilégios e imunidades.
4. Ele é seu principal soberano ou governador.
5. É propriedade dele.
6. Ele ganha sua contribuição (o aluguel) (Ralph Erskine).

VERS. 4-5. Para a igreja, alegria, estabelecimento, livramento.

VERS. 6. O que o homem fez e o que Deus fez.

VERS. 8. Vejam as obras do Senhor.
1. Valem a pena ser contempladas, pois são como ele mesmo; combinam bem com seu infinito poder, sabedoria, justiça.
2. Nossos olhos nos foram dados com esse propósito - não para contemplar a vaidade, não para enganar ou ferir a alma; mas para o uso e a honra do Criador.
3. O Senhor se deleita em ter suas obras apreciadas; ele conhece sua excelência e perfeição, e quanto mais são vistas e notadas, mais honra caberá a quem as fez.
4. Apenas nós poderemos fazer isso; há muita razão, então, para cuidadosamente contemplarmos.
5. Isso será de grande benefício para nós (Bispo Hall).
VERS. 8. A desolação do Senhor, a consolação de seus santos.
1. Uma declaração daquilo que aconteceu.
2. Uma promessa do que será realizado (Sermões de Spurgeon).

VERS. 9. O Grande Pacificador; ou, o princípio do evangelho é nossa única esperança, para a abolição completa da guerra.

VERS. 10. Fique em silêncio toda a Terra! Saibam que eu sou Deus! A única consideração: que Deus é Deus, suficiente para calar todas as objeções à sua soberania (Jonathan Edwards).
VERS. 10. Eu sou Deus.
1. Sendo ele Deus, ele é um ser absoluta e infinitamente perfeito.
2. Como ele é Deus, ele é tão grande, que está infinitamente acima de toda compreensão.
3. Como ele é Deus, todas as coisas são dele próprio.
4. Por ele ser Deus, ele é digno de ser soberano sobre todas as coisas.
5. Em ele ser Deus, ele será soberano, e atuará como tal.
6. Por ser Deus, ele é capaz de vingança sobre todos os que se opõem a sua soberania (Jonathan Edwards).

SALMO 47

TÍTULO
Ao mestre da música. Muitos cânticos foram dedicados a este dirigente do coral, mas ele não ficou sobrecarregado com isso. O culto de Deus é tão deleitoso que não nos pode entediar, e a parte mais deleitosa, o cantar de seus louvores, é tão prazerosa que nunca é demais. Sem dúvida, o grande músico, como era comissionado para preparar tantos cantos sacros, sentia que quanto mais tivesse, melhor. Um salmo para os filhos de Corá. Não podemos concordar com aqueles que pensam que os filhos de Corá foram os autores destes salmos; têm todos eles as indicações da autoria de Davi que se poderia esperar. Nosso ouvido já se acostumou ao som das composições de Davi, e nós estamos moralmente certos de que o ouvimos neste salmo. Todo perito detectaria aqui o autógrafo do filho de Jessé, se não estivermos muito enganados. Os coraítas cantaram estes salmos, mas cremos que não os escreveram. Cantores competentes foram aqueles cuja origem os lembrava do pecado, cuja existência foi prova de graça soberana, e cujo nome tem uma ligação próxima com o nome do Calvário.

ASSUNTO
É difícil decidir se o assunto imediato deste salmo é o carregar da arca da casa de Obede-Edom até o Monte Sião ou a celebração de alguma vitória memorável. Como até os doutores divergem, quem iria dogmatizar? Mas fica muito claro que tanto a soberania atual de Jeová como as vitórias de nosso Senhor são aqui colocadas em hino, enquanto docemente se gloriam em sua ascensão, tanto como na profecia dela.

DIVISÃO
Num salmo tão breve, não há necessidade de outra divisão do que a indicada pela pausa musical no fim de Sl 47.4.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Expressões de alegria incomuns e entusiásticas quando justificáveis e até desejáveis.
VERS. 1-4. Alegria é o verdadeiro espírito do culto.
1. Alegria no caráter de Deus.
2. Em seu reinado.
3. Nos triunfos de seu evangelho.
4. Em dedicação aos seus santos.

VERS. 2. Os terrores do Senhor vistos pela fé como um tema de alegria.
VERS. 2 (segunda cláusula). O reino universal de Cristo como é e como há de ser.

VERS. 3. A esperança da vitória para a igreja. O que será subjugado? Pela instrumentalidade de quem? Nós. Pelo poder de quem? Dele. Quando isso será realizado? Quando isso será cumprido? Qual é o sinal disso? A ascensão, Sl 47.5.
VERS. 3.
1. O triunfo final dos santos. Todos os inimigos subjugados sob eles na terra e no inferno, dentro e fora: (a) gradualmente, (b) completamente.
2. O poder por meio do qual isso será executado. Ele subjugará (KJV), já subjugou (NVI).
(a) Não sem os meios.
(b) Não somente pelos meios.
(c) Mas por determinados meios tornados potentes pela energia divina (G. R).

VERS. 4. Isso compreende o tempo e a eternidade. E matéria de fato, de santa aquiescência, de desejo, de gratidão.
VERS. 4.
1. Deus está disposto a escolher nossa herança para nós no tempo e na eternidade.
2. A escolha dele é melhor do que a nossa - a excelência de Jacó.
3. Ele nos deixará com as conseqüências de nossa própria escolha.
4. Ele nos ajudará a obter aquilo que ele escolhe para nós (G. R).

VERS. 5. A ascensão. Sua publicidade, solenidade, triunfo, alegria. Quem subiu. Onde ele subiu. Ao que ele subiu. Com que propósito. Com que resultado.

VERS. 6. A importância do canto sacro. A repetição repreende nossa preguiça, e subentende que sinceridade, freqüência, prazer e universalidade devem caracterizar os louvores ofertados.

VERS. 7 (última cláusula). A salmodia dos instruídos e a instrução pela salmodia; o louvor deve ser tanto o fruto como o veículo do ensino.

VERS. 8 (última cláusula). A soberania divina sempre está ligada à santidade.
VERS. 8.
1. Deus tem um trono de santidade, pelo qual ele deverá ser temido por todos os homens.
2. Um trono de graça, pelo qual ele deve ser amado pelos seus redimidos.
3. Um trono de glória, pelo qual ele deve ser louvado por toda sua criação.

VERS. 9.
1. Um escudo é uma arma misericordiosa, e nada mais do que isso.
2. Um escudo é uma arma venturosa, uma espécie de garantia, que agüenta os golpes e recebe os ferimentos pretendidos para outros.
3. Um escudo é uma arma forte, para desviar os dardos do mal e quebrá-los em fragmentos.
4. Um escudo é uma arma nobre, como nenhum outro: tomar os escudos era sinal de vitória; preservá-los um sinal de glória.
5. Lembre-se, um escudo sempre precisa ter um olho para guiá-lo - você guia os escudos, a lei guia o olho (Bispo Reynolds).

SALMO 48

TÍTULO
Um cântico e salmo para os filhos de Corá. Um cântico para alegria e um Salmo para reverência. Ai, ai! nem todo canto é um salmo, pois os poetas não são todos nascidos no céu, nem todo salmo é um cântico, pois para chegar diante de Deus temos de pronunciar lamentosas confissões bem como exultantes louvores. Os filhos de Corá ficavam felizes em ter uma seleção tão grande de cantos; o culto no qual essa variedade de música era usada não podia tornar-se monótono, mas devia oferecer um leque amplo para todas as paixões sagradas de almas graciosas.

ASSUNTO   E    DIVISÃO
Seria perder tempo relacionar este cântico dogmaticamente a um dado evento da história judaica. Seu autor e data são desconhecidos. Ele registra a retirada de certos reis confederados de Jerusalém, cuja coragem havia se esmorecido antes de tentarem um golpe. A menção dos navios de Társis pode permitir imaginar que o salmo tenha sido escrito na época da vitória sobre Amom, Moabe, e Edom no reinado de Josafá, e se o leitor for a 2Cr 20, especialmente a 2Cr 20.19, 25, 36, é provável que aceite a sugestão. Sl 48.1-3 são versículos em honra do Senhor e da cidade dedicada ao seu culto. Em Sl 48.4-8, o canto registra a confusão dos inimigos de Sião, atribuindo todo o louvor a Deus; Sl 48.9-11 exalta Sião e reconhece Jeová como seu Deus para todo o sempre.

DICAS PARA O PREGADOR
Todas as sugestões para este salmo, exceto os designados de outro modo, são de nosso caro amigo, reverendo George Rogers, tutor de Pastor's College.
VERS. l.
1. O que a igreja é para Deus.
(a) Sua "cidade"; não uma populacho sem lei, mas uma comunidade bem organizada.
(b) Uma montanha de santidade, para a mostra de retidão justificadora, de graça santificadora.
2. O que Deus é para a igreja.
(a) Seu habitante. É a cidade dele, é sua montanha. Ali ele é grande. Não havia espaço para o todo de Deus no Paraíso, nem para a sua lei, não há espaço para ele no céu de anjos: somente na igreja há espaço para todas as suas perfeições, para um Jeová triuno. Grande em toda parte, ele é especialmente grande aqui.
(b) O objeto de seus louvores. Assim como ele é maior aqui, também são os seus louvores, e através do universo por esta causa.

VERS. 2.
1. A antiga Sião era linda por causa de sua localização? Também a igreja do Novo Testamento foi fundada sobre uma rocha, sobre o propósito e a graça eterna.
2. Foi ela a alegria de toda a terra? Assim se tornará a igreja do Novo Testamento.
3. Foi ela a alegria especial das tribos de Israel que estavam quase que inteiramente ao norte de Jerusalém? Assim é a igreja para os santos.
4. Era uma cidade real bem como uma cidade santa? Assim é a igreja. "Nas suas cidadelas...".

VERS. 3.
1. Deus é um refúgio em sua igreja. A igreja é uma cidade de refúgio, mas o refúgio não é sua igreja, e sim seu Deus.
(a) Para os pecadores, da ira.
(b) Para os santos, das tribulações e temores.
(c) Deus lá é conhecido assim, conhecido de milhares, não conhecido assim em outra parte.
"Deus se revela". Aqueles que conhecem o seu nome.

VERS. 4-7.
1. A oposição de poderes mundanos a igreja. "Os reis".
2. A maneira pela qual são dominados - pelos seus próprios temores; a consciência perseguiu aqueles que perseguiram a igreja de Deus. Aqueles que se apoderaram da arca de Deus ficaram felizes ao devolvê-la com uma oferta.
3. Como foi completa sua derrota. Como uma frota de navios de Társis, dispersados, quebrados e afundados pelo vento oriental.

VERS. 8.
1. Deus sempre foi para seu povo o que ele é agora; do mesmo modo ouvido como visto.
2. Ele é agora o que sempre foi: do mesmo modo visto como ouvido.
3. Ele será sempre o que é agora. "Assim será para sempre."

VERS. 9.
1. Quais são as misericórdias de Deus? Amor leal para os tristes, perdão para os penitentes, ajuda para os piedosos, consolo para os aflitos.
2. Onde são eles encontrados? "No teu".
3. Ele será sempre o que é agora. "No meio de".
(a) Aqui eles são revelados.
(b) Aqui são dispensados.
(c) Aqui são procurados.
(d) Aqui são apreciados.

VERS. 10. Como é o nome de Deus, os louvores dele são:
1. Supremos.
2. Irrestritos.
3. Universais.
4. Eternos.
VERS. 10. Tua mão direita.
1. A justiça da onipotência.
2. Onipotência controlada por justiça.
3. A onipotência da justiça.

VERS. 11.
1. Os assuntos da alegria de seu povo. Não apenas misericórdias, mas também juízos.
2. Motivos:
(a) Porque são santos - necessários para a pureza do governo moral;
(b) Justos - necessários para vindicar a lei;
(c) Bons - necessários para a maior quantidade de bem.

VERS. 12.
1. O que é que se deve entender por preservação e proteção da igreja?
2. O que se quer dizer com procurar conhecer, e considerar, essas causas e meios da preservação da igreja?
3. Quais são essas causas e meios de se preservar a igreja, aquelas torres e baluartes que não falharão?
4. Que razão existe para que consideremos essas causas de preservação e proteção da igreja?
5. Qual é o testemunho que temos de dar em respeito a esse assunto para a próxima geração? (Sermão de John Owen).

VERS. 14 (primeira cláusula). Esta é a linguagem de um proprietário em Deus: 1. De um proprietário seguro. - "Este Deus é nosso Deus". 2. De um proprietário permanente - para todo o sempre. 3. De um proprietário exultante (W. Jay).
VERS. 14.
1. A linguagem da discriminação. Este Deus. Este Deus em Cristo, na igreja.
2. A linguagem da Fé - nosso Deus.
3. Da esperança - Para todo o sempre.
4. De submissão - Ele será o nosso guia.

SALMO 49

TÍTULO
Ao mestre da música, um salmo para os filhos de Corá. Como nas ocasiões anteriores, isso se repete; e nenhuma observação é necessária.

DIVISÃO
O músico poeta canta, com o acompanhamento de sua harpa, o desprezível caráter daqueles que confiam em sua riqueza, e assim ele consola o crente oprimido. Os primeiros quatro versículos são um prefácio; de Sl 49.5-12 todo medo de grandes opressores é removido através da lembrança de seu fim e sua insensatez. Sl 49.13 contém uma expressão de admiração diante da perpetuidade de sua tolice; Sl 49.14-15 contrastam os ímpios e os justos no seu futuro; e de Sl 49.16-20 a lição é tirada de uma forma em admoestação. Note o coro em Sl 49.2, 20 e também as duas pausas.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 2.
1. As necessidades comuns de homens ricos e pobres.
2. Os privilégios comuns de santos ricos e pobres.
3. O serviço de todos eles em comum.
4. O céu de todos eles em comum.

VERS. 3-4. As coisas profundas de Deus visam:
1. Exercitar nossas mentes para entendê-las.
2. Testar a nossa fé crendo nelas - "inclinar" implica uma mente submissa.
3. Excitar nossa alegria ao captá-las - "com a harpa".
4. Empregar nossas faculdades mentais para explicá-las aos outros.

VERS. 5.
1. Os efeitos de nosso pecado permanecem:
(a) Em nós mesmos,
(b) Em outros.
2. Numa hora de convicção eles me cercaram: melhor fazer isso nesta vida, do que nos assombrarem como fantasmas para sempre.
3. Quando somos perdoados, nada temos a temer (G. R.).

VERS. 7.
1. Está implícito: a alma precisa de redenção.
2. Negado: a riqueza, o poder, o saber, nada pode redimir.
3. Suprido: um resgate de Jesus.
4. Aplicado: pelo Espírito para nosso real livramento.

VERS. 12 (última cláusula). Em que os ímpios são como animais, e em que são diferentes.
VERS. 12. Aqui há um duplo contrariar ou cancelar dos propósitos da pessoa mundana sem Deus.
1. O primeiro é: ele não será aquilo que ele um dia desejou ser: ele não continuará honrado.
2. O outro é: ele será aquilo que nunca desejou ser: ele será como os animais que morrem. Perderá aquilo que procurou, e terá aquilo que não procurou (S. Hieron).

VERS. 13.
1. Nas questões seculares, os homens imitam a sabedoria de outras pessoas.
2. Nas questões espirituais, eles imitam sua insensatez, sua doidice (G. R.).

VERS. 14.
1. Na proporção da prosperidade dos incrédulos aqui, será sua tristeza e sofrimento no além: como ovelhas do pasto gordo mandadas ao matadouro.
2. Na proporção de sua dignidade mundana, será a sua corrupção no além - A morte lhes servirá de pastor (NVI). ("A morte se alimentará deles" (NIV): eles se tornaram bem alimentados para a morte se alimentar deles).
3. Na proporção de sua dignidade aqui, será sua degradação no além - Os justos triunfarão. Que contraste entre o homem rico e Lázaro!
4. Na proporção de sua beleza aqui, será sua deformidade no além. "Tu te tornaste como um de nós?" (G. R.).
VERS. 14. Pela manhã. Veja as várias profecias bíblicas do que há de acontecer "pela manhã".

VERS. 15.
1. Eu voltarei ao pó.
2. Ele redimirá do pó.
3. Ele receberá no céu.
4. Eu me alegrarei para sempre.

VERS. 17. O pecador carregado e não carregado

VERS. 20.
1. Homens de entendimento espiritual sem honras do mundo são mais elevados do que os anjos de Deus.
2. Homens com honras mundanas sem sabedoria verdadeira são piores do que os animais que perecem (G. R.).

SALMO 50

TÍTULO
Um salmo de Asafe. Este é o primeiro dos salmos de Asafe, mas não sabemos se é produto daquele eminente músico, ou meramente dedicado a ele, não se pode saber. Os títulos de doze salmos levam seu nome, mas não há em todos eles a intenção de atribuír-lhe a autoria, pois vários deles são de uma data muito tardia para terem sido compostos pelo mesmo escritor. Houve um Asafe no tempo de Davi, que foi um dos seus principais músicos, e sua família continuou por muito ocupando sua posição hereditária de músicos do templo. Um Asafe é mencionado como registrador ou secretário nos dias de Ezequias, 2Re 18.18, e outro era guarda das florestas reais sob Artaxerxes. Que Asafe certamente escreveu alguns salmos está claro em 2Cr 29.30, em que se registra que os levitas receberam ordens de "cantar louvores ao Senhor com as palavras de Davi e do vidente Asafe", mas que outros salmos de Asafe não foram de sua composição, mas foram só entregues aos seus cuidados como músico, fica igualmente certo por 1Cr 16.7, em que é dito que Davi entregou um salmo nas mãos de Asafe e seus irmãos. Para nós, é pouco importante se ele escreveu ou leu, pois poeta e músico são bem próximos, e se um compõe palavras e outro lhes coloca música, se regozijam juntos diante do Senhor.

DIVISÃO
O Senhor é representado como convocando a Terra toda para ouvir sua declaração, Sl 50.1-6; depois ele declara a natureza do culto que aceita, Sl 50.7-15; acusa os ímpios de violações dos preceitos da segunda tábua da lei, Sl 50.16-21; e encerra a sessão da corte com uma palavra de ameaça, Sl 50.22, e uma instrução de graça, Sl 50.23.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Sem rodeios é importante que todos os homens saibam o que Deus já falou (W.S. Plumer).
VERS. 1.
1. Quem falou? O Poderoso, não homens nem anjos, mas o próprio Deus.
2. A quem ele falou? A todas as nações - todas as classes -, todas as condições. Isso exige:
(a) Reverência - é a voz de Deus.
(b) Esperança - porque ele condescende falar com rebeldes.
3. Onde ele falou?
(a) Na criação.
(b) Na providência.
(c) Em sua palavra (G. R.).

VERS. 1-6.
1. A corte convocada em nome do Rei dos reis.
2. O tribunal estabelecido, e o juiz tomando seu assento; Sl 50.2-3.
3. As partes convocadas; Sl. 50.8.
4. O resultado desse julgamento solene é prenunciado; Sl 50.6 (Matthew Henry).

VERS. 1-15.
1. O chamado de Deus ao homem.
2. O chamado do homem a Deus.

VERS. 2.
1. A beleza interna de Sião
(a) Positivo, a beleza da sabedoria - santidade - amor.
(b) Comparativo - a beleza do Paraíso e do céu dos anjos.
(c) Superlativo - todas as perfeições de Deus combinadas.
2. Sua glória externa. Dela resplendeu Deus.
(a) Sobre este mundo.
(b) Sobre as almas graciosas.
(c) Sobre os anjos que desejam olhar.
(d) Sobre o universo. "Todas as criaturas eu ouvi".

VERS. 4.
1. O que Deus fará por seu povo. Ele os julgará:
(a) Salvará.
(b) Defenderá.
(c) sustentará.
2. Os meios ao seu dispor para esse propósito. "Ele convocou". - Céu e terra são subservientes a ele para o bem de sua igreja (G. R.).
VERS. 4. O julgamento da igreja visível. Será feito por Deus mesmo, será público, penetrante - com fogo e vento, exato, final.

VERS. 5. A grande reunião da família.
1. Quem está reunido.
2. Como estão reunidos.
3. Com quem.
4. Quando se reúnem.
VERS. 5 (última cláusula).
1. O pacto.
2. O sacrifício que o ratifica.
3. Como nós podemos dizer que o fazemos.

VERS. 6 (última cláusula). Então, a difamação não perverterá a sentença, severidade indevida não a amargurará, parcialidade não dispensará ninguém, engano não iludirá, a justiça certamente será feita.

VERS. 7. Os pecados do povo de Deus são especialmente contra Deus e só conhecidos de Deus. Um assunto profundo.

VERS. 13-15. O que os sacrifícios não são, e quais são aceitáveis com Deus.

VERS. 15.
1. A ocasião - "angústia".
2. A ordem - "clame".
3. A promessa - "eu o livrarei".
4. O plano - "Você me" (G. R.).
VERS. 15. Você me honrará. Isso nós fazemos orando, e louvando quando a oração é ouvida, como também confiando em suas promessas, submetendo-nos a suas punições, preocupando-nos com a honra dele, ligados à sua causa, amando o povo dele, e prestando obediência aos seus comandos continuamente.
VERS. 15.
1. Um convite especial quanto à pessoa e ao tempo.
2. Promessa especial àqueles que o aceitam.
3. Obrigação especial está envolvida quando a promessa é cumprida.

VERS. 16-17.
1. A proibição dada.
(a) As coisas proibidas - "declarar meus estatutos". "Aceitar meu pacto".
(1) Pregando.
(2) Ensinando, como na Escola Dominical.
(3) Orando.
(4) Observando ordens e práticas.
(b) Pessoas proibidas. Pregadores perversos enquanto continuam em perversidade.
2. A razão dada: Sl 50.17.
(a) A pessoa não aplica a si a verdade nenhuma vez.
(b) Interiormente a odeia.
(c) Exteriormente a rejeita.

VERS. 17.
1. O sinal fatal.
(a) Odiar ser ensinado.
(b) Odiar o que é ensinado.
2. O que indica:
(a) Orgulho.
(b) Desprezo de Deus.
(c) Indiferença à verdade.
(d) Ateísmo, no fundo.
(e) Consciência morta.
3. Ao que leva. Ver Sl 50.22.

VERS. 17-18. Rejeição de instrução salutar mais cedo ou mais tarde leva ao pecado escancarado. Exemplos, razões, avisos deduzíveis.

VERS. 20-21.
1. O homem falando e Deus silente.
2. Deus falando e o homem silente.

VERS. 21.
1. Deus deixa os homens entregues a si mesmos por algum tempo.
2. Eles julgam Deus por eles mesmos por causa disso.
3. Ele, no devido tempo, revelará a eles tudo que o eles são. "Eu reprovarei" (G. R.).

VERS. 21, 23. Note a alternativa; uma vida corretamente ordenada agora, ou os pecados colocados em ordem no além.

VERS. 22.
1. A acusação - "Vocês que se esquecem de Deus", sua onisciência, seu poder, sua justiça, sua bondade, sua misericórdia, sua palavra, sua grande salvação.
2. A admoestação - "Considerem isto", acordem de seu esquecimento para uma séria reflexão.
3. A condenação - "caso contrário".
(a) O horror. "Despedaçar", como o leão ou a águia faz com a presa - despedaçar corpo e alma.
(b) É irresistível - "sem que ninguém os livre" (G. R.).


VERS. 21, 23. Note a alternativa; uma vida corretamente ordenada agora, ou pecados colocados em ordem no além.
VERS. 23.
1. A salvação é a obra de Deus.
2. A evidência da salvação é santidade de coração e vida.
3. O efeito dessa evidência é louvor.
4. A tendência desse louvor é glorificar a Deus. Deus não é glorificado pelas dúvidas e temores, e murmurações de seu povo, e sim por seu louvor (G. R.).
VERS. 23 (última cláusula). A verdadeira ordem da vida.
1. Aquele primeiro que é primeiro.
2. Aquele mais que é mais.
3. Aquele para sempre que é para sempre.
4. Aquele tudo que é tudo.


Salmos 1 a 50 - Salmos 51 a 100 - Salmos 101 a 150